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A Invasão dos Medici.

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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Dom Out 06, 2019 7:43 pm



Filia foi para o meu quarto e eu fui batendo na porta da Rose e da Lilith. As duas ainda não dormiram, cada uma fazia algo particular delas. Rose parecia estar ouvindo músicas, pois quando ela abriu a porta, o notebook dela estava ligado com um player de música cor de rosa gigante na tela do pc e a música pausada. Eu expliquei para ela a situação e depois que ela me mostrou algumas peças, eu vi que não ia servir. Rose também, pois ela era costureira e ela sabia que nada do que ela tinha ali seriam confortável para a Filia.

Lilith, por um outro lado, ela estava assistindo Annie das Estrelas com a Alice, estavam assistindo com o volume bem baixinho para não serem descobertas pelos nossos pais. Lilith me perguntou se eu estava bem, pois ela ouviu a bronca imensa que nós tomamos da mamãe. Eu pedi para falarmos disso numa outra hora. E bem, ela também não tinham roupas que eram do tamanho da Filia.

Acabou que sobrou para eu ver com o meu pai e o meu irmão. Eu fui direta com eles, pois não queria ter de tomar mais o tempo de ninguém. Já era hora de todo mundo estar recolhido em suas camas e eu ali fazendo hora extra. Papai me emprestou uma das suas camisas brancas e abotoadas. Ele deveria ter umas quinze dessas, uma delas não ia fazer falta para ele. E Yue, ele me emprestou a camisa regata dele que não usava tanto. Bem, eu tinha duas opções e foi as que eu levei para a Filia.

Filia escolheu a camisa do Yue. E eu deixei a do papai dobrada em algum canto do quarto, para entregar a ele outra hora. Nisso, eu fiquei sentada na cama e liguei a TV para ver o que estava passando. Eu podia ouvir o banho da Filia. Eu fiquei pensando nas coisas que aconteceram no dia de hoje. As pessoas que se machucaram por minha causa… a minha estupidez de não ter pedido ajuda de ninguém…, bem, quase isso. Eu sequer nem tive uma oportunidade de mandar um help. E toda aquela bronca, tanto do policial Kevin quanto da minha mamãe… aquilo realmente mexeu comigo… Eu sou mesmo uma péssima namorada?

Quando Filia saiu, ela estava linda. Mesmo com a camiseta de um menino, ela estava muito linda. Ver ela de banho tomado e com uma expressão relaxada, mesmo que por um momento, era uma delícia para mim. Me fazia esquecer de todas as coisas ruins que aconteceram. Eu até sentia borboletas na minha barriga. Mas eu não podia ser sempre a boba perdidamente apaixonada. Eu me levantei e passei por ela, mas não antes de ficar na ponta dos pés e roubar um beijinho carinhoso dela. Um beijinho que eu estava precisando desde que cheguei em casa.

Carol: Eu volto já. Fique à vontade!

Fui para o meu banho e não demorei muito. Quando sai de lá vestindo o meu pijama, Filia já estava aninhada na cama e dormindo um sono gostoso. Samson me repreendeu, pedindo para não fazer barulho. Eu concordei com ele. E fui me deitando, para me envolver nos braços dela. Eu gostava de dormir assim com a Filia. Ela sempre foi maior do que eu e adoro estar envolvida pelos braços dela. Me davam um conforto muito bom, eu me sentia protegida de verdade. Eu fiquei assim por um tempo, com meu rosto entre os seios dela. Eu tentei dormir.  Mas não consegui, não tão rápido quanto ela.

Samson: Foi um dia infeliz.

E eu respondi.

Carol: Foi mesmo.

Samson: Você não estava dormindo?

Carol: Estava tentando…

Samson: Melhor tentar novamente. Não é pra acordar ela!

E então, eu só disse uma coisa para ele naquele momento.

Carol: Sobre a família dela… eu sei… que foi o tio dela quem causou todo esse mal.

Samson não disse nada.

Carol: Eu visitei a casa dela assim que tive liberdade… eu vi o desenho dos corpos no chão… eu deduzi tudo…

O silêncio dele ainda me incomodava.

Carol: Eu não vou contar nada a ela. Se você não contou, eu penso que é para protegê-la de fazer algo estúpido. Mas eu te peço… não deixa ninguém se aproximar dela… ninguém mesmo!

Samson: Eu não irei, magrelinha. Eu não irei.

Carol: Obrigada.

Samson: Agora vê se dorme também. E me deixa em paz!

Eu não respondi, mas sorri ao saber que ele ia fazer isso por mim também. Acho que foi só depois disso que consegui pegar no sono mesmo. Seria uma longa semana e meu pai estava preparando tudo para o confronto final com os Medici. O que eles fizeram com a gente hoje passou de todos os limites e acho que estava mesmo na hora de cortar algum mal pela raiz na nossa história.

Uma pena que teria de ser com a família dela.

A semana começou nublada. Parece que ia chover o dia todo e n´ós duas não fomos incomodadas. Ninguém veio nos chamar, o que acabou passando do nosso horário de acordar. Nosso repouso foi até maior, portadores de parasitas precisam dormir bastante além de comer muito. Quando abri os olhos, a primeira coisa que eu vi foi a Filia quase babando de tanto dormir. Me mexendo um pouco, posso ver que já havia passado das onze.

Carol: Nossa…

Eu me sentei na cama, mas não acordei ela ainda. Me espreguicei e fui ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Troquei minhas roupas e fui chamar ela.

Carol: Filia! Acorda! Já está quase na hora de almoçar!

Eu sei que se eu usasse essas palavras, talvez o Samson a fizesse levantar rapidinho. Eu fiquei esperando por ela para descermos juntas e ver o que estava acontecendo ali embaixo.

E quando fizemos isso, quem nos esperava ali embaixo era o meu pai. E ele não tinha uma cara boa. Na verdade, quase nunca o vi com uma cara boa.

Iori: Sentem-se, as duas.

E ali na mesa estava o restante do “esquadrão Yagami”: Lilith, Yue, Alice, Setsuna e Rose.

Carol: Eu presumo que o senhor já tenha algum plano em mente.

Iori: Isso mesmo. E todos os que estão sentados aqui serão essenciais para acabar com isso.

Para ouvir o que nosso pai tinha a dizer, nós duas nos sentamos. Eu não disse nada no começo e parece que todos os meus irmãos ali estavam cientes de quais seriam seus papéis. Me impressionou ver a pequena Alice envolvida nisso também, ela que parecia um pouco aérea sobre a situação, segurando sua pelúcia de coelho.

Iori: Já tenho a localização da Dahlia e suas seguidoras. Como esperado, ela está em uma instalação abandonada da Slam Free Field. E eu presumo que isso seja de propósito. Ela está esperando ser rastreada uma hora ou outra. Ela conta com isso.

Carol: Como conseguiu tão rápido a informação?

Eu precisava perguntar. Estava curiosa.

Iori: Tenho informantes na cidade. E eles não estão em grande número. Maior parte foi eliminada no confronto que teve ontem.

Lilith: O que é bom para nós.

Alice: Quando vamos atacar?

Iori: Primeiro vamos precisar repassar os passos de cada um. Filia, você vai ter que se arriscar mais uma vez.

Carol: O quê? Vocês estão loucos?

Eu não estava muito feliz em saber disso. Acho que ninguém ficaria, se tratando daquela máfia e da pessoa que eles chamaram para caçar a Filia.

Carol: Dahlia foi um problema para mim lidar, imagina a Filia se arriscando?

Iori: Ouça primeiro. Ela irá até onde eles estão, sob a promessa de que ninguém mais será ferido. É óbvio que não vamos deixá-la sozinha. Ela estará acompanhada da Lilith, mantendo sua invisibilidade dentro do Phase Walk. Alice e Yue estarão prontos para derrubar sorrateiramente qualquer artilharia pesada que ela tiver plantado nos arredores dos prédios daquele lugar. E Rose, ela tem minha permissão para sair devorando quem ela quiser. Setsuna vai se responsabilizar em manter a Ikari e a polícia longe do nosso alcance até o trabalho todo estar feito.

Setsuna: Isso é moleza.

Rose: Tudo bem. Se são pessoas más, eu não vejo problemas.

Carol: O que o senhor vai fazer.

Iori: Vou derrubar o suporte aéreo deles.

Carol: Eles tem um suporte aéreo?

Iori: Sim. Um Helicóptero. E você, Carol, vai matar a Dahlia.

Carol: Eu? Mas por quê?

Iori: Pessoas morreram por sua causa. Será seu dever fazer justiça por essas pessoas. Me entendeu?

Lilith: Não se preocupe, vai ser fichinha. Você é uma bambambã fodona, Carolzinha!

Carol: Eu não sei… E a mamãe? Ela sabe disso?

Iori: Sabe, e está de acordo. Será melhor que a batalha aconteça lá fora do que trazê-los aqui. Enquanto sua mãe estiver daquele jeito…

Carol: Eu entendi, pai. Vai ser melhor assim.

Yue não disse nada, ele parecia meio perdido em seus pensamentos. Alice e Lilith pareciam bem tranquilas com isso. Na verdade, elas pareciam bem acostumadas com esse tipo de assalto contra as pessoas que eram inimigas da família Yagami. Eu ainda não. Ainda não tive nenhuma dessas “missões” ao lado do meu pai. Essa seria a primeira vez que eu estaria sendo colocada a prova para cortar o mal pela raiz. Acho que Rose passava pela mesma coisa também, só que não consigo entender se ela estava empolgada ou ansiosa. Setsuna, ele parecia bem de boa com esse lance todo, parecia até contar os minutos na sua cabeça.

Carol: Está tudo bem pra você, Filia? Samson?

Eu precisava saber se eles estavam de acordo com isso… Eles dois tinham o direito de manifestarem suas opiniões acerca daquilo tudo.


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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Sex Out 18, 2019 9:10 pm




Não havia nada para ela sonhar.


Filia mergulhou em um mar escurecido, e ali ela teve um sono sem incômodos. Ela não sonhou com o fim triste que o dia anterior havia tido. Não se incomodou com as coelhinhas cheias de metralhadoras a lá Thompson. Não. Filia apenas dormiu sem nenhum remanescente ou barulhos. Samson fez questão de apagar qualquer resquício dos sonhos turbulentos. Ela tinha que dormir apenas, para acordar bem no dia seguinte. E foi isso o que aconteceu.


O Theon soltou-a assim que Carol se levantou da cama e os chamou. A criatura moveu os seus tendrills e foi removendo as cobertas, depois mexeu nos dedinhos dos pés dela para ela acordar e por fim, assim que os olhos vermelhos de Filia encararam o teto branco, ele deixou de se mover e ficou calmo, quieto, deixando-a ter autonomia sobre ele.


A garota arrumou a camisa grande e sorriu por um momento. Um sorriso fino, sem graça que trouxe a ele um certo desanimo. Por que estava sorrindo? Não tinha motivo para sorrir. A menina apertou a camisa com força, amassando-a em seus dedinhos gordinhos e então ergueu a cabeça um pouco, olhando o teto pela segunda vez e engoliu a seco, triste.


O dia era outro, mas o que aconteceu não ficou perdido na memória. Filia iria se lembrar do dia anterior pelo resto da vida, isso era certeza.


A Medici se arrumou desanimada. Ela tirou a regata que pegou emprestada de seu cunhado e colocou as roupas que usou antes. A garota calçou seus sapatos e olhou para o chão. Estava se sentindo inútil e envergonhada com tudo aquilo. Era tudo culpa dela. Mesmo que alguém dissesse o contrário, Filia sabia que ela era a única culpada. Se tivesse ficado quieta no seu canto...


Filia: Certo... Não dá para ficar chorando sobre o leite derramado. —— A Medici bateu as mãos no rosto, afofando as suas bochechas dessa forma, e então se levantou destemida, cheia de vontade de arrumar as coisas.


A Medici então saiu do quarto junto de Carol, as duas de mãos dadas. Chegando à cozinha na esperança de encontrar uma mesa cheia de comida, a garota com o Parasita em sua cabeça acenou com firmeza para o seu sogro, quando ele intimou as duas a se sentarem. Filia soltou a mão de Carol, e então ficou ao lado dela, com o Theon olhando o Yagami e sua face fechada.


Filia: Sim senhor.


A menina olhou para os outros que estavam com ele, mas ficou com o olhar firme contra o ruivo, mesmo que engolindo por dentro de forma interna, morrendo de medo do que poderia vir naquela conversa. Então a Medici passou a prestar atenção em tudo o que era dito.


Filia: Me arriscar...? —— Ela repetiu o que o ruivo falou baixinho, mas apenas concordou com a cabeça mais uma vez.


Ela pensava enquanto ele falava todo o resto, e só saiu desses pensamentos quando Carol a chamou, e sem tomar mais um minuto, a Medici respondeu.


Filia: Eu estou de acordo sim. Samson e eu vamos fazer a nossa parte.





Mais tarde depois da reunião e passada de funções de cada membro. Filia estava pronta para fazer sua parte, acompanhada de Lilith claro e do mais novo dos Yagami. Samson ainda achava estranho o fato de Yue estar calado. O garoto não se manifestou, não falou nada sobre o que acontecia, ficava olhando para o nada e só se movia quando alguém o chamava. A Siren por outro lado estava animada, iria entrar em uma missão importantíssima, e queria muito pegar a “galera” de surpresa.


Samson: Esse garoto é esquisito. ——  Samson disse a Filia que estava aguardando por Lilith colocar as duas dentro do Phasewalk.


Lilith: Ele não é esquisito, é mal compreendido. Você vai ver.


Samson: Tem alguma expectativa para ele?


Lilith: Nós não temos muita liberdade para sermos nós mesmos. Quando isso acontecer, você vai entender por que ele é assim.


Filia: Eu acho que vai ficar tudo bem.


Lilith: Vai sim. Yue pode estar para eliminar o pessoal junto da Alice, mas ele vai ficar de olho na gente.


Samson: Ele não pode mudar de posição, vai atrapalhar o plano.


Lilith: E ele não vai. Yue não precisa sair de lugar algum.


O Theon abriu bem os olhos, parecia que ele havia até erguida as sobrancelhas (isso se ele tivesse alguma). Curiosidade ficou sobre o Theon, ele ficaria muito atento sobre aquele grandão caladão. A Siren segurou as mãos de Filia que ficou confusa quando a mesma disse que eles iriam se teleportar. Não havia aprestado atenção que a única que ficaria dentro da habilidade de Lilith era ela mesma e não a Medici e o Theon. Sem mais ou menos, a ruiva sumiu com eles assim que o alarme do celular em cima de uma das escadas da varando começou a apitar. A Siren foi parar em Slam Free Field com Filia e Yue que havia tocado o seu ombro antes dela sumir.


Lilith: Woooa muita gente. —— Disse a garota sentindo-se bamba. Normalmente a Siren iria para o chão, mas o Scion segurou o seu braço com firmeza e Samson pode notar uma coloração avermelhada nos olhos dela, assim como a estranha aura que ele manifestava em suas mãos. —— Valeu Red. Melhor você ir, todo mundo já está no ponto, só a gente ficou para trás.


O maior de todos concordou e então se dirigiu a uma parte escura do cenário, sumindo por meio das sombras, o que deixou Samson ainda mais intrigado com o garoto, porém, ele logo voltou a olhar para Lilith que conversava com a Filia.


Lilith: Eu vou estar sempre do seu lado. Se alguém sacar alguma arma ou qualquer coisa, não fique com medo, eu dou um jeito. O que temos que fazer é o seguinte. Você vai sair daqui, vai lá para o meio dessa bagunça e chama ela oferecendo um trato. Eu e o Red vamos ficar de olho, provavelmente os capangas dela vão aparecer e é aí que o Yue entra. Não ligue para barulhos, mas se sentir que sua vida tá em perigo, você vai para a sua direita e eu te puxo para dentro do Phasewalk.


Samson: E vamos ficar escondidos? Quero ajudar a bater nessa velha babá.


Lilith: Teremos a nossa chance, mas primeiro temos que garantir que outros problemas não atrapalhem os planos. Se papai derrubar o suporte aéreo e o resto fizer a sua parte, vai sobrar apenas ela para lidar.


Filia: Tudo bem, eu entendi. Bom, eu vou lá. Pronto Samson?


Samson: Vambora. Vamos resolver essa parada hoje mesmo.


Lilith sumiu. Desapareceu a frente de Filia em um piscar de olhos. A Medici se encheu de coragem, engolindo a estranha vontade de chorar que assolou assim que a Siren sumiu. Ela passou as mãos nos olhos e esfregou eles, tendo uma pequena lágrima enxugada por Samson. A Medici não aguentava mais essas histórias, ela estava saturada de tudo isso, e piorava saber que gente morreu por conta de pessoas de sua família, por culpa dela! A menina cerrou os punhos, inspirou com força e soltou o ar, seu sangue ferveu, os olhos amarelos de Samson ganharam uma característica mais humana, formando uma pupila e íris vermelha enquanto o resto do globo continuava amarelo. Para disfarçar a mudança, o Theon se recolheu, parecendo mesmo apenas um cabelo com uma faixa exclusiva em um mar de fios negros.


Filia saiu do ponto escuro daquela área da cidade, passou pelo carro acabado e ficou embaixo da linha do trem e chamou por Dahlia.


Filia: EU ESTOU AQUI DAHLIA NEGRA! —— A voz de Filia soou forte.


A Medici chamou-a várias e várias vezes até que a mulher se manifestou, quase assustando a menina que não a viu chegando por um beco a frente.


Dahlia: Ora, ora, olha só quem resolveu sair do buraco em que estava escondida!


Filia encarou aquela máscara que Dahlia usava. A mulher nunca revelava o seu rosto, mas a garota sabia que ela não era mais inteiramente humana. A mulher era uma aberração como ela, mas de uma escala muito maior. A menina encarou firme aquele ser, já preparada para qualquer coisa que viesse acontecer. Ela confiava nos Yagamis, confiava ainda mais em Samson que estava como sempre pronto para ajudá-la. Não importava o quanto o armamento daquela mulher fosse pesado por ela ser metade máquina, Samson iria sempre ser a maior armadura já feita, e ele faria de tudo para manter a integridade de sua hospedeira.


Filia: Corta o papo! Sei que estão atrás de mim! Eu me rendo! Você pode me levar desde que não machuque mais ninguém!


Dahlia: Aaaah, mas vai acabar dessa forma? Sem nenhuma luta? Sem nenhuma briga. Eu esperava mais de alguém de sobrenome tão importante!


Filia: Já estou cansada de toda essa história. Vidas foram perdidas em troco de nada!


Dahlia: Uma voz tão forte! Uma determinação nesses olhinhos vermelhos! Mas você e eu sabemos que a história não é assim. Não tem graça se o trabalho for fácil! Esse seu Parasita, deixe-me vê-lo primeiro!


Os punhos de Filia se fecharam, e enquanto ela pensava em como chegar em alguma palavra de forma racional com a mulher, atrás dela, mais precisamente nos trilhos do trem, cinco coelhinhas estava com suas submetralhadoras apontadas para a neta de Lorenzo. Duas delas já estavam prontas para descarregar todo o pente em cima da menina, e quando o dedo ia pressionar o gatilho, ela sentiu-se mal.


Coelhinha 1: E aí, por que tá demorando tanto!


Coelhinha 2: Eu... Eu não sei, o meu dedo está formigando, ele não quer se mexer.


Coelhinha 5: Como assim? Tá tendo um AVC logo agora?


As cinco estavam uma do lado da outra deitadas sobre os trilhos. Era madrugada, estariam seguras por ali, mas tinha algo de errado. A segunda Coelhinha estava passando mal, ela até tossia e sentiu um gosto amargo saindo de sua boca, algo metálico e muito ruim. Levou a máscara de coelho que usava apenas um pouco, para que as outras vissem que de seus lábios rosados filetes de sangue escorriam, assim como de seu rosto.


Coelhinha 3: Nossa! O que está acontecendo?! Tu tá doente?!


Coelhinha 4: Espero que isso não seja contagioso. Tenho um encontro assim que voltar para Nova Meridian.


Coelhinha 2: OOoh... Ohhh... A... Meus olhos... Eles...


Coelhinha 1: Ai que nojo, está saindo do ouvido dela também!


Coelhinha 3: Eeeeeca, melhor sair daqui mana, a Senhora Dahlia vai te matar de qualquer jeito mesmo quando descobrir que não atirou no comando! Pelo menos morre em paz e não passa isso para a gente!


A Coelhinha adoecida tossiu, uma quantidade exagera de sangue escapuliu pela sua boca, saindo como vomito e cheio de pedaços de comida e alguma coisa que parecia carne, mas não de churrascaria, restaurantes ou de prato caseiro, era muito viva, parecia pedaços dela. Seu nariz tornou-se outro caminho para o sangue de seu corpo escapulir, um estouro foi ouvido e os dois olhos dela ficaram pendurados abaixo da máscara assustando as duas mais próximas, e então sua cabeça estourou de vez com a pressão.


As quatro que sobraram ficaram assustadas, elas se levantaram sem entender o que havia acontecido. A Terceira Coelhinha batia freneticamente as mãos sobre o seu corpo coberto de sangue, e batia os saltos no ferro. As outras três seguraram firme as suas metralhadoras, um arrepio passando pelos seus corpos.


Coelhinha 1: Nós vamos sair daqui! Vamos avisar que não estamos sós!


Coelhinha 3: Em base do que vamos falar isso para a Senhora Dahlia?


Coelhinha 5: Eu que não fico aqui, olha só o que aconteceu com a Thre!


Coelhinha 4: Mas que merda, eu quero ir para casa, elas que se resolvam lá embaixo.


Coelhinha 1: Eu vou avisar a ela, foda-se vocês suas covardes! SENH-O-Aaaaaah!


As palavras dela não foram terminadas. Uma dor a impediu que ela continuasse. Sua perna direita foi arrancada do seu corpo, voando para cinda da quarta Coelhinha que ficou imóvel, vendo a primeira cair e perder cada membro de seu corpo durante a queda, ficando sem cabeça, braços e pernas.


As restantes decidiram se mandar, mas seus finais foram um tanto agressivos.


A quarta Coelhinha perdeu os dedos dos pés e das mãos. Ela viu com pavor os seus braços serem tirados dela, não cortado como a sua colega de trabalho e sim arrancado como se tivesse sido puxado por uma força, podendo ver o tecido, os músculos e o osso se romperem. Seu torço foi separado do resto do corpo e jogado para cima da quinta Coelhinha, que foi cortada ao meio dos pés à cabeça. A terceira foi a mais trágica por assim dizer. Ela sentiu fortes pancadas nas coxas, assim como na barriga, cada região sendo esmagada e estourando ela por dentro. Enquanto agonizava, algo pressionava a sua cabeça, fazendo seus olhos soltarem para fora até esta ser quebrada de vez.


O feito brutal era pertencente a figura que as olhava da sombra. Em todo o momento, Yue estava apenas com metade do corpo para fora, em meio a um prédio, do lado de fora, suspenso, vindo de algo semelhante a um portal. Elas não viram seus olhos vermelhos, não prestaram atenção que foram vigiadas e com isso tudo o Scion só tirou as suas travas mentais. A mesma coisa que ele fez quando criança para se defender aconteceu de novo. Como se tirasse várias linhas de sua mente, Yue moldavam coisa parecias como tentáculos feito da força de sua mente. Aproveitou-se da força e de sua natureza psíquica para cortá-las e eliminá-las de forma rápida e silenciosa, apesar do sadismo dos seus atos. A primeira morta proporcionada por ele foi a mais tentadora, ali ele usou-se de seu domínio do sangue em cima de outra pessoa.


O garoto se recolheu voltando para o topo de prédio e vasculhando para ver se tinha mais alguém de tocaia. Tinha cheiros novos naquela área. Ele olhou para o chão, sombras se moveram por todo o lugar e começaram a vasculhar. Os Obscuriais resolveriam parte do problema, enquanto ele ficava atento para fazer o resto.


Enquanto isso, ali embaixo, Lilith com as armas em mãos, apenas via Dahlia Negra avançar em direção a Filia, querendo saber sobre o Samson. A mulher enquanto caminhava achou estranho que seu reforço não atendeu assim que mencionou o Parasita. Dahlia era antiga, ela não iria encarar um Theon sozinha, eram criaturas estranhas, sempre cheias de truques, e aquele ali, o denominado Demônio, não era para ser levado na brincadeira apesar da Medici não valer nada por si só. Essa mulher não tinha medo de ninguém ou de qualquer coisa, mas como estava em desvantagem numérica, ela queria ao menos ganhar vantagem sobre algo.


Filia: Não se aproxime! Eu não vou ser responsável pelo que vai acontecer!


Dahlia: Você será! E COMO SERÁ! Nós duas vamos sair daqui menina, mas só eu vou voltar do jeito que cheguei para a Nova Meridian!



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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Ter Out 22, 2019 5:42 pm



Eu não acreditei que nós topamos fazer isso. Depois que saímos da mesa de reuniões, eu fiquei sentada no sofá da sala e pensando como seria esse confronto contra Black Dahlia e suas aprendizes. As histórias que ouvi do papai e das caçadas que ele já fez para eliminar potenciais inimigos, eu sempre pensei que nunca teria a minha vez de vivenciar algo parecido. Depois de tudo o que passei, eu só queria paz e liberdade. Queria que os problemas vivessem longe de mim e curtir a minha vida amorosa e minha nova família… Mas acho que a Skullheart, anos atrás, estava certa ao me dizer que minha liberdade é uma ilusão e que nada disso mudou.

Eu tive que aceitar que, de uma forma ou de outra, eu sempre terei problemas com o Lab Zero ou com os remanescentes da família da minha namorada. Mas pelo menos, eu não estou sozinha para ter que lidar com eles. Olho para a minha mãe naquela hora e vejo ela sentada no sofá maior da família. Ela não assistia TV, embora ela ficasse ligada a maior parte do tempo. Mas ela passava a mão na sua barriga, sorrindo, e parecia bem empolgada com o que estava fazendo. Mesmo com os problemas que estávamos passando, ela conseguia sorrir. E não era um sorriso qualquer. Era um que iluminava a minha alma e me fazia entender o porque o papai ficava tão fascinado com aquele simples gesto de carinho e aceitação.

Me levantei naquele momento, aproveitando que estamos sozinhas e sentei ao lado dela. Me lembro da mamãe ter me olhado curiosa, mas sem desfazer o sorriso. Eu a abracei e ela retribuiu ao gesto, sem dizer nada. Eu ganhei um beijo na nuca, alguns tapinhas nas costas bem reconfortantes. E por fim, ela só me disse uma coisa: “Eu sei que tudo vai ficar bem. Você vai ver!” E isso, apenas essas palavras, foram o encorajamento que eu precisava para ir adiante com isso.

Mais tarde, naquele mesmo dia, as coisas já estavam prontas e decididas. Cada um foi assumir a sua posição e eu tinha que esperar pelo momento certo para agir.

Slam “Free” Field não era um lugar que eu gostava de passar. Andar por ali me fazia lembrar da sensação ruim de ter o Brain Drain na minha cabeça, me observando e me incomodando. Haviam pessoas estranhas vivendo por lá, assim como haviam pessoas boas também. Mas as ruas sujas, empoeiradas, até mesmo aquele carro destruído e abandonado pelo tempo, aquilo não era um lugar comum para ninguém passar. Era como se nem a prefeitura da cidade se importasse em consertar a região…

Eu não tinha que me preocupar com as condições do local no momento, mas mesmo assim… me surpreendia que alguém do calibre da Dahlia fosse querer manter-se escondida ali.

Eu estava com o papai e a Alice. E ele dizia para a mais nova o que era preciso fazer naquele momento.

Iori: Não precisa ter pena delas, Alice. Você tem total liberdade para agir como quiser.

Alice: Tudo bem, papai! Eu prometo que vou “pintar” as “rosas” de “vermelho” pro senhor.

Ela disse isso com um sorriso estampado na cara e uma alegria que eu nunca tinha visto antes. Era como se, de alguma forma, ele conseguisse despertar um lado estranho e insano na pequena Alice.

Depois disso, o papai veio até em mim e me confirmou o que Rose e Setsuna estavam fazendo.

Iori: Setsuna já encontrou um meio de despistar a Ikari e a polícia local por algum tempo. Mas de toda forma, nosso trabalho tem de ser rápido.

Carol: Como ele vai fazer isso?

Iori: Miu. Minha outra filha que trabalha na Ikari. É Hacker e responsável pelo departamento de tecnologia e nanotecnologia dos mercenários. Ele conseguiu convencer ela a ajudar.

Carol: Sabe como eles farão isso?

Iori: Ao que tudo indica, eles vão usar drones de rastreio para emitir alertas falsos em cantos afastados da cidade e assim conduzir as ligações e atenção da polícia para longe daqui.

Carol: Falando assim, o senhor até parece um terrorista, papai.

Iori: Melhor do que isso. Sou apenas o cara que faz o que tem de ser feito quando merdas acontecem.

Carol: Uau. E quanto a Rose?

Iori: Ela esperará o momento que os inimigos tentarem nos flanquear. O trabalho dela é imobilizar os demais intrometidos e transformá-los em doce. Liberei o banquete para ela.

Carol: Estou com pena delas.

Iori: Não fique. Vieram para matar você e a toupeirinha. Deve tratá-los da mesma forma que eles tratam você.

Com isso, meu pai se afastou e eu ouvi a voz da Filia.

Eu estou com as minhas roupas de Painwheel, mas não estou com o Buer Driver. O meu verdadeiro se autodestruiu no último torneio e minha mãe confiscou o protótipo do outro que ela me arranjou. Agora, estou apenas dependendo do Gae Bolga, meu parasita interno. E com ele, eu fui dar uma de spiderman e fui escalando pelas paredes dos demais edifícios que haviam por ali.

Ao contrário de Yue, Alice chamou atenção das outras atiradoras de elite de Dahlia usando suas borboletas como distração. Eram cinco no total e todas estavam posicionadas. Algumas dentro de alguns quartos, e outras no topo dos prédios. Para cada uma, uma borboleta azul e brilhante pousou no cano de suas armas, o que atraiu a atenção de todas.

Quando as atiradoras moveram o cano da arma para espantar as criaturinhas, elas se desfizeram, o que abriu uma pequena brecha para uma faca atravessar seus olhos brutalmente.

Não sei explicar com toda a certeza do mundo, mas parecia que Alice podia usar suas borboletas para iludir seus inimigos e pegá-los numa armadilha inusitada. É como se ela esfaqueasse cara uma delas sem estar na presença delas, usando as borboletas como pequenos portais, possibilitando a passagem dela de um canto para o outro. Logo mais, não teriam atiradores para dar auxílio para Dahlia. E a minha deixa estava chegando.

Alice: Mortes silenciosas… são a minha especialidade!

A menina estava sentada no corpo de uma mulher morta no topo do prédio. E ela esperava pelo Yue fazer a parte dele. Nisso, a pequena ficou apenas assistindo o que acontecia lá de cima. E eu, eu estava bem abaixo daquele viaduto, nas sombras, apenas esperando o momento certo para interceptar a mulher.

Filia: Não se aproxime! Eu não vou ser responsável pelo que vai acontecer!

Dahlia: Você será! E COMO SERÁ! Nós duas vamos sair daqui menina, mas só eu vou voltar do jeito que cheguei para Nova Meridian!

Painwheel: Mas não vai mesmo!

Dahlia não esperava por mim. Acho que nem mesmo Filia e a Lilith, que estava escondida com seu phasewalk. De onde eu estava, me lancei com força e rapidez e cheguei para separar a minha namorada da minha inimiga com uma potente voadora na cara dela. Meu pé foi potencializado pelo metal liquido do Buer para que ele ficasse mais pesado e sua força fosse ainda maior. Ou seja, eu acertei com gosto a cara daquela mulher que não só derrubou a máscara dela como fez até seu véu preto cair de sua cabeça.

Painwheel: Você é minha, desgraçada! Nós não terminamos o que começamos!

Bom, eu acho que acabei começando uma guerra. E é hora de encerrar isso de uma vez por todas!


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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Ato Final de Filia.

Mensagem  Convidado Sáb Nov 02, 2019 11:33 pm




Filia foi pega de surpresa. Seus olhos se arregalaram nitidamente. Quem é que podia imaginar que Carol sairia de lugar nenhum para enfrentar aquela megera assim do nada, de repente, e na pior situação possível? Era a pior situação que se podia imaginar, pois assim que a mulher proferiu aquelas palavras, Filia pode ver por um momento o braço armado dela, preparado com algo que poderia se dizer um mini canhão. Podia ser loucura, poderia até ser paranoia do medo que a menina com o Theon em sua cabeça tinha daquela mulher. Dahlia era estranha, ela tinha essa aura que dizia a todo instante que iria matar você, se por algum acaso ela não fosse com a sua cara, e o pior de tudo é que ela fazia isso sem nenhum remorso.


Filia tentava manter a compostura, o que ela viu tirou um pouco de sua seriedade. A mulher sem o véu, parecia uma boneca remendada. Um dia Dahlia havia isso uma bela mulher, de rosto oval, cuidado, lábios vermelhos inteiriços, sobrancelhas tão bem feitas que dariam inveja a qualquer outra mulher que passasse perto dela, mas isso foi há muito tempo atrás, antes de ela ser completamente destruída por um Skullgirl, onde perdeu um dos braços e uma de suas pernas, e se tornar o primeiro experimento, a primeira Anti Skullgirl que já surgiu nesse planeta. Mesmo sendo a primeira geração, o poder de fogo dela era imensurável a ponto de ter ferido a Skullgirl que girou em torno da vida de Filia e Carol.


Essa não era uma inimiga qualquer, e mesmo que estivesse no chão e com as mãos apoiadas sobre a rua suja, como se tivesse sido esbofeteada por alguém mais forte e mais ágil que ela, não se podia render a cena, porém, Filia sentiu dó, teve pena dela. Carol sofreu uma dor inabalável, mas existiu repressores para impedir a contaminação da alma, fatores que melhoraram algumas coisas em seu físico. Por mais que tivesse se tornado uma imagem muito distante da Carol que um dia ela conheceu, ainda assim, sua namorada parecia melhor que a mulher estirada ao chão. O que Filia viu nos olhos de Dahli para nada. Absolutamente nada. Um vazio, um abismo tão profundos que só aumentou a pena da Medici em relação a mulher desfigurada.


Filia: Samson...


Samson: Não é à toa que ela ficou louca. Isso é um monstro.


Dahlia no entanto, não se importou com sua aparência e nem mesmo ligou para a expressão que era dada a ela pelos presentes, ao invés disso, ela mirou o seu “mini canhão” em direção a Filia e o mesmo provou ser uma metralhadora que vista do ângulo da menina e no escuro, parecia um canhãozinho do antigo Mega Man, mas com tudo em Nova Meridian era esquisito, quem é que podia confirmar que isso também não sairia fora dos padrões?


Os tiros foram em direção a Filia, um após o outro com precisão. Samson realizou uma ação imediata, envolveu a sua hospedeira com os seus tendrills, reforçando-os e mudando sua estrutura para ser tão forte quanto o metal, a mesma artimanha que ele realizava para cortar os seus oponentes. O Theon mesmo forte, acabou sentindo na “pele” a pressão das balas, e como consequência, ele foi arrastado para trás, o corpo de Filia caindo no chão, e sua perna direita foi atingida por algumas balas.


Filia: OOOOOAAAAAAAAH!!!


Filia A situação foi repentina e a dor que Filia sentiu foi forte, ela levou as mãos até a batata da perna, sentindo o sangue morno escorrer pelos dedos. Aquela dor fez sua cabeça doer, e a Medici mergulhou no escuro. Foi como se ela já tivesse conhecido essa sensação, de já ter sentido a pele ser rasgada, a carne perfurada e uma dor excruciante, como se a bala tivesse acertado o seu osso. Lágrimas escorreram pelo rosto da Medici enquanto a situação ficava pior. A menina se viu deitada, em um chão cheio de tacos alaranjados, misturados em um vermelho sangue.


Por um momento o cérebro de Filia parecia trabalhar, estava colocando tanto empenho em manter-se acordado, que a força que ele fazia foi intensa a ponto de se conectar com Samson, e invadir os cantos mais sombrios de sua cabeça, acessando memórias. Por um breve momento, Filia pode ver cenas, não tão claras, mas ela via pedaços da memória de Samson, se agarrando a fios dourados, absorvendo-os e se alinhando a algo. A menina sentiu uma dor em sua cabeça, como se estivessem ligando fios de ferro a ela, perfurando sua cabeça, afundando-se em tudo o que consegue, e então ela ouviu a própria voz.


“Tio?”


Quando Filia abriu os olhos, ela viu um cenário diferente, estava no que parecia uma versão roxeada, meio esbranquiçada do cenário. Lilith estava com a mão sobre a sua perna machucada. A menina havia entrado em Phasewalk e colocado Filia junto a ela. A Siren tinha uma propriedade desconhecida a todos e que manteve para ela mesmo. Dentro desse estado, Lilith podia curar a si mesma, assim como podia fazer com outra pessoa, desde que ele estivesse junto dela. Receber energia de diferentes lugares criava uma reação em cadeia interessante, onde a Siren ao manipular sua estrutura, podia ajeitá-la em caso de dano.


Filia olhou para onde ela havia estancado o sangue, não tinha mais os buracos de bala, a Medici não sentia dores e o sangue havia sumido.


Filia: O que aconteceu?


Lilith: Você levou vários tiros, e a Dahlia desceu o cacete na Carol.


Samson: O que você estava fazendo?!


Lilith: Curando a sua hospedeira e acordando você. Não sou acostumada a fazer isso, e você Samson, é muito esquisito, não dá pra fazer mágica sabia?


Filia segurou a mão que Lilith estendeu para ela, a ruiva ajudou a se levantar e então as duas se encararam por um breve momento, até o os olhos vermelhos da Medici encontrarem o corpo de Carol surrado, ferido, machucado. Filia levou as mãos a boca enquanto a ruiva balançava a cabeça.


Lilith: Ela deveria ter esperado um melhor momento para fazer algo. — A Siren olhou para Filia, e então abaixou as mãos da menina e franziu o cenho, os olhos amarelos dourado queimando em um laranja e vermelho intenso. — Você vai fazer um movimento, ou eu vou?


Filia: E... E-eu...


Lilith: Essa história é sua! Toma uma atitude garota! — A Siren então deu um tapa na nuca da menina, enterrando os dentes do Theon para dentro dele e fazendo Filia sentir uma pontada de dor, os olhos se enchendo de lágrimas.


Filia: Por que você fez isso?!


Lilith: Para você se mancar! Não dá para ficar na aba dos outros a vida inteira. Carol precisa da sua ajuda, então faz algo!


Filia: Tem razão.


Samson: Caralho! Isso foi desnecessário!


Lilith: Quer outro?


Ele estreitou os olhos e encarou Lilith que revidou o olhar, Filia porém parou aquilo ao coçar a garganta.


Filia: Me coloca para fora, eu vou fazer algo antes dela machucar mais a Carol.


Lilith: É assim que se fala.


A ruiva tocou Filia, e então a mesma apareceu em meio ao cenário, encarando Dahlia que largou Carol assim que ouviu o riso baixo e assustador de Samson.


Dahlia: Olha só quem resolveu aparecer! Cansou de ver eu surrando a sua amiguinha?


Filia sentiu o seu rosto queimar, a menina encarou Dahlia e seu rosto desfigurado e estreitou os olhos, cheia de raiva. Como uma mulher assim podia existir? Ela sorria, parecia gostar do que fazia, infligir dano ao outros, judiar de qualquer um, se sentir superior. Nem uma aranha que pode facilmente matar uma mosca, montava sua armadilha sem fome.


Dahlia: O que vai fazer? Vai esmagar os dedinhos rechonchudos enquanto me dá esse olharzinho mixuruca? Eu vou acabar com essa sua cara feia!


Samson: Aqui vem ela! SE SEGURE!


Mas a Medici não quis se segurar. Filia avançou contra ela e Samson torceu os seus tendrills, forçando os espinhos a crescerem ainda mais, prontos para o combate. Dahlia era uma oponente incomum, mas a menina com o Theon na cabeça tinha o seu próprio gingado, coisas que aprendeu durante todos esses anos viajando sozinha, caminhando ela e Samson, se virando na vida até ter achado Carol.


Dahlia decidiu lhe dar um soco com o seu braço ainda humano, mas era só uma finta, para ela vir com o seu armamento, porém, a Medici segurou o soco e Samson foi quem acertou o rosto da Black Dahlia, causando um som ensurdecedor, mas a mulher não deu uma passo para trás, ficou firme e tentou descarregar a sua arma para cima de Filia, mas o Theon não era palhaço, ele não se movimentava a toa, enquanto o Tendrill da frente dava um belo de um soco, os outros se juntavam para fornecer um escudo para Filia. Assim que o armamento estava pronto para disparo a Medici saltou para trás e correu em direção oposta de Dahlia, com Samson protegendo as suas costas.


Dahlia: Voa passarinho!


Filia sentiu um gosto amargo em seus lábios, ela saltou, e não foi um salto baixo, foi um salto alto. Todo o hospedeiro de Theon ganhava alguma vantagem física, eles forneciam de certa forma uma quebra de paradigmas que naturalmente o ser humano tem, mas que fica dormente por conta do raro uso de todo o cérebro. Ter Samson é a mesma coisa que uma chave que ia destravando cada parte necessária do maquinário que movia todo o corpo da forma que ele deveria originalmente operar.


Filia tomou alguns tendrills de Samson para si, e usou ele para furar os alicerces de metal, subindo como uma aranha, e ficando de cabeça para baixo, o Parasita se prendendo e ela olhando Black Dahlia da li de cima, a mulher pronta para mais uma leva de tiro. Sempre foi um mistério saber onde ela carregava tudo aquilo, e como ela era rápida o suficiente para recarregar, mas a Medici tinha ideia que até mesmo a perna mecânica da primeira Anti Skullgirl era uma arma em potencial.


Filia: Vamos nessa Samson! — Ela se jogou em direção a mulher e virou o corpo no ar, o Theon a envolvendo e transformando a menina em uma cerra, pronta para cortar a mulher no meio.


O choque foi ensurdecedor, Dahlia colocou seu armamento a frente de seu corpo, e nem mesmo Samson que podia fatiar o metal, tinha força contra aquele material. O Theon não imaginava que sua oponente tinha carga para isso, que ela possuísse um componente forte o suficiente que o obrigasse a induzir mais força. Ele puxou filia para trás, a menina arrastando os pés pelo após ser jogada para trás por ele.


Samson: Precisamos de mais força. — Ele disse mentalmente para ela.


Filia: Eu garanto tempo, e você reúne o que precisa! — A Medici então avançou contra Dahlia, no que seria um dos seus duelos mais ferrenhos.


A mulher era superior em todos os aspectos. Era uma combatente real, uma assassina de verdade, uma verdadeira espiã e infiltradora. Dahlia não brincava no serviço, seu nome era referência e a precisão que ela fazia o seu trabalho era inquestionável. Ela foi, e ainda era uma mulher que viveu situações ruins e sobreviveu de combates realistas e não os superficiais, presos em esquemas e combinações. A vida não foi gentil com ela, e como consequência, ela mesma acabou se tornando um reflexo dessa falta de gentileza.


Ia para cima dela foi um erro. Filia não tinha uma estrutura tão boa assim para se garantir em um combate extremo, mesmo que com um soco ela pudesse tirar o dente de alguém sem muito esforço, valia lembrar que a figura a sua frente foi assim como Carol, uma espécie de rato de laboratório, feito puramente para lidar contra seres que a maioria das pessoas desse mundo eram incapazes de enfrentar, pois nem todos tinham habilidades, ou contavam com sortes anormais e nem podiam absorver nada de lugar nenhum para se utilizar em combate.


Dahlia foi treinada para isso, e os membros que lhe faltavam e foram substituídos por armamentos foi por pura falta de sorte em combate, onde ela perdeu ambos na antiga história de Meridian. Não ser como era antes, e ainda passar pela sua transformação, foi um dos fatores que deixaram a mente dela enlouquecida. Como a mulher era antes ninguém sabia, mas hoje era uma das piores psicopatas e sociopata que já pisou no Mundo. Não havia remorso, nem questionamentos, só ordens a serem seguidas.


Dahlia: Oh menininha, como você é bobinha! —  Ela facilmente desviou de Filia, e bateu com seu braço armado bem no queixo da menina, fazendo o som dos dentes se encontrando ser alto suficiente e causar pressão e dor pela cabeça da menina. — Viver na rua deve ter deixado você valente, ou essa valentia é por que tem esse Parasita na sua cabeça? Quando acabarmos, eu vou arrancar ele de você!


Uma joelhada na barriguinha rechonchuda de Filia. Um tapa com a mão boa no rosto da menina, um bem dado, raspando a pele da boca nas pontas no dente e causando ferida. Um chute entre o ombro e o pescoço, dado com tanto gosto que desnorteou a menina. O cano do armamento foi utilizado, não para disparar e sim para bater na testa de Filia, enterrando-a no chão sem muito esforço. A Medici ficou largada no chão, os olhos arregalados e com um único pensamento: o que foi que aconteceu?!


A mulher era rápida!


Filia ficou surpresa com isso, tanto que nem reagiu quando a primeira Anti Skullgirl e pegou pela roupa, erguendo-a sem muitas dificuldades. Filia sentia a sua nuca doer, e sabia que era Samson preparando a energia necessária para esse embate. Por mais que a Medici ainda servisse de certa forma de saco de pancada para a Black Dahlia que aproveitava a suposta rendição dela para surrar a menina, ela também tirava a atenção dela para o Theon que secretamente mudava o interior da menina.


Samson era único em sua espécie, ele recebeu nome de Demônio, Atormentador, Aterrorizador, Assassino de Hospedeiros entre outros por muitos, mas todo esse nome não era a sua aparência, nem mesmo só pela sua capacidade exuberante de mudar o seu corpo em qualquer forma em uma velocidade gigantesca! Samson era ligado diretamente com o corpo de Filia, ele tinha acesso ao organismo dela! E por causa disso, ele se alimentava dela quando preciso o que lhe dava um poderio avassalador, deixando ele capaz de criar a sua energia a Theonita de forma mais potente que assustaria aquela mulher, mas ele não faria só isso, com a força que ele adquiria do sangue de Filia, ele também dava a sua hospedeira muito mais forte do que uma humana comum! E era esse trunfo dos dois que ficaria de frente com a Dahlia Negra.


Quando Filia sentiu o seu sangue ferver... Ela soube que era a hora.


Sua mão esquerda encontrou a que segurava a sua roupa e torceu, virando-o, sentindo a pele ser puxada e os músculos cederem. Filia foi solta, seus pés tocaram no chão, e quando ela ficou firme, a Medici deu um chute lateral na mulher, o tendrill grande da esquerda, acompanhava essa perna, formando um pé abaixo do de Filia, mas cheio de espinhos! A menina então cortou a perna boa dela, fazendo a mulher saltar para trás e ver o vestido, assim como sua pele rasgada.


Os olhos de Filia brilhavam em um vermelho intenso, as írises pareciam dois faróis na escuridão, e os olhões de Samson ficaram visíveis, não só isso, mas o corpo dele começou a crescer. A menina se abaixou no chão, apoiando as mãos com firmeza e logo o “demônio” ergueu-se, era grande, peito estufado, seu rosto era quadrado e comprido, os tendrills transformaram-se em grandes braços e ele rugiu com força para estremecer Slam Free Field!


Ele se desmanchou atrás de Filia, e todo o seu corpo imenso se tornou um número gigantesco de Tendrills. Usando o máximo do seu hospedeiro e de si mesmo, Samson apenas tinha uma função: manejar o gasto enquanto Filia trabalhava!


A Medici entendeu o recado no rugido e assim que ele se “desmanchou” a menina partiu para cima da mulher, usando quatro tendrills para se locomover em grande velocidade enquanto o resto puxava sem muito esforço os trilhos acima deles e lançava contra a mulher, fazendo o ferro se fincar no chão como uma lâmina que se enterrava no corpo de alguém.


Dahlia sentiu-se “surpresa” pelo ato de Filia, ela não imaginava que os dois podiam fazer isso, mas não importava, ela não era a melhor assassina dos Medici por nada! Ela usou a sua perna mecânica para disparar um projétil largo e grosso, propenso para momentos assim. A perna mecânica era nada mais do que simplesmente um refúgio, um pequeno adento para causar com os problemas mais rápido possível, e o que mais poderia ser mais eficiente do que um lança granada? Na mente dela nada, pelo menos na situação que estava, havia nenhum problema. Nenhum dos seus oponentes eram páreos para ela.


Só que Dahlia não contava que Filia não estivesse sozinha, ela nem tinha ideia que haviam duas figuras vigiando a menina. Lilith mantinha as suas duas armas apontadas para ela, louca para ela cometer um deslize e descarregar bala na mesma. Na escuridão do lugar, Yue ficava sentado em um banquinho que ele havia surrupiado de uma das casas sem o dono se quer saber quem levou e o que aconteceu. Ele mantinha-se com os braços cruzados e bocejava preguiçosamente, assistindo o embate das mulheres.


A granada foi lançada quando a Black Dahlia jogou seu corpo para trás, virando-o no ar, mas seu ataque foi interceptado por Filia que o agarrou e jogou para Lilith, que abriu um buraco dentro de seu Phasewalk e lançou-o no espaço, assistindo a explosão de grande feito. A Siren ficou surpresa de como a mulher tinha coragem de andar com aquilo como perna.


Lilith: Oh Crap! Olha isso! — Disse espantada. — A mulher é um T-800?!


Ao tocar o solo, Dahlia tinha certeza que veria algo acontecer, mas a única coisa que ela viu foi um mar de fios escuros, passando pelo chão, elevando o solo e lançando a mulher para o alto.


Filia: Como você se sente ao saber que é inútil?


BAM! Um dos inúmeros tentáculos espinhentos bateu na mulher a jogando no alicerce metálico ao lado do carro. O corpo de Dahlia se afundou ali, prendendo-a no ar. Filia se aproximou, o corpo bem elevado do chão e aproximou do rosto dela.


Filia: Você me caçou em Nova Meridian não foi? Vocês me acharam! Mas tenho certeza que todos os que me procuraram, que vieram atrás de mim em minhas viagens, foram vocês! Não sei o que quer comigo, mas o que você fez foi imperdoável!


Uma das coisas que Filia nunca gostou desde que acordou nesse mundo, era ver as pessoas que nada tinham haver com os problemas dos outros, serem envolvidas por eles, judiadas, massacradas, humilhadas. Ver pessoas inocentes serem feridas, foi o drive para Samson vasculhar na mente da menina para servir de combustível de força. A cena da lanchonete, as olhadas pelo jornal. Ouvir os cunhados conversarem sobre isso, tudo isso passava pela mente de Filia, e por quê? Ela detestava isso, era o tipo de coisa que instigava a Medici a ferir aquela opressora. Relembra-la que Black Dahlia era uma criatura ruim, era o que permitia Filia usar todos os tendrills em cima dela, cada um batendo violentamente nela, fazendo o som de cada batida ser ensurdecedor.


Filia: Você gosta de ser surrada? — Um tendrills danificou sua perna robótica. — Você gosta de atirar nos outros? — E a menina quebrou o braço arma dela. — Como você se sente, sendo um de nós?


E começou. Filia passou a bater nela do mesmo jeito em que foi surrada. Socou os sua cabeça, sua barriga, seus braços. Batia com tanto gosto quando Dahlia enquanto a segurava. A Medici não era violenta. Para falar a verdade, Filia não gostava de estar nessas situações, mas o trunfo dela e de Samson durava poucos minutos antes dele encerrar a conexão elevada e a Medici cair dura no chão para se recuperar. O truque era fazer o que ela tinha que ser feito até ela “secar”, pois o Theon tinha uma quantidade de sangue que ele podia absorver dela antes da mesma desmaiar, se não ele mataria a sua hospedeira.


Sem opção para seguir, Filia precisava desferir quantos golpes fosse possível contra a mulher que parecia não se abalar com isso. Samson tinha quase certeza que ela estava aproveitando, mas era irrelevante.


Samson: Nós temos que dar um fim nela, ou os Medici não vão nos deixar em paz! Mais pessoas vão se envolver, e eu não vou tolerar mais eles atrás de nós!

Dizendo isso, Samson e Filia se juntaram e fizeram o que ninguém nunca pensou em fazer: eles mataram a Black Dahlia.


O alicerce foi pintado de vermelho, pedaços de carne, óleo e metal. Isso foi derrubado quando Samson tomando de novo a sua forma monstruosa, decidiu garantir que a mulher enfim morresse. Eles derrubaram os trilhos, fizeram daquela pequena área um túmulo. Os cabelos de filha estavam cobertos de vermelho, assim como seu corpo e roupas. Não foi uma cena bonita de se ver, os espinhos e a força da dupla era algo para se pensar em enfrentar em seu verdadeiro estado. Durante o ato feito, Filia pode apenas utilizar uma parte consciente de seu ser para proteger Carol enquanto eles se livravam de mulher. A Medici desceu, Samson a colocou no lugar, mas assim que os links se quebraram, Filia perdeu a visão, não sentiu mais as mãos e os pés, seu coração parecia que ia explodir até que seu ritmo foi diminuindo cada vez mais por conta da falta de sangue.


A menina com o Theon na cabeça despencou no chão de costas, nem ela ou Samson se mexeram.



UMA SEMANA DEPOIS! NOTÍCIAS EXTRAVAGANTES.


A luta passada foi intensa, Filia se sentia cansada, seu corpo estava exausto, mas a Medici agora descansava e aproveitava uma melancia geladinha que lhe foi entregue por Alice, sua cunhada mais nova, que também comia com ela a fruta doce. A menina estava sentindo-se aquecida e mais leve. Depois de tudo o que aconteceu, do susto que tomou e tudo o mais que deu errado, Filia e Samson podiam desfrutar de uma calmaria que eles não tinham tanto na vida. O Theon comia vários pedacinhos de melancia que lhe foram dados, havia três pratos cheinhos carregados por ele. Era muito gostoso para apenas comer um só.


Na sala a família toda estava reunida, e aproveitavam-se de um raro momento sem brigas, discussões, berros e a garotada que não estava elétrica, se deliciava com um café da manhã grande, cheio de cestas de frutas e nada engordurado para eles. A Medici se encontrava do lado esquerdo de Carol e as duas de vez em quando trocavam olhares, tendo Filia uma vez ou outra roubado um beijinho de sua namorada magricela.


A Medici assim como os outros pararam de comer quando Dean veio da cozinha acompanhada de Iori. Naquela manhã, os pais dispensaram a família e praticamente os deixaram livre de suas obrigações.


A mãe da família sentou-se em uma poltrona perto do pai que segurava sua mão. Era estranho para os desconhecidos ver o casal daquela forma. Todos sabiam que Iori pelo seu jeito bruto e rude é a pessoa que menos se espera algum ato de gentileza e cuidado, mas Filia sempre ficou curiosa em saber como a mãe de sua namorada conseguia tal feito. Iori não era de tão ruim, mas vê-lo ajudar Dean se sentar-se e ainda manter as mãos juntas, deixava uma curiosidade na Medici, porém ela não ousaria falar nada.


A mulher foi responsável por pessoalmente restaurar os danos a Slam Free Frield. Apesar de ninguém saber exatamente como a não ser o seu marido, os alicerces e cada componente que foi arruinado, principalmente os corpos das coelhinhas não foram encontrados. Tudo pareceu um sonho distante onde Filia e Carol tiveram uma história, como se cada uma tivesse em um sonho conjunto e nada mais. No entanto, desde aquele dia, pouco se ouviu Dean falar algo a não ser que “na hora eu chamarei todos vocês”. Ninguém perguntou, nem mesmo Samson teve coragem de questionar o motivo de tal frase, porém, um dia antes, Carol notificou a namorada que os pais iriam conversar com a família sobre os eventos que haviam se passado. Isso deixou Filia pálida e Samson ligeiramente cinza.


Dean: É bom ver todos vocês reunidos em um raro momento de paz. — A mulher de olhos dourados dizia, brincando com os seus dedos e dos do marido. — Acho que o último evento serviu para nos deixar preocupados e atentos, e nos fazer lembrar que não importa o quão forte somos, existem coisas que são inevitáveis.


Filia parou de comer aos poucos e Samson que estava pronto para devorar o terceiro prato de uma vez ficou olhando o ruivo e a morena. Os filhos ficaram quietos, estavam atentos as palavras da mãe.


Dean: Não sou muito de ficar me envolvendo nos problemas de vocês, nem mesmo tenho o costume de ficar encobrindo, mas dessa vez, ultrapassamos limites que não deveriam ser ultrapassados. Em toda a minha vida, eu sendo o que sou, sempre lutei batalhas silenciosas. Combates que podiam render o mundo as cinzas, remodelá-lo e até acabar com qualquer vestígio seu. Aqueles que me conhecem, sabe que todos os meus trabalhos sempre foram feitos com descrição, e até hoje, o Mundo, não tem a menor ideia que existem criaturas como eu andando por aí, por conta de uma coisa. Descrição. Uma batalha silenciosa, é uma batalha que só os envolvidos devem estar presentes.


A sala ficou em silêncio.


Dean: Nós já sabemos como essa cidade funciona, como ela reage a essas coisas. Vocês estão mal-acostumados, estão mal-educados. Estão repetindo ações desnecessárias com uma imprudência de assustar até a mim mesma que já participei de cenários mais grotescos e terríveis nessa minha vida longa. O que aconteceu essa semana em Second Southtown, não pode e não deve se repetir de nenhuma maneira.


Lilith: Nós só estávamos nos defendendo mamãe.


Dean: Só nos defendendo? É, eu conheço isso, mais do que qualquer um de vocês aqui presente, eu sei o que é isso, mas por mais discreto que tenha sido, ainda assim causaram problemas desnecessários. Toda essa situação de fato, ao meu ponto de vista, foi completamente desnecessária. Os traços que haviam deixado, os restos da cena de batalha, todos de fato já devem ter atraído inimigos distantes, membros antigos de nossas histórias. Mesmo eu tendo de certa forma restaurado a localidade, eu não pude deixar de notar que alguém mais estava olhando, e a presença que eu senti não havia chego comigo, mas estava ali, todo o tempo e fez-se presente quando eu cheguei.


Samson: Como assim?


Dean: Humanos, Éthers, Theons ou Primes, não são as únicas criaturas no Mundo que quando não querem serem achadas, conseguem sumir do radar, seja da forma mais criativa, ou a mais terrível de todas. Eu não sei quem é, ou o que é, mas digo a vocês que esteve comigo o tempo todo enquanto eu via o coração de Black Dahlia bater ainda, mesmo ela estando em um estado deplorável, difícil de até mesmo para eu olhar.


Filia: Ainda estava... Viva? — Filia engoliu a seco.


Dean: Acredito eu que sim, apesar de que quando chegou a hora de eu dispor dela de forma mais humana, eu não senti mais nada do que um intenso ódio pela Filia. — Dean suspirou. — Eu não posso dizer ao certo, mas há exatamente sete dias vocês acabaram com um inimigo, mas creio que criaram um, cuja face não conhecemos, mas pode ser tanto uma que já conhecem, quanto uma que todos nós desconhecemos.


A Éther então olhou para Iori, enquanto os mais novos processavam o que mãe dizia. Dean deu um tempo para eles absorverem em suas cabeças o que ela disse, inclusive Filia, que como sempre dormia nos momentos mais importantes, deixando Samson o único a processar o que realmente era importante.


Dean: Já faz muito tempo que eu venho pensando sobre voltar para onde nossas histórias começaram. Essa cidade, esses lugares, não foram feitar para aguentar nossas histórias e nem as nossas batalhas. É um terreno desconhecido, onde as coisas constantemente mudam a favores de uns e de outros. É estranha por si só, porém, as pessoas que aqui vivem, não estão prontas para as nossas vidas, assim como não estão preparadas para as consequências no caso de nós falharmos. Second sempre terá lugares interessantes para batalhar, porém, não é o nosso campo de batalha.


A Yagami inspirou fundo e então soltou o ar.


Dean: Precisamos estar em um lugar que conhecemos. Um lugar preparado para as coisas que virão depois disso tudo que aconteceu. Podem ter certeza que despertamos antigos enfermos com os últimos acontecimentos onde nossa presença esteve em conjunto a essa orquestra. Por isso, eu conversei com Iori e está na hora de nossa família retornar para onde ela começou. O lugar em que ela nasceu, onde o pai de vocês e eu decidimos iniciar nossa família.


Filia se encolheu um pouco, então ela viu algo curiosa, a mulher de cabelos longos e castanhos passando a mão na barriga, algo que Carol havia comentado para ela esses dias, que a mãe às vezes ficava sentada no sofá fazendo isso enquanto pensava profundamente em algo.


Dean: Nós também temos outros motivos para isso. Nossa família é grande, e ela irá crescer mais ainda. — Os dois mais novos, Lilith e Yue ergueram a cabeça no mesmo momento, enquanto a menina Painwheel arregalava os olhos junto de Setsuna, que estava como sempre, empoleirado na janela da sala. — Eu sei, imaginem como eu sei bem o que está passando na cabeça de vocês, porém, nossa família precisa estar em um lugar onda ela se sinta de certa forma protegida. Eu não vou mentir. Eu ando enfraquecendo, me sentindo indisposta a cada dia, e para que as coisas se tornem mais tranquilas, nós precisamos estar em um lugar em que realmente podemos chamar de lar. Eu gosto dessa casa, mas eu não me fiz aqui, minha história não se iniciou aqui, nem o seu pai, ou qualquer um de vocês. A verdade é que, precisamos estar em uma zona onde temos de certa forma um meio de nos cuidar.


Lilith: O que vai acontecer, vamos voltar para a Orchid?


Dean: É, mas não antes de vocês terminarem ano letivo de vocês. Até lá, eu e seu pai já teremos preparado tudo o que for necessário para finalmente voltarmos para lá, e começar os nossos planos para a tempestade que está vindo.


Yue: Eu sinto que tem algo mais... — O garoto mais alto, porém mais novo disse isso estreitando os olhos para o lado da mãe, mas especialmente para o pai. — Algo está errado...


Dean, no entanto, deixou que Iori respondesse isso em seu lugar. Assim que o marido conversou com o mais novo, ela retomou a fala.


Dean: Preparem-se. Façam dos próximos meses os melhores. Mantenham seus amigos perto, os inimigos também, e criem memórias para não serem esquecidas, mantenham seus contatos, pois assim que o ano se fechar, essa casa será posta para alugar assim com o apartamento, pois você Filia, também virá conosco.


Falando isso, Dean se levantou e se dirigiu a escada, indo para o quarto enquanto o homem ruivo ficava na sala com os seus filhos. Os meninos ficaram quietos por um tempo, cada um se entreolhando, ficaram ligeiramente incomodados com as palavras sombrias da matriarca, mas esse incomodo foi embora quando Filia ao se dar conta das últimas palavras de Dean se levantou toda animada e aos berros, sem prestar nenhuma atenção no que dizia.


Filia: ISSO! EU VOU MORAR COM A CACÁ E A GENTE SE CASA! — Falou a Medici achando que estava falando isso apenas em seus pensamentos.


Samson: O QUÊ?!



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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Seg Nov 04, 2019 4:27 pm



Assim que atingi o rosto dela com uma voadora, as coisas ficaram bem sérias. Eu não quis mais esperar e não me arrisquei ver ela tentar alguma coisa com a minha namorada. O papai disse que a responsabilidade era minha e eu irei fazer isso! Vou corrigir o erro que cometi, irei pagar as minhas dívidas com as pessoas que perderam suas vidas nas mãos dessa mulher diabólica e cruel. Chegou a hora dos Medicis entenderem que não vou mais baixar minha cabeça para eles, e Filia tinha que entender que certas decisões precisavam serem tomadas agora e alguns maus serem cortados pela raiz.

Quando ela me contou que tinha alguém que podia ser PIOR que Dahlia, eu não quero ficar me arriscando e deixar inimigos a solta. Já me basta saber que Valentine sumiu no mundo e Brain Drain também. Já me dói pensar que as pessoas responsáveis por destruírem minha vida estarem vivendo muito bem, sadias, afastadas, como se nada tivesse acontecido. Hoje, eu não vou perdoar mais quem tentar me ferir ou ferir a minha família. A partir de hoje, eu assumo a responsabilidade do nome Yagami. E vai ser com essa luta.

Painwheel: Vejam só… não sou a única que veste uma máscara para esconder um monstro.

Quando vi Dahlia tentando se levantar, seu rosto… estava destruído. Eu não consigo pensar como ele poderia ser antes. Talvez, fosse como eu. Quero pensar que ela fosse uma pessoa boa antes disso tudo e que ser transformada em um Anti-Skullgirl tenha sido pressão demais para ela. Há todo aquele papo de corrupção de almas, coisa que só é possível com parasitas sintéticos. Até onde sei, Dahlia não tinha nenhum parasita no corpo, a não ser que suas próteses metálicas tenham contribuído para a corrupção de sua alma.

O que é isso? A corrupção de Alma é quando um hospedeiro de parasita não tem condições de mantê-lo. No meu caso, minha alma seria corrompida se eu não tivesse o sangue de Skullgirl. Pois eu costumava ter dois, Gae Bolga e Buer Driver… Patrícia, a Peacock também tem dois parasitas sintéticos, mas acho que o doutor deles encontrou um jeito mais ´prático de evitar a corrupção dela. Um bem mais saudável que o meu.

Painwheel: O que você pensa que está fazendo?

Eu vi Dahlia naquele momento mirando em Filia e disparando contra ela. Meu corpo gelou. Imediatamente eu vi Samson cobrindo ela com suas fibras, mas mesmo assim, Filia foi atingida na perna e caiu. E ouvir o grito de dor choroso dela, aquilo ali me ferveu a mente. Eu não pude me controlar. Eu pulei em cima da desgraçada. E a nossa luta começou ali.

Enquanto isso, Setsuna estava com a nossa irmã mais velha, lá na Ikari. Miu estava controlando um drone militar que filmava o combate que rolava ali em Slam “Free” Field. Setsuna estava com ela, em pé ao seu lado enquanto olhava para a irmã trabalhando tão bem naquele tipo de equipamento.

Setsuna: Eles não me deixam controlar o drone. Como conseguiu carta branca para usar um?

A mulher morena e de olhos vermelhos olhou para o seu irmão, que tentava ser o mais diferente possível do nosso pai. Mas ele meio que falhava nisso, por mais que tentasse mudar o penteado.

Miu: Duas coisas. Fui eu quem montou esses drones. E também… eu quebrei alguns protocolos, regras, sabe? Eu vivo no meu limite.

Setsuna ficou intrigado com a resposta da irmã.

Setsuna: Não tem medo disso dar algum problema para você?

Miu: Nenhum. A Ikari precisa da minha tecnologia. O General não seria louco de me expulsar por ter quebrado algumas regras. E se ele pensar nisso, eu dou o meu jeito.

Setsuna: O que você fez para tirar a Polícia local de circulação?

Miu: Eu usei um código para disparar o alarme do banco e de vários outros lugares importantes, alarmes silenciosos e barulhentos. Além de enviar mensagens de que o grupo que atacou dias atrás estaria tentando um assalto aos bancos.

Setsuna: Mas e as pessoas que moram em Free Field? Como vai impedir de que elas liguem pra polícia?

Miu: Eu estou mantendo todas as linhas da po´lícia ocupadas. S´ó irei liberar tudo quando o que estivermos fazendo ali acabar.

Setsuna: Caralho… você é fodona demais. Não é atoa que todos respeitam você.

Miu: Você quem foi besta em escolher Ralf como mentor.

Setsuna: Vai se ferrar. Você parece cada dia mais a sua mentora.

Miu: É. Faz parte do treinamento.

Setsuna estava assistindo o combate que desenrolava. Ele e Miu ficaram espantados com o que viram.

Setsuna: Caralho! Sujou! Deu merda!

E ele disparou numa corrida para fora da sala.

Miu: Aonde você vai?

E ele gritou.

Setsuna: Eu vou ajudar! Melhor eu estar lá pra ajudar a Carol!

O soldado passou correndo por vários outros, até mesmo por seus superiores. A pressa dele acabou sendo ignorada, por um motivo que não se sabe. Ele foi correndo até um dos veículos que podia dirigir, pulou em cima dele e colocou a chave na ignição. Em segundos, Setsuna saiu cantando pneu e saiu da base de Ikari para ir em direção aonde a luta ocorria. Será que ele chegaria a tempo?

Setsuna: Merda! Merda! Merda!

Enquanto isso, Rose, minha irmã com poderes mágicos, não teve dificuldade nenhuma em lidar com as outras atiradoras de Dahlia. Ela até brincou de lutar com algumas dela, se divertindo na sua forma rosada, que eu achava bem bonita. Ela se divertia como uma criança abobalhada, sacaneava as atiradoras e lutadoras com facas, que se irritavam com a facilidade que eram evitadas pelos seus ataques.

Rose: Hahahah! Você são divertidas! Mas acho que já passei dos limites! Papai vai se zangar se eu não cumpri a minha parte.

Então, ela levou os dedos maiores da mão canhota aos lábios e depois mirou nas mulheres e disparou um raio de transformação. Fez todas ali se transformarem em doces, dos mais variados tipos. E bem, usando os poderes psíquicos dela, acabou devorando uma a uma ali, com o maior sorriso de satisfação. É. Acho que de todas ali, elas tiveram o final mais triste.

Rose: Hmmm…. Saboroso….

~ BLAM! ~

Rose: Hum? Que barulho foi esse?

E assim que ela olhou para cima, ela viu que tinha um helicóptero voando e o papai saltou em direção a ele, como se fosse um wolverine raivoso querendo arrancar o piloto da cabine e depois jogar ele de cabeça na hélice de helicóptero. E… Meu deus! Senhor! Deus do céu! Ele fez isso mesmo!

Rose: Meu deus… eu vou… vomitar…

E Rose saiu para um cantinho. Ver aquilo não foi legal.

O meu pai era insano. Ele saltou na frente do helicóptero armado dos Medici. Era um helicóptero de combate. Armado com metralhadoras giratórias e mais uma caralhada de coisas. Como eles conseguiram passar com uma desgraça dessas para cá? Bem… são os Medici. Eles devem ter mais dinheiro que Deus e então, devem ter comprado um bando de político e militares corruptos para poder passar com as coisas para continuar com sua operação. Logo… eu não duvidava que eles fossem virem preparados para uma guerra.

Quando meu pai parou na frente do helicóptero, ele atravessou o vidro do piloto e agarrou ele pelo pescoço. Nessa mesma hora, a Miyu, informante do meu pai e uma amiga antiga dele, saltou pelo outro lado do helicóptero e assumiu os controles dele. Foi decidido de última hora que seria melhor não derrubar o negócio, pois se ele caíssem em cima de alguma casa ou apartamento, aí sim as coisas iriam para o inferno. Com ela ali, meu pai arrancou o homem da cabine e só ergueu ele pra cima, fazendo sua cabeça ser decepada e o sangue que vazou em geiseres, acabou molhando as hélices e fazendo uma chuva pingando para todos os lados. Ele jogou o corpo dali e saltou do helicóptero para um dos prédios mais ´próximos.

Miyu: Era necessário eliminá-lo assim?

Iori: Faz anos que eu não mato alguém com estilo. Não posso perder a oportunidade de fazer isso?

Miyu não esboçou reação alguma. Bom, ela era um androide. Então, não deve ser parte de sua programação isso. Logo, ele ficou encarregada de sumir com aquilo ali. E foi o que ela fez. Deixou o local. Para onde ela levou o helicóptero, ninguém sabe.

Enquanto isso, Alice descia dos prédios e encontrava Rose se recuperando da cena que acabou presenciando. Ela não tinha vomitado, mas ficou ali, respirando fundo, tentando não pensar no que tinha acabado de ver.

Alice: Você está bem?

Rose: Eu acho… que sim…

Alice: Vamos! O papai está aguardando a gente!

Rose: Espera… só um pouquinho… eu preciso me… acostumar com o que acabei de ver.

Alice: E o que você viu?

Rose: Melhor não falar… disso… ou vou passar mal de novo. Nhm…

Alice: É melhor se acostumar, irmã Rose. Coisas loucas sempre acontecem quando estamos por perto.

A menina deu um lindo sorriso para a mais velha. E depois, elas deram risada.

E agora… a minha luta.

Painwheel: DESGRAÇADA! FILHA DA PUTA! EU VOU MATAR VOCÊ!

Eu perdi o controle novamente. E meu pai percebeu isso. Filia não estava mais ali e acho que foi coisa da Lilith, que tirou ela do curso. Só que a briga nossa ali, ninguém resolveu interferir. Era o momento da minha provação e não podia fazer feio. Meu pai disse com todas as palavras que eu tinha que matar ela e é o que vou fazer. Eu já não estava certa de fazer isso, mas agora, depois que ouvi o choro de dor de Filia, nossa… eu estou quase explodindo de tanto ódio dessa maldita.

Eu estou sem o Buer Driver, já que o meu acabou se autodestruindo no último torneio. Logo, apenas Gae Bolga era meu ajudante nesse combate. A todo momento, eu desferi murros e pontapés contra Dahlia usando meus espinhos para ferir ela. E eu consegui. Parece que a minha insanidade acabou contribuindo para que ela perdesse um pouco a ofensiva e defensiva.

Eu acertei a barrida dela com um murro, onde um espinho saia do osso do meu antebraço, como se eu fosse uma Carol Tarkatanea. É. Pensa só? Enfim, depois disso, eu dei um jogo de corpo, um empurrão tremendo com meu ombro, também revestido por espinhos negros. E eu vi o sangue dela. Ela estava ferida. Estava sangrando. E eu acho que foi isso que fez ela perder a paciência comigo.

E ela transformou o braço mecânico dela num lança granadas. É. Eu fui atingida em cheio com isso e arremessada contra uma parede, com o corpo em chamas.

Painwheel: AAAAAAAH!

Meu corpo voou como se não fosse nada. E o solavanco da pancada me deixou desnorteada. A minha pele queimava. Era possível ver o metal l´íquido do Gae Bolga me protegendo para que os danos não me ferissem internamente. E lentamente, minha pele ia se regenerando. Foi notando isso que a Dahlia se levantou e encaixou outra granada no lançador de sua mão.

Black Dahlia: Ah, o sangue de uma Skullgirl. Lhe dá uma sensação de imortalidade, não é mesmo?

Eu não respondi. Mas me forcei para ficar em pé.

Black Dahlia: Você é uma mocinha surpreendente. Você é mais forte do que eu pensei… porque para suportar tanta dor assim… ninguém é capaz. Ninguém.

Painwheel: Cala essa boca…. Aaaiii…

Estava sendo difícil andar. Mas não me dei por vencida ainda. Quando fiquei em pé, eu comecei a me arrastar em direção a ela.

Painwheel: Gae Bolga… nem pense em me deixar na mão agora. Eu preciso de você! Me ajuda a passar por tudo o que ela atirar em mim.

Dahlia deu risada.

Dhalia: Ah… eu acabei me lembrando de uma coisa… quando li sobre o seu projeto… achei interessante, de todas as candidatas, você ser a única compatível com o sangue de uma Skullgirl.

Painwheel: Cala a boca!

Eu não queria ter que ouvir essa conversa de novo. Mas enquanto meu pé não se curasse totalmente, eu não poderia me aproximar com mais rapidez.

Dahlia: O sangue que eles usaram em você… me pergunto… de qual Skullgirl era?

E ela não ia parar de falar.

Dahlia: Será que foi da Contiello? Ou da rainha? Porque se você for… compatível com uma delas… isso não tornaria você… filha delas?

Pronto. Aquilo ali bateu mais forte em mim do que ser atropelada por um caminhão.

Dahlia: Hehehe… será que você é mesmo filha daqueles que vivem em Maplecrest? São perguntas que nunca teremos respostas, não é, Carol Contielo? Ou Carol Renoir? As possibilidades são tantas!

Dahlia sabia como deixar as pessoas irritadas. Ela estava tentando me afetar com essa conversa porque ela sabe que eu fui rejeitada pelos meus pais biológicos em Maplecrest quando apareci na porta deles como Painwheel. Agora, ela está tentando me fazer sentir que sou adotada muito antes de ser sequestrada, querendo me encaixar em famílias que não tenho vinculo pessoal algum. E porque ela estava fazendo isso? É por que ela estava lá. Quando os Contiellos caíram, ela estava lá. Quando a rainha virou a Skullgirl, ela também estava lá. E quando Marie se rebelou, ela também estava lá. Dahlia ´sabia de coisas que ninguém saberia. E ela fazer esse tipo de comparação, aquilo me machucou bastante. Mas eu não poderia deixar que essas coisas me impedissem de continuar lutando.

Painwheel: Meu nome… é Carol Yagami. E o meu passado… ELE ESTÁ MORTO!

E ali, ao berrar dessa forma para ela, meus olhos mudaram. Minhas iris avermelhadas ficavam com a silhueta de uma caveira. E eles brilhavam em um vermelho intenso.

Dahlia: Ah… esses olhos… uma falsa Skullgirl sem o catalisador principal. Já se passaram sete anos desde a última Skullgirl, pensei que nunca mais viria esses maldito olhar.

E ela disparou novamente. E dessa vez, eu rebati a granada para outro lado com um espinho negro que nasceu do osso do meu antebraço.

Dahlia: Ah… Você finalmente se recuperou? Estava tão divertido a nossa conversa.

Painwheel: Eu vou matar você. Sem remorso algum!

Só que não.

De um lança-granadas, Dahlia mudou seu braço para uma escopeta. Aquela que o Exterminador do Futuro costuma usar. E do jeito que eu disparei em corrida pra cima dela, a cena que se seguiu, parecia a mesma do filme que o T-1000 tenta se aproximar do T-800 enquanto ele dispara com a doze. Acontece que meu corpo foi resistindo aos disparos. Gae Bolga estava fortificando meu corpo por baixo da minha pele, aproveitando das minhas propriedades regenerativas.

E quando cheguei perto dela, foi onde a luta tomou uma proporção mais arriscada. Não importasse o quanto eu tentasse bater nela, parecia que a mesma estava sempre um passo a minha frente. Eu não sei se ela tinha algum olho biônico ou tinha poderes de ler mentes, mas ela conseguia interceptar meus movimentos, desde os marciais quanto os meus comuns mesmo, destorcendo meu corpo. É como se ela soubesse a cada minuto o que eu fosse fazer. E ela fazia isso sempre me olhando nos olhos, sem tirar o olhar de mim por um minuto sequer. E então, tomei uma coronhada na cara.

Cai sentada no chão, mas rolei para o lado para evitar mais um tiro. Levantei  e salta. Fiz um espinho nascer do meu tornozelo e tentei uma voadora contra ela. E quase a atingi. O espinho passou de raspão pelo braço humano dela. Mas permitiu que ela me atingisse com um tiro nas costas, o que me fez cair de rosto no chão.

Ao tentar me levantar, fui recebida com um chute da perna mecânica dela, que me lançou mais para frente. E ela veio. Me bicudando mais e mais vezes. Até me mandar pra cima de uma caçamba de lixo.

Fiquei em pé. Eu estava tonta. Mas eu não ia me dar por vencida. A dor que ela me causou, isso tudo eu posso usar a meu favor. E com meu corpo todo doendo, era só eu insistir que ele se movia. E quando ele se movia assim, meus músculos cresciam. Uma eletricidade púrpura percorre meu corpo e ele começa a sofrer mutações. E com isso, eu tive força para pegar aquela caçamba e jogar contra ela.

Só que… ela desviou a caçamba com dois tiros daquela escopeta de braço. Um foi para fazer ela girar no ar enquanto ela passava deslizando por baixo da mesma, e nesse instante, efetuar o outro disparo que a mandaria para cima e numa direção afastada da gente.

Painwheel: Qualé? Ela é o robocop também?

Dahlia: Eu fui treinada desde sempre para matar monstros. E sabe o que exatamente você é?

Painwheel: Vai… pro inferno!

Eu preparei meus braços para disparar contra ela. E o fiz no momento que corri em direção a mesma. Ela mudou o braço dela para uma lâmina, parecia uma baioneta. E nisso, nos enfrentamos mais uma vez. No mano a mano. Só que as minhas condições não eram das melhores. Por mais que eu atingisse o corpo dela, por mais que eu tentasse ferir ela, parecia que não estava dando certo. Parecia que eu não estava conseguindo lidar com isso.

A realidade era uma só. Eu estava com medo. Morrendo de medo. Medo de perder a Filia. De não saber como ela estava. Eu estava com medo de mais alguém ali se ferir. Eu nunca tinha passado por esse tipo de coisa antes… mesmo tendo sido criada exatamente para fazer isso. Naquele momento, eu não estava concentrada na minha oponente. Por mais que eu socasse ou chutasse, eu não estava cem por cento preparada. E foi nesse instante que as coisas pioraram para o meu lado.

Ela me derrubou. E começou a me espancar.

Ela não parou. Bateu com força. Com vontade. Mas não para matar. Ela não parecia querer isso. Eu comecei a chorar. De dor. De desespero. De medo. De não estar mais lidando com aquilo como eu deveria, como fui treinada para ser. Eu fracassei na minha parte. E por mais que Gae Bolga criasse espinhos, usando seu mecanismos de defesa, mesmo assim, aquela mulher não saia de mi. Mesmo eu parecendo uma bola de espinhos ou um porco espinho. Ela não me soltava.

Dahlia: Nossa… eu nunca bati com tanto gosto numa criança! Huhuhu!

Ela continuou me surrando por um bom tempo, até que ela começou a falar umas coisas sobre como iria me matar.

Dahlia: Para matar uma Skullgirl, só precisamos destruir o coração delas. Mas você, acho que só tem um jeito de acabar te matando: Arrancando sua cabeça. Vai ser um troféu e tanto para a minha sala, sabia? Esse rosto deformado, cheio de cicatrizes…

A partir daí, eu fui solta no chão. Eu não conseguia dizer nada, tão pouco tinha forças para abrir os olhos. Mas eu ouvi a voz de Filia. E parece que Dahlia deu atenção para ela. Eu não consegui acompanhar mais nada. Acho que eu desmaiei. Fiquei estirada ali no chão enquanto o duelo de Filia com a assassina prosseguia.

Quando abri os olhos, eu estava sendo carregada pelo Setsuna. Eu não vi quando ele chegou, mas ele estava resmungando algo sobre eu ser pesada demais pra uma garotinha do meu tamanho. Eu não tive forças para rir ou para esboçar reação alguma. Só tentava me concentrar na energia da teonita de Samson, para saber o que a Filia estava fazendo. Mas não senti nada.

Carol: Cadê… a Filia?

Foi as únicas palavras que eu consegui dizer. E então, ouvi o meu irmão falando algo.

Setsuna: Ela está bem. Tudo acabou bem. Bom… eu acho. Posso acabar me fudendo por causa disso, mas não perderia a oportunidade de ver vocês massacrando aquela mocreia.

Ouvir que tudo estava bem só fez meu corpo relaxar. E então, eu dormi. E não vi mais nada a partir daí.

No dia seguinte, eu despertei na minha cama. Estava com alguns curativos no rosto e algumas no corpo. S´ó que eu não estava sozinha lá. Filia também estava deitada, ao meu lado, dormindo. Também com alguns curativos e ela usava um pijama florido. Alguém comprou roupas pra ela?

A porta se abriu e minha mãe entrou acompanhada da Alice, as duas carregando bandejas com sanduíche e suco para nós duas.

Alice: A Carol acordou, mamãe.

Dean: Sim. Eu vi. Está tudo bem, Baby-girl?

Eu fiz que sim com a cabeça. Ela trouxe a bandeja na minha direção e colocou ela no meu colo.

Dean: Eu não queria manter vocês duas separadas. Depois de tudo que fizeram para consertar o erro de vocês, achei que iam ficar melhor juntas do que em quartos separados.

Carol: Agradeço pela preocupação, mamãe. O que houve? Nós vencemos?

Dean: Se tivessem perdido, vocês não estariam seguras em casa. Seu pai e seus irmãos fizeram a parte deles. E Filia cortou o mal pela raiz.

Carol: Então Dahlia morreu?

Dean: Sim.

Saber que Filia foi capaz de derrotar aquele monstro me deixou surpresa e ao mesmo tempo muito feliz. Eu queria ter visto com os meus próprios olhos ela fazendo Dahlia pagar por todo o mal que causou.

Carol: Pode nos deixar a sós um momento?

Dean: Claro, filha. Eu vou deixar a bandeja da Filia na sua mesa. É melhor que comam tudo. Vocês passaram do limite na luta de ontem.

Carol: Pode deixar, mamãe.

Quando minha mãe e Alice saíram, olhei para Filia e deitei ao lado dela, mas dessa vez a envolvendo em meus braços. Acho que isso a fez acordar, meio que ela demonstrasse ainda estar grogue de sono.

Filia: Hmm?

Carol: Sou eu. Eu to aqui com você.

Filia: Nós estamos na sua casa?

Carol: Sim… estamos em casa… finalmente… tudo acabou.

Filia: Me desculpa por ter sido mole… eu… fiquei com medo de te perder.

Carol: Não mais do que eu, posso apostar.

Nós ficamos abraçadas por um momento, curtindo uma a outra. Até que ouvi a barriga da Filia roncar e o Samson despertar. Bom, foi nessa hora que nós decidimos levantar para comer os lanches que a mamãe preparou.

A semana passou.

E muita coisa aconteceu.

Eu estava com Filia ao meu lado na sala e toda a família se reuniu. Devido aos acontecimentos mais recentes, minha mãe decidiu que era o momento certo de voltar para onde nossa família começou. Em Orchid Bay. Eu sempre gostei daquele lugar. Era grande. Eu tinha um jardim ainda maior do que eu costumo ter aqui em casa. E pelas informações que ela deu, principalmente dizer que a família está crescendo… acho que eu vou ter novos irmãos a caminho.

Meu pai parecia bem com essa tomada de decisão. Ele sempre disse que a cidade era palco para vários ataques, e com a presença dele ali, bem localizado por sinal, ele vivia dizendo que uma hora ia dar merda. E bem, aconteceu. De todo modo, ele conversou conosco quando a mamãe subiu. Nossa mudança começaria assim que terminássemos o ano letivo. Havia muita coisa para empacotar, amigos para se despedir, e principalmente… deixar para trás o meu passado. Acho que Filia também está disposta a isso.

Eu não quero mais saber do Laboratório Zero. Não quero mais saber de Brain Drain e nem de Valentine. Mesmo odiando saber que eles estão a solta por aí, só quero ser a pessoa livre e feliz que eu sempre fui antes. Também não quero mais saber de Skullgirls e nem da máfia dos Medici. A única Medici que eu quero do meu lado é a Filia, para toda a minha vida.

Filia: ISSO! EU VOU MORAR COM A CACÁ E A GENTE SE CASA!

Eu espantei com essa fala dela. Bom, não só eu como o parasita na cabeça dela e o resto do pessoal que estava na sala.

Senti meu rosto ficar vermelho igual um pimentão. Ela falou de se casar comigo? Eu senti meu coração bater mais rápido, meu corpo ficar quente, eu fiquei toda feliz e abobalhada. E mesmo que meus irmãos começassem a fazer brincadeiras do tipo, eu não fiquei nenhum pouco incomodada.

É. A hora está chegando…

Filia e eu seremos uma só, muito em breve.

Sempre juntas, como foi no começo de tudo.

Inseparáveis. Uma ajudando a outra.

Finalmente, eu posso voltar a ser uma pessoa feliz. E tenho certeza que as coisas vão mudar para o melhor.

Eu abracei ela com força nesse dia, dei bastante risada com ela, quando a mesma se tocou que tinha falado alto demais. Acho que todos ficaram felizes com as mudanças e novidades que estavam por vir…

Mesmo que o futuro mais a frente seja mais sombrio do que nós esperavamos ser. No entanto, sei que nosso clã vai vencer todas as dificuldades juntos.

Agora entendo porque meu pai fala que somos as pessoas mais temidas e odiadas desse mundo. É porque juntos somos uma força avassaladora que pode colocar tudo em ruínas se for da nossa vontade. E por isso, nós somos aqueles que carregam a bandeira da lua Crescente.

Hoje eu tenho orgulho de dizer… que eu sou uma Yagami. Carol Yagami. Ou melhor… Painwheel Yagami.

E o que houve com os Medici?

Acho que eles entenderam bem a mensagem quando receberam de volta os restos mortais de Dahlia. Não sei se eles vão desistir. Vitale, o braço de Lorenzo, é um canalha e não vai desistir tão fácil. Com certeza, ele vai esperar o momento certo para voltar nos infernizar. Mas ele que se prepare… quando isso acontecer, eu estarei pronta para destruir tudo o que ele mandar. Ao lado da minha namorada e futura esposa… Filia Yagami!


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A Invasão dos Medici. - Página 3 Empty Thats all, folks!

Mensagem  Convidado Seg Nov 04, 2019 4:30 pm

A Invasão dos Medici foi repelida com sucesso e a história termina aqui!
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