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A Invasão dos Medici.

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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Ter Jun 18, 2019 9:37 pm



Por um momento, era como se o tempo tivesse congelado em minha volta. Tudo perdeu o seu movimento e o som do habitual converseiro de uma lanchonete também. A única coisa que eu podia ouvir com clareza eram meus batimentos cardíacos e minha respiração controlada, embora, minhas mãos tremessem em puro desespero. Eu olhava para minha frente e via uma mulher de véu, com suas feições impossíveis de serem reconhecidas. Como se houvesse uma sombra me impedindo de saber como ela era. A única certeza que havia em mim, era a encarada atravessada dela. Olho no olho, sinto como se ela estivesse prestes a arrancar minha alma e leva-la consigo.

Eu estava diante um demônio. Não um dessas entidades malignas que saem dos portões do inferno e que já estamos acostumados a ver no nosso dia-a-dia. Eu digo demônio humano, um ser tão corrupto que apenas por segurar uma flor, sua energia ruim seria capaz de murchá-la e mata-la em questões de segundos.

Eu desconheço o passado dela e me sinto uma inútil por conta disso. Como alguém pode me ter em suas mãos assim, tão fácil? Brain Drain, Valentine, eles conseguiram por motivos bem pessoais. Eles foram os responsáveis por me transformarem em Painwheel. Mas essa Black Dhalia... eu... eu não sei como me esquivar dela. Eu sinto como se ela tivesse tudo sobre mim, cada informação, cada passo, cada mania minha, tudo isso em suas mãos. Ela sabe que eu não ousaria entregar a posição de Filia, assim como também não me deixaria na escolha de levantar e ir embora por livre e espontânea vontade. Não. Ela me encurralou nessa lanchonete na intenção de me deixar em dúvida: Colaborar ou iniciar uma catástrofe? Haviam pessoas inocentes por perto. Gente boa, gente despreocupada, gente que não tinha noção alguma do risco de vida que corriam ali dentro. Alguns comiam com fones de ouvidos em suas orelhas, desatentos aos seus arredores por conta de uma música bem alta tocando. Outros estavam tão envolvidos em suas conversas empolgantes, parecendo ser uma grande história de alguma aventura pela floresta da cidade ou de algum feito importante na vida pessoal/profissional. A garçonete perambula de um lado para o outro, anotando os pedidos dos que entravam e dos que a chamavam, sempre tão sorridente e oferecendo uma xícara de café. Porém, todos se espantam no instante que a porta é chutada e várias mulheres em trajes colados aos corpos, usando máscaras de crânios e orelhas de coelhinhas, entravam apontando armas para todos os envolvidos.

Do lado de fora, as coisas pareciam serem mais críticas. Pessoas param do outro lado da rua, olhando para os vários carros negros parados em frente, todos desorganizados com mais e mais dessas mulheres saindo, cada uma portando armas de calibres altos, algumas até com potencial para destruição em massa. Era de se esperar que em algum momento, alguém fosse chamar a polícia de 2nd para tentar investigar e descobrir do que se tratava.

Eu olhava para a janela, incrédula, com a quantidade de pessoas que eles mandaram para me cercar, mostrando que não foi por acaso a vinda deles. Que de alguma forma, eles estiveram por vários dias, senão meses, tramando uma forma de executar o plano de invadir a cidade e caçar a última Medici que escapou das garras da Skullgirl Marie. E se me lembro bem do modus operandi dos Medici, eles não eram de temer as consequências de um massacre. Para eles, matar é algo tão comum quanto varrer uma sujeirinha de sala para debaixo do tapete. Era uma ação tão simples, tão comum, fácil de lidar que nem sequer pesavam suas consciências e tão pouco pareciam ligar para aqueles que tentariam se vingar. Eles sempre conseguiram tudo o que queriam. Afinal, eles quem mais governaram a cidade de Nove Meridian do que os Renoirs, os reis da minha terra.

Mas eu não podia dar a eles esse luxo. Eles não podem pensar que tem o rei na barriga e virem na cidade dos outros, perturbar a vida dos outros, apenas para eliminarem uma da família, que fugiu -, melhor dizendo, que não fazia ideia de quem era, de onde veio e como havia perdido suas memórias.

Eu sei que como Yagami, eu não devo nada as pessoas à minha volta. Eu não as conheço, não tenho nada a ver com suas vidas e como elas as tocam. Mas também, eu não quero me tornar uma responsável pelas mortes de inocentes. Eu tinha de fazer alguma coisa para garantir a segurança de toda aquela gente... eu precisava de um momento chave, uma que me daria a oportunidade de fazer todos fugirem.

O tempo voltou a correr quando um tiroteio começou do lado de fora. Todos se assustaram, inclusive eu. E foi essa a oportunidade que eu precisava, pois os homens ao lado se distraíram olhando para fora. Dhalia também. Foi o momento que precisei para derrubá-los.

Antes dessa tomada de decisão, eu já estava combinando as ações dos meus parasitas. Buer Driver estava saindo lentamente da minha case de violoncelo para se conectar à minha coluna vertebral, assim, podendo liberar-se com suas hélices e atacar as invasoras da lanchonete. Gae Bolga, por outro lado, estaria saindo por debaixo do meu sapato, em forma de metal líquido para elaborar uma armadilha de espinhos que tentariam perfurar Black Dhalia sorrateiramente.

E foi isso que aconteceu.

Buer encaixou-se no suporte que há na minha coluna, encaixando-se e ativando seus olhos vermelhos por dentro da case, o que passou despercebido dos demais. Nesse instante, espinhos emergiram debaixo da mesa e atravessaram ela, estilhaçando-a e assustando a mulher à minha frente, que acabou saltando para trás por impulso, para tentar escapar do que quer que tenha sido jogado contra ela. Ela desabava ao chão, com perfurações menores, sangrando, desnorteada. Os homens ao lado dela, o de macacão e com suspensórios, tentou ajudar imediatamente sua chefa ali, indo para o socorro dela, já o outro, de terno, tentou sacar a sua arma pelo coldre que ele deveria ter por debaixo do blazer, mas ambos acabaram sendo derrubado com uma pancada que eles sequer esperavam receber.

Ativado nas minhas costas, foi Buer quem bateu-se contra os dois meliantes usando a case como camuflagem. E nisso, após os colocar em seus lugares, a case de violoncelo explodiu em vários pedaços, dando forma as minhas gigantescas lâminas de vento. Eu me levantei por impulso e já gritei:

Carol: FUJAM TODOS! PORTAS DOS FUNDOS, AGORA!

As mulheres tentaram conter os inocentes, mas foram em fila indiana, sendo prensadas contra a parede pelo meu Buer Driver, comandado por mim mesma, retratando suas hélices para se moldarem como garras e manter todas ali, incapacitadas. A correria e gritaria começou e o desespero para sair ali de dentro tomou conta das pessoas. Por sorte, uma boa parte deles conseguiu sair ilesa. Já alguns...

... receberam disparos em suas costas, alguns sendo lançados para a frente e outros atirados para os lados. Quando olhei para trás, o braço mecânico de Dhalia havia sido substituído para uma escopeta. A bayonetta que ela usava antes para me ameaçar, em algum momento, acabou sendo substituída por aquela arma.

Black Dhalia: Então, é a catástrofe que você escolheu? Espero que seja forte o bastante para lidar com a morte de incontáveis vítimas.

Ela tirou um rádio, não sei de onde. E comunicou, quem quer que seja, do lado de fora.

Black Dhalia: Matem todos.

Arregalei os olhos. E o tiroteio em frente a 5th Ave & 2nd Street começou.

Eles já estavam atirando, seja lá em quem for, mas agora, era tiro para todos os lados.

Eu não vi o que aconteceu nas ruas, mas acabou que carros colidiram um ao outro no meio da avenida. Uma batida forte, com direito a ouvir vidros se quebrando, alarmes dos carros mais próximos sendo disparados e sons de gritos femininos para todos os lados. O pânico estava instalado ali. Sirenes da polícia de 2nd anunciavam a sua chegada e praticamente um batalhão da S.W.A.T estava pronta ali para dar conta da situação. Ao megafone, eu só pude ouvir:

Kevin Rian: VOCÊS ESTÃO CERCADOS! PAREM AGORA MESMO COM ESSE MASSACRE!

Vários soldados fortemente equipados se preparavam e saíam das viaturas. Tanto a polícia normal quanto da S.W.A.T. Alguns com escudos militares, e pistolas semiautomáticas de 9mm e outros com metralhadoras de assalto MP5. Franco-atiradores já haviam sido posicionados em locais estratégicos, tendo visão de todas as mulheres armadas ali, que não pareciam sequer intimidadas com presença das autoridades.

Mulher mascarada: Senhorita Dhalia, quais as suas ordens?

Do rádio, a voz de Dhalia só repetia o comando:

Black Dhalia: Matem todos.

Mulher Mascarada: Entendido!

Ela desligou o rádio.

Mulher Mascarada: Meninas... vence aquela quem fizer a maior contagem de corpos. Nenhum oficial é para sair com vida daqui!

Todas: Entendido.

Do outro lado, os militares pareciam prontos para atirar. E só foi as mulheres começarem a atirar que eles também começaram. E estava instaurado ali, uma guerra. Projéteis para todos os lados, baixas de ambos os lados. Era uma cena de puro horror. As ruas haviam sido interditadas, a cidade parou de se mover por aqueles lados até que a situação fosse contida. E como eu estava ali dentro? Eu estava travando uma luta de vida e morte contra a responsável de tudo isso.


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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Qua Jul 03, 2019 10:22 pm




A situação ficou complicada quando Samson gritou.


Uma das coelhinhas olhou bem para a Chubby e reagiu de imediato, assim que viu aqueles olhos esbugalhados de Samson encarando-a. A mesma que segurava uma arma muito parecida com uma submetralhadora Thompson M1928, apontou direto para a cabeça de Filia e Samson se alarmou.


— É hoje que eu me feeeeeeeerrooooooo!


O momento ficou crítico, ninguém entendeu um nada do que estava acontecendo, Filia mesmo ainda não havia assimilado a situação. A arma apontada para si a assustou, mas por que estavam apontando aquilo para ela?! Quis perguntar a Samson, mas mudou de ideia quando mais três fizeram o mesmo que a primeira.


Engolindo a seco, Filia levantou as mãos e segurou o ar, tendo medo até mesmo de respirar e isso causar uma confusão das grandes.


A coisa ficou ainda mais tensa quando policiais chegaram, tornando tudo pior para Filia que ainda insistia em segurar o ar. Ato este que parou de fazer quando uma figura mais velha entre os agentes da lei, colocou sua voz em cima das coelhinhas. O coração de Filia foi para longe de seu peito, e Samson foi obrigado a por tudo de volta, assim como dar um tabefe na cara da menina com um dos seus tendrills maiores para retornar ela a aquele momento em questão.


— Volta para a vida moleca! Olha a situação que a gente se encontra!


Não precisou falar mais nada, Filia não só voltou a si como gritou o mais alto que podia no tiroteio que se começou ali. Porém algo estranho aconteceu. Muitas coelhinhas caíram no chão, machucadas, e alguns policiais é claro, estavam feridos, mas a maioria, estranhamento não se encontrava na posição que antes estavam.


Quando Samson envolveu Filia com seus Tendrills para formar uma armadura momentânea e proteger a menina com aquelas rajadas, ele não tinha nada, mas ao erguer as suas mãos, ele estava com armas!


— Como é?! — O bicho ficou encucado, mas a reação negativa que ele sentiu foi mudada, quando sua visão foi coberta por óculos escuros e que se encaixaram bem com a sua personalidade.


Uma voz muito conhecida veio de trás dele.


— Acaba com essas vagabas, Samson!



A MUITO MAIS DE MEIA HORA ATRÁS.


Quando foi dito a Lilith Yagami que ela estava livre para voar (mesmo não podendo aprontar nada), a Siren ficou incrivelmente feliz. Que melhor exercício existia, do que aquele onde se podia explorar as suas habilidades em situações diferentes? Ninguém crescia sem esticar os limites de suas próprias capacidades, e no momento, Lilith queria saber até onde as suas iam e por quanto tempo elas duravam. Até agora, com todo o continuo exercício que ela fazia com Avi, a Siren aguentava um pouco mais do que antes, o que tornou-se interessante. Lilith estava examinando as possibilidades que podiam surgir a sua frente, enquanto corria ao lado de Filia, que tentava encontrar um táxi.


Foi engraçado ver como a Medici lidava com as situações, mas Lilith não podia rir. Ela não estava mais dentro de seu Phasewalk, ao invés disso, ela continuou fora do campo de visão de Filia e Samson, usando-se da extrema ligação que ela tinha com a marca em seu corpo e a forma que ela respondia as suas necessidades. E lá foi-se a Siren, vestida de qualquer jeito, mas com suas marcas de nascença bem escondidas por roupas bagunçadas, sentada ao lado de Filia, enquanto pegava uma carona de graça.


No fim da corrida, a menina pegou o dinheiro que Filia havia dado para o homem, fazendo-o se assustar em ver as notas “voando” e desaparecendo a sua frente, o que foi nada mais que Lilith guardando o dinheiro em seu bolso, mas até que ele entendesse o que ocorreu. – Isso é, se ele entendesse. – A garota já teria andado todo um caminho ali.


A Chubby era lenta, Lilith só via Filia correndo quando era necessário, ou se alguém gritasse que a comida estava pronta, aí a situação ficava engraçada.


Daqui em diante, a Siren apenas assistiu o que acontecia, achando interessante o que ocorria. Primeiro era aquelas pessoas que estavam ali, em frente ao lugarzinho onde Carol gostava de tomar  café, segundo era a forma estranha que elas se vestiam, oque será que iria acontecer?


Eis que ela decidiu usar o seu Phasewalk.


Essa habilidade de Lilith era bem peculiar, funcionava a seu favor em quase tudo, podendo a tornar intangível, invisível, e ganhar uma velocidade absurda a ponto das coisas a sua volta ficarem muito lentas, permitindo que ela tivesse uma visão muito interessante do que ocorria a sua volta, sem que ninguém suspeitasse de sua presença, pois a Siren acabava por se locomover por várias dimensões ao mesmo tempo, tornando-a uma criatura cuja a localização, nunca era exata.


Utilizando-se disso, Lilith vagueou pelo cenário em si.


Primeiro ela ficou na frente das coelhinhas, olhando suas roupas, vendo o que carregavam consigo. Lilith tomou a arma de uma, ficou olhando-a. Era muito antiga em design, mas parecia ser bem nova. Depois de dar várias olhadas, virando-a para cima e para baixo, a Yagami jogou-a no ar, fazendo esta ficar travada em sua posição, até que ela saísse do seu Phasewalk e o relógio temporal voltasse a andar normal.


Sem muita pressa, a ruiva deu uma volta pelo carro mais próximo, dando uma olhada pelas janelas, verificando o que tinha de novidade por ali, encontrando mais algumas pessoas ali dentro, vendo-os que estes também estavam armados.


— Hum....


Se tinha gente ali fora, então poderia ter pessoas ali dentro, não?


Com esse pensamento simples, Lilith entrou no lugar.


— Ah tá, Carol e seus casos passados. — Comentou, assim que viu a irmã mais velha, sentada numa mesinha, com uma mulher bem estranha. — Já entendi.


Lilith Yagami não precisava ser um gênio para entender toda uma situação. Suas diversas idas a Pandora já a tornaram bem esperta para compreender algumas situações, sem que precisasse ser burra o suficiente para cair de cabeça e arriscar um palpite. Se bem que a lei de Pandora é uma só: vacila e morre. Essa era história.


A Siren estendeu as mãos, juntou os dedos, entrelaçou eles e começou os estalos.


O que faria em primeiro lugar? Pensou alguns segundos, e iniciou a sua brincadeira.


Carol era esperta o suficiente para se virar contra aquela mulher, mas a situação em geral, não era lá aquelas coisas. Sentindo-se livre para fazer o que lhe dava vontade, Lilith abriu umas janelas, moveu umas pessoas de lugar, arrastando-as, o que causaria aquela sensação de “eu tinha certeza que estava em outro lugar, e não lembro como eu vim parar aqui”, como um leve início de Demência ou Alzheimer.


A Siren não era heroína, convenhamos, ela tinha indícios de ser bagunceira, e mais do que isso, quase uma ameaça pública por gostar de fazer bagunça e anarquia, sem obedecer muito bem autoridades e leis alheias.


A ruiva sabia que isso iria atrapalhar muito o que estava acontecendo, ou o que iria acontecer, então foi olhando as portas presentes e as abrindo. As que exigiam um pouco mais de força, ela usou o seu Palm Strike, onde uma energia de tom magenta se concentrava nas palmas de suas mãos, para arrebentar as maçanetas.


Isso tudo estava sendo feito na maior calma. Parecia até que essa não era a primeira vez que a garota fazia isso, e se bobear, não era mesmo.


Foi a vez de cuidar das mulheres que estavam ali. Deixou as armas nas mãos de umas, quebrou a de outras, e foi para o lado de fora, antes que começasse a se desgastar muito por ficar assim. Ainda tinha mais coisas para fazer, reaproveitaria o resto de sua energia para uma segunda vez.


Voltando para o lado de Filia. Lilith saiu de seu Phasewalk e ficou vendo a situação. Esta que se desenrolou de forma dramática, como o esperado.


A Yagami ficou atrás de um carro, não muito longe de Filia, e nem mesmo distante dos carros de policia que iam chegando. A Siren ficou curiosa, quem foi que acionou aquela bagunça toda? Bom, independente de como as coisas foram acontecendo, teria de esperar os resultados disso, até por que ela não estava dando muita atenção a eles no momento.


Lilith aguardou o cenário ficar ruim mesmo, e assim que aos seus ouvidos chegaram as palavras de Kevin, e as da coelhinha, a Siren entrou em ação mais uma vez.


No entanto, para deixar deixar tudo bem confuso, e ver o que aconteceria também, Lilith deu uma ajuda para os policiais que estavam em suas posições e não podia fazer muito para os outros que ainda estavam para apontar as armas que carregavam consigo. A ruiva deu uma vantagem para o pessoal de uniforme, já que a coelhinha que ela havia jogado a arma, estava pê da vida e ameaçando atirar em todo mundo (o que fez ela rir e muito enquanto estava escondida).


Mais uma vez ela foi mexer nas meninas, mas nesse momento, havia uma coisa bem interessante. As balas que foram disparadas de um lado, ainda estavam no meio do caminho, enquanto as que foram disparadas pelos poucos espertos do outro lado, nem se quer estavam indo longe.


Isso era um trabalho complicado. Lilith tinha memória boa, se lembrava muito bem das suas aulas de física, mas aqui estrava um agravante sobre a Yagami. Ela não dava muita atenção a essas aulas. Eram chatas, o professor era sem graça, e só decorou o suficiente para passar na matéria sem ninguém lhe encher a paciência, então, tomaria um pouco do seu aborrecimento escolar, para poder tentar um feito.


Lilith olhou de um lado ao outro, e começou os seus afazeres.


Moveu algumas balas de lugar (ela torceu para funcionar), andou pelos cantos brincando de peça de xadrez de novo, movendo umas pessoas, tirando outros, estava mais focada nos curiosos com cara de tacho que não saiam do lugar para nada. Provavelmente os amantes anormais de lutas, os imbecis que não podiam ver um problema e ficavam apostos para ver se conseguiam uma visão privilegiada. Nesse caso, alguns seriam alvejados, pois a Siren sentia que sua habilidade estava chegando no limite. O lado onde a sua marca de nascença ficava, estava começando a formigar, indícios que a menina tinha que parar já, já.


Usando de seus últimos minutos, Lilith pegou as armas de alguns policiais e duas daquelas coelhinhas, e colocou nos tendrills de Samson. Ela havia aproveitado também para pegar os óculos escuros de um gorducho olhudo lá atrás de passagem, apenas para enfeitar o Theon no final. Não seria feito seu, se não tivesse algo que deixasse todo mundo com a cabeça dando nó.


O Parasita tinha hábito de enrolar seus tendrills em coisas que tocavam ele quando este estava acordado. Uma ação que Lilith já havia comprovado mais de uma vez. Fazendo isso, ao deixar as coisas ali, Samson as agarraria como se elas fossem mosca o incomodando, assim como ele fez com todas as vezes que a Siren ficou o cutucando e jogando objetos nele. Ela esperava que dessa vez, ficasse tudo bem.


Quando saiu de seu Phasewalk, tudo saiu de um jeito inesperado.


O desvio da bala não foi preciso, mas um sortudo, não foi baleado na cabeça, o que talvez no futuro seria um ponto a favor a sua curiosidade, as coelhinhas se deram mal, e lá dentro? Quem sabe como estava? Lilith não sabia. E só veria mais tarde a sua arte.



VOLTANDO AO NORMAL.


Ninguém entendeu nada.


Os policiais que ficaram sem suas armas foram parar no chão, se jogaram assim que viram que não estavam mais armados. Algumas coelhinhas foram atingidas, assim como um ou três dos seus opositores. O pessoal que foi mexido ficou com cara de confusão, mas pareciam estar fora da linha de tiro, sendo que alguns, ainda corriam o risco de serem baleados caso a Siren tenha errado.


Os reforços das meninas saíram, mas com a pequena vantagem que os policiais tinham e que foi garantida por Lilith, estes não teriam muita vantagem em cima dos agentes da lei.


— O que tá acontecendo?! — Fila soltou assustada.


— Eu sei lá! Mas se abaixa aí que a coisa vai ficar feia!



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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Ter Jul 09, 2019 10:15 pm



Black Dhalia não era brincadeira. E topar com ela naquele dia já me deixou completamente apavorada. Eu sabia que não teria como sair de fininho e tão pouco ilesa. Agora sim seria uma boa oportunidade para eu mandar uma mensagem pelo whatsapp pedindo por socorro, pois as coisas ficaram realmente tensas demais para o meu lado. Eu não sei até onde vai a extensão dos poderes da Serial Killer mais temida da minha terra natal. Já ouvi rumores de que ela foi capaz de ferir uma Skullgirl com apenas um golpe, sem nenhum esforço. Imagino então que ela seja muito bem preparada para os combates... o que torna as coisas um pouco menos favoráveis para o meu lado.

Quando a lanchonete esvaziou e os tiros começaram a vir de todos os lados, a única coisa que fiz ali foi limpar a minha mente. Sim. Eu me foquei unicamente na outra Anti-Skullgirl a minha frente e dei ordem total para os meus parasitas. E a ordem era: LUTAR PRA MATAR! Agora eu soltei a fera que há dentro de mim, sem estar vestindo o rosto dela. Sem estar com a máscara que representa a morte e a raiva da Painwheel. Quando isso acontece, eu sofro uma pequena desfiguração. Apesar de esguio e muito acostumado com as injurias dos meus próprios ataques, em modo de combate, meus músculos se moldam e se firmam como se eu fosse ume halterofilista mirim. Isso faz as veias saltadas do meu corpo ficarem mais evidentes, principalmente por brilharem continuamente em roxo conforme eu me concentrava. A eletricidade púrpura que era emanada pelo meu corpo demonstra que meu poder cedido pelo sangue de Skullgirl estava pronto para ser usado. Só que há um porém: O quanto disso seria necessário para lidar com ela?

Black Dhalia: Que coisa fofa. Brain Drain não mediu esforços para te tornar um monstrinho mesmo, não é? Só que é uma pena... um monstro tão poderoso... enfraquecido por uma alma nobre e gentil...

Painwheel: Eu vou te mostrar... QUE EU SOU PURA MALDADE!

Black Dhalia: Ah, mas eu vou querer ver.

Ela me chamou com o dedo indicador da sua mão humana. E respondi a provocação com uma investida pesada.

Avancei numa corrida enquanto Gae Bolga moldava espinhos nos nós dos meus dedos e tentei soca-la contra a face, mas foi sem sucesso. Ela era rápida e pode se esquivar com muita facilidade do meu movimento. Nesse instante, eu notei que ela não tinha apenas um braço mecânico, mas suas duas pernas também eram. E a esquiva que ela deu foi ativando os propulsores que haviam abaixo de seus pés, dando não só maior velocidade para a esquiva dela como também, abrindo uma longa distância entre nós duas e uma maior possibilidade de ataque para ela. E foi exatamente isso o que aconteceu.

Ela me atingiu um tiro com sua escopeta personalizada e acoplada no seu braço mecânico. E eu pude sentir minha pele queimar, além do meu urro de dor que não pude segurar. Mais, o solavanco das balas se esmigalhando e me empurrando contra a parede mais próxima. O ferimento era feio. Ela abriu um buraco no meu corpo com aquele disparo, fazendo meu sangue jorrar para todos os lados, e pior, eu podia até sentir que ela expôs os ossos da minha costela com isso.

Só que não por muito tempo.

Black Dhalia: É o mais rápido que pode ser? Foi com isso que você derrotou a Skullgirl, Painwheel? Tsc... talvez ela não fosse grande coisa. Hu Hu Hu.

Painwheel: Arrrrhg! CALA A BOCA!

As propriedades regenerativas do sangue da Skullgirl começaram a curar as minhas feridas. E meus ossos, por sorte, foram revestidos no momento exato pelo Gae Bolga, com sua matéria de metal liquida que corria por dentro de mim para amenizar os danos. Mas mesmo assim, isso me custava energias. Além de me levantar com um impulso sobrenatural, uso o Buer Driver para desferir potentes golpes de serra contra a mulher. Eu comecei a devastar tudo ali sem nem pensar duas vezes, apenas mirando um único objetivo: Matar aquela desgraçada!

Eu serrei a bancada, partindo-a ao meio. Serrei as mesas, as cadeiras, até mesmo atingi aos frascos dos variados temperos e bebidas que ficavam armazenados nas pequenas estantes por detrás da bancada. E ela? Eu consegui fazê-la se sentir pressionada com essa atitude desesperada. Black Dhalia precisou se desfazer da sua arma por um momento para equipar novamente sua baioneta.

Enquanto ela duelava com o meu Buer, eu permaneci caída de joelhos entre os vários destroços da lanchonete. Com uma mão sobre a ferida que ainda se curava, eu pensei em alguma coisa que pudesse me favorecer. Os tiros do lado de fora pareciam que iam cessar a qualquer momento, não sabia que lado estaria vencendo, mas torço para que a polícia estivesse contendo a situação.

Eu não queria dar uma oportunidade de escapatória para ela, na minha cabeça, eu não estava mais aceitando a ideia de deixar nenhum mal sair impune. Já me basta saber que ninguém fez nada para conter as pessoas que me causaram o mal no mundo e ainda deixaram sair sem suas devidas punições. Eu não permitirei que Dhalia tenha o mesmo destino. Então, pensando nisso, eu achei que a ideia de explodir o estabelecimento pudesse ser uma boa ideia. Mirei um dos meus braços para acertar os canos de gás que passavam pelo estabelecimento e assim, aproveitaria do momento que ela fosse atirar em mim novamente para poder encerrar aquela brincadeira. Lancei um dos meus espinhos negros para danificar eles enquanto a mulher ainda tinha suas atenções voltadas para as minhas lâminas.

Eu usava várias e várias vezes o golpe da Ratchet Poppy, que era uma sequencia de quatro golpes das minhas lâminas que se moldavam em foices, mas agiam como se fossem uma espécie de canivete suíço, sabe? Saindo uma lâmina de cada vez, igual a várias coisas que tem normalmente nesses tipos de canivetes.

Dhalia: Mas que coisa maldita.

Ela conseguiu se desvencilhar de Buer Driver golpeando-o no crânio dele com a lâmina da sua baioneta. E depois de um chute, mandou-o de volta para mim.

Painwheel: Desgraçada.

Eu precisava de mais tempo.

Dhalia: Você é decepcionante.

Painwheel: Eu vou te mostrar, verme!

E então, eu saltei contra ela. Ela veio para cima também. Repeli os ataques dela com espinhos negros que Gae Bolga criavam entre os meus braços. Era como um duelo de armas brancas acontecendo ali. Golpes e contra golpes que se chocavam e um rebatia o outro, acontecendo numa velocidade impressionante. Ela me deu um chute na barriga, mas consegui segurar o pé dela e presenteá-la com uma ombrada. A jogada de corpo a fez cair sentada, mas não por muito tempo. Eu tentei saltar e golpear ela com um murro na cara, mas ela rolou para o lado e agarrou meus cabelos, me puxando para trás e enfiando a minha cara em uma das mesas. Buer reagiu e empurrou ela com uma pancada pelas costas. E então, eu mostrei o porque tinha golpes tão insanos e grotescos. Na posição que estava mesmo, eu me revirei toda, igual a menina do exorcista. Virei a cabeça, o tronco e a cintura como se fosse uma boneca e saltei para cima dela. Fiz minhas unhas, que já são naturalmente pretas por causa do sangue coagulado para criar unhas pontudas e afiadas no mesmo material que Gae Bolga e parti para cima dela arranhando-a de tudo quanto era forma. Ah, aqui eu me lembrava até mesmo de uma pessoa que cheguei a enfrentar em Nova Meridian. Era a Miss Fortune, a gata-ladra da cidade, da gangue Fishbone. Ela até zoava com os golpes do Wolverine, falando “Berserker Barrage”. E bem, eu praticamente fiz a mesma coisa ali. Saí desferindo golpes de arranhões para todos os lados que a mulher recuasse, botando toda a minha força nisso que acabei partindo em pedaços tudo o que estivesse no caminho. Só que as coisas não eram tão fáceis assim. Em determinados momentos, ela me acertou golpes precisos com suas mãos e chutes também, mas que pela adrenalina do momento combinada à minha fúria, eu acabei suportando esses danos e sofrendo os danos em silêncio, enquanto meu corpo descontrolado se movia atacando ela de todas as formas possíveis, como uma besta descontrolada. E quando a coloquei contra a parede, só precisei agarrá-la e lança-la para perto da bancada.

Naquela hora, o cheiro de gás vazando já era insuportável. E com isso, eu só precisava de alguma coisa para causar a explosão da lanchonete e contar que isso seja o bastante para matar ela.

Painwheel: Você não é grande coisa também! HAH!

Dhalia: Tsc. É o que vamos ver, pirralha.

Ela trocou a baioneta por um lança granadas.

Dhalia: Eu matei todos da família Contiello com essa arma! E você receberá a mesma honra que eles!

Painwheel: Espero que você queime no inferno!

Eu não podia ficar ali, era óbvio. Então eu corri para a vitrine da loja. E me lancei por ela.

Só que Dhalia era muito mais esperta do que eu. Ela não disparou. Ela notou o que eu tinha feito e, provavelmente, comprou a ideia. Logo, ela acabou fazendo que o local realmente explodisse, mas não com ela dentro.

Aconteceu que ela recebeu avisos pelo rádio enquanto lidava com as minhas lâminas a atacando sem parar. Que alguma coisa estava acontecendo no campo de batalha do lado de fora que acabou favorecendo os outros ali. Então, ela ordenou que fizessem uma retirada estratégica e aproveitou da minha tentativa de fazerem as coisas irem tudo pelos ares como uma chance para ela fugir. Dhalia não disparou com a sua arma, mas ela armou uma granada incendiária ali mesmo. E saiu pelos fundos, com tempo de sobra para não ser pega pela explosão e muito menos, ser vista por qualquer um ali que pudesse denunciar sua presença. Ela entrou em outro carro que estava escondido umas quadras mais a frente, desses todos pretos e elegantes, com os visores escurecidos. Ali, ela escapou com um sorriso nos lábios, por mais que tenha saído com algumas feridas.

Dhalia: Nós voltaremos a nos encontrar, Painwheel. E pode apostar nisso... eu vou te matar.

Bom, a lanchonete explodiu logo depois que eu me lancei pela vitrine. E eu cai rolando no chão e com as mãos no rosto, me protegendo dos estilhaços e dos vidros da vitrine que explodiram para todos os lados. Em instante, a rua toda ficou tomada por uma fumaça negra e chamas. Eu estava machucada. Era possível ver hematomas dos golpes que recebi e mais minha roupa que estava danificada, principalmente na região que levei um tiro. Me arrastei alguns metros e depois tentei me levantar. Eu via vários carros, alguns corpos nas ruas, das mulheres mascaradas e de pessoas inocentes.

Ouvia vozes de tudo quanto era forma. Pessoas gritando, outras chorando, sirenes de ambulância e da polícia. Eu tentei sair dali... Minha transformação em Painwheel foi se desfazendo. Eu já não tinha mais aquela feição amedrontadora e nem parecia um tubarão com os dentes pontudos. Mas o chão estava convidativo demais. Eu só olhei para os lados, desistindo de continuar me movendo. A rua estava interditada... acabei desmaiando no meio da rua.

É. Eu não aguentei. Eu não estava preparada para esse tipo de confronto. Fui pega desprevenida e os danos que recebi foram demais para o meu corpo, assim como para o meu desgaste com o uso dos meus parasitas. Eu nem tomei café da manhã direito. As três maçãs, as duas bananas e a garrafa de água não foram o suficiente... e isso me drenou todas as minhas forças.

Carol: Fi.. lia...

Eu não vi mais nada a partir daí.


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Mensagem  Convidado Qui Jul 18, 2019 8:44 pm




Samson soube de imediato de quem era aquela voz que vinha detrás dele. A ruiva de voz forte, a garota magrela de bundinha empinada e pescoçuda. Lilith Yagami. O Theon não era muito a favor, e nem muito do contra em relação a uma das filhas mais novas da casa da namorada de Filia, mas ele sabia que a Siren quando estava por perto, gerava problemas tão grandes que não havia como medir o estrago sem esse já estar feito.


Dessa vez Samson não ficou arisco e nem se deu ao trabalho de ficar vigiando as suas costas. Com as armas em cada tendrill, e o óculos de Sol maneira para enfatizar o seu momento, o Theon sorriu com os seus dentões bem juntinhos, mostrando a sua potente arcada dentária enquanto descarregava as suas armas de fogo nas coelhinhas.


Filia como sempre entrava em desespero. Assim que os tiros vieram do seu lado, a Medici ficou doida, berrou como se estivesse prestes a ser alvejada, mas ela estava sendo secretamente guardada pelo Theon que esticava mais de suas fibras, pronto para enrolar ela em caso de as coisas ficarem piores do que já pareciam estar naquele momento.


— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!


— FILIA! PARA COM ESSA GRITARIA!


A Medici não parou, ao invés disso ela começou a correr pelo cenário, fazendo alguns policiais ficarem só assistindo a cena. Não tinha como não achar estranho aquela menina com aquele coiso em sua cabeça, assim como a estranha risada que Samson dava enquanto durante na correria, ele disparava adoidado no grupo de coelhinhas, sendo que algumas escaparam para dentro dos veículos que saíram com os sobreviventes daquela bagunça toda.


Filia só parou o seu ataque, quando a lanchonete pegou fogo e a explosão a atingiu em cheio. A Medici foi acertada em cheia, foi parar em um lugar bem ruizinho, onde não só os destroços da parede a acertaram, mas alguma coisa mais bateu em si. Filia saiu rolando pelo chão, apagada, enquanto Samson perdeu tudo o que tinha ganho, permanecendo imóvel, fechando os olhos e fingindo estar adormecido, ele não ia conseguia arrastar a Filia com todo o peso que ela tinha sem ninguém os alcançar.


— Aí meu Deus. Isso não vai dar certo. — Lilith comentou, olhando a situação que tudo ficou.


A ruiva não era tola, assim que fez sua parte ela se escondeu bem, saindo apressada do campo de batalha, ficando perto do pessoal sem juízo que filmava tudo com os seus aparelhos, doidos para repassar para todo mundo que conheciam ou fazer upload nas redes sociais.


Lilith ficou quieta, fingiu que estava ali faz um tempo. A ruiva engoliu a seco quando a fumaça estava cobrindo toda a situação, e ela aproveitou-se do breu e desapareceu, indo para casa o mais rápido que podia, mas tendo que tomar um táxi que pegou a duas ruas, já bem cansada de ter se exaurido para dar uma mão na confusão.


A Siren não iria ser pega, alguém tinha que contar o que estava acontecendo, por que ela tinha certeza que aquelas duas iriam acabar em cana, e como a ruiva tinha moral alguma para exigir nada e nem resolver alguma coisa, foi direto para casa.


A Siren assim que chegou em casa, gritou o pai no portão e deixou a conta para ele, entrando correndo na casa, indo atrás da mãe, chamando-a apressada e bem exasperada.


— Ô MÃE! MAMA! MAMÃE! — E só parou ao bater na mulher de madeixas longas, que veio do quintal apressada.


Dean não estava acostumada com esse tipo de gritaria. Seus filhos raramente a chamavam quando alguma coisa acontecia, tendo mais ela que ir atrás deles, do que os mesmo a chamando para algo. A entonação diferente da Siren também chamou a atenção do ruivo de feição marrenta.


– O que aconteceu?


— O que não aconteceu!


E Lilith começou a contar a história toda. Tudo o que viu, e o que fez no campo de batalha. A cada palavra dita, Dean pendia a sobrancelha direita lentamente, enquanto a outra contribuía para a feição que aos poucos fez a Siren tomar muito cuidado com cada palavra a ser proferida. A Éther empurrou a cadeira perto da filha, mandou-a se sentar e disse em um tom firme, mas ainda tendo um toquezinho de gentileza.


— Respira fundo, me conta tudo de novo, mas dessa vez, bem devagar.


Lilith olhou o pai que confirmou com um aceno na cabeça e então recomeçou, e enquanto ela contava a história, a polícia olhava o local, achando Filia desacordada no chão, e Samson, fingindo-se de morto, agindo como se não estivesse desperto, ouvindo o possível futuro de sua hospedeira.


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Mensagem  Convidado Qui Ago 01, 2019 12:20 pm



Quando acordei, eu estava na delegacia da cidade. Na verdade, eu acabei nem notando isso. Eu pedi por comida. Qualquer coisa que eles tivessem ali e eles me serviram com uma caixa de rosquinhas e bastante café. É meio estranho comer tanto isso, mas eles disseram que a outra garota que eles tinham trazido também estava morrendo de fome. Foi então que me dei conta de que estava indo atrás da Filia e do quanto eu estava encrencada naquele momento.

Fui levada para uma sala de interrogatório e um homem chamado Kevin veio conversar comigo. Ele queria saber o que houve na lanchonete e porque aquelas mulheres estavam armadas e disparando em qualquer um que passasse por perto delas. Não sei se foi uma ameaça ou um blefe, mas ele disse que a Filia estava bem encrencada com o papo de que não se lembrava de nada.

Carol: Oh meu deus... ok... eu falo...

Kevin: Quem era a figura vestida de viúva?

Carol: O nome dela é Dhalia. Black Dhalia.

Kevin: A serial killer?

Carol: Sim... ela mesma.

Kevin: Hehe. Maravilha. É tudo o que 2nd precisava. Já tivemos problemas anos antes com outro serial killer, está desaparecido. E a cidade ficou muito bem sem a interferência de outros.

Carol: Senhor... eu...

Kevin: Só responda as minhas perguntas! Porque ela veio aqui? Tenho 78 mortos e 32 feridos só nessa brincadeira e se eu não tiver respostas...

Carol: EU FALO!

Só depois eu reparei que havia levantado a voz para uma autoridade. Então eu baixei a voz e falei bem mansinho.

Carol: Eu falo...

E comecei a contar tudo para ele. Preferi não dar uma de Samson e ficar ocultando o passado da Filia, bem, eu não sei boa parte do que aconteceu com ela, mas eu disse a que família ela pertencia e quem era da Black Dhalia.

Carol: Ela é neta de Lorenzo Medici e Dhalia sempre foi o braço direito deles. A Máfia deve ter descoberto que ela estava viva...

Kevin: Ela quem?

Carol: Filia. Ela é a neta de Lorenzo.

Kevin: As informações que tenho é que muitos da máfia foram dizimados por uma espécie de entidade do mal que atacou a cidade anos atrás. Você esteve envolvida nisso?

Carol: Sim. Eu estava. Sempre fui amiga da Filia e agora sou namorada dela.

Kevin: Ah, isso fica ainda melhor!

Carol: Não, eu não sabia e nunca fui cumplice de nada do que eles faziam. Eu era uma criança, só ia pra escola com ela e ficávamos ouvindo radio novela a maior parte do tempo.

Kevin: Volta pro papo de família. Eles descobriram que ela estava viva. E mandaram a assassina pra cá. Quero saber o motivo? Matar a menina? Levar ela de volta?

Carol: Eu acredito apenas numa única coisa... eles são loucos. Você não mandaria o seu assassino mais cruel, se tivesse um, pra buscar um ente querido, iria?

Ele não me respondeu. Mas deu uma risada debochada.

Kevin: Ah, se você não tivesse testemunhas, você estaria MUITO encrencada agora.

Testemunhas? Eu pendi a cabeça para o lado.

Kevin: As pessoas que você salvou na lanchonete acabaram falando ao seu favor. E como você impediu que eles se machucassem nas mãos desses loucos varridos. Um deles disse que você ficou sozinha na lanchonete com a mulher e até mesmo reconheceu o armamento que estava estranhamento instalado na sua coluna vertebral.

Só então que eu me toquei de que não estava com o Buer Driver equipado nas minhas costas.

Carol: Uh-oh...

Kevin: Foi um tanto difícil remover aquela coisa. Era como se ele tivesse vida própria. Mas ele pareceu cooperar.

Ele permitiu que fosse removido? Fiquei surpresa ouvir isso dele.

Kevin: A única coisa que eu não entendi ainda é o seguinte: Ela sempre foi sua amiga, agora é sua namorada. Mas ela não se lembra de nada a respeito da família, da máfia que ela pertenceu, nem sequer sabe quem é a pessoa que veio procurar por ela. Por quê?

Carol: Eu queria ter uma resposta boa para essa...

Kevin: Vocês estão juntas. Se ela sofreu de amnésia, não deveria tentar ajuda-la se lembrar do que e quem ela foi?

Carol: Quando conheci ela e quando soube que ela era dos Medici, ela me contou que houve um desentendimento ente o pai dela e o tio. Desde então, eles não se viram mais. Se mudaram para ficarem longe dos negócios... Eu acho que eles fizeram isso para proteger ela. Deixa-la longe dessas coisas... eu achei que... fosse melhor para protege-la.

Kevin: Negando a verdade a ela? Isso que você chama de proteção? Você no papel de namorada, está se saindo bem mal. E está sendo ainda mais suspeita, ao meu ver.

Aquilo ali não me ajudou em nada. Eu respirei fundo e me segurei bastante para não ficar com raiva. Só cooperei.

Carol: Me desculpe. Eu fiz o meu melhor para proteger ela do mundo que ela pertenceu antes. Por isso nós viemos morar aqui. Pra fugir do nosso passado ruim. Eu só não esperava que fossem nos descobrir. Eu suspeito que foi por causa do torneio feminino, com o nome dela sendo divulgado pela mídia.

Kevin: Entendo. Eu já liguei para os seus pais. Fico surpreso saber quem são eles. A mãe fez questão de pagar a fiança das duas. Não vão passar a noite presas. E o pai está vindo busca-las.

Eu gelei.

Kevin: Talvez eu as chame para depor novamente assim que eu tiver mais detalhes. Vou liberá-las porque ainda tem muita gente para investigar, inclusive uma das coelhinhas que está viva.

Carol: Ainda tem rosquinhas?

Kevin: Heh... eu vou ver o que arranjo para vocês duas. Vão ficar na sala de espera acompanhadas de um oficial.

Ele não disse mais nada. Me liberou depois de ter me deixado pra baixo. Fui acompanhada até a sala de espera e lá já estava a Filia, sentada, parecia meio triste também. Eu me sentei ao lado dela e segurei a mão dela. Nossos dedos se entrelaçaram com força.

Carol: Tá tudo bem. Não precisa dizer nada...

Eu olhei pro Samson. Ele estava escondido. Vou ter a minha conversa com ele quando a Filia dormir. Ficamos sem trocar uma palavra até o momento que o papai chegou.

Iori: Boa noite. Eu vim pelas garotas.

O policial nos liberou e o pai deixou que fossemos na frente. Ele veio no carro da mamãe e eu já estava com medo de abrir as portas. Será que ela estava lá dentro? Filia não entendeu o motivo de eu ter ficado parada segurando a porta.

Iori: Vai logo. Sua mãe não está aí. Ficou em casa fazendo um banquete. Vão jantar como rainhas hoje!

Filia pareceu ter se empolgado com isso. Já eu, sabia muito bem do que se tratava o jantar de rainhas. Isso quer dizer que vai ser só eu, a Filia e a mamãe numa mesa cheia de comida. Vocês devem pensar: “Nossa, o que tem de mal? Ela pode estar preocupada e louca pra encher a filha e a norinha delas de beijos e mimos!” Ledo engano. A mamãe era do mal! Ela adorava dar broncas e ela nunca perderia a oportunidade de me sentar com a Filia na mesa e massacrar nós duas com suas palavras cruéis e destruidora de corações aflitos.

Entrei no carro e Filia sentou do meu lado. O papai ia dirigindo. Nós ficamos em silêncio.

Iori: Seja bem-vinda à família, Filia.

Ela não pareceu entender.

Iori: Isso é ser um Yagami. Sempre nos metemos nas piores encrencas possíveis.

Ela deu risada. Eu também, mas não fiquei por muito tempo com um sorriso no rosto. O que aquele Kevin me disse acabou me afetando de uma forma ruim profundamente. Estava eu sendo uma péssima namorada em esconder algumas verdades sobre o passado da Filia? Sobre o nosso passado em geral? Eu não sei... ela não me parecia estar buscando saber da verdade...

Iori: Se as duas tivessem ficado em casa, nada disso teria acontecido. Faltava pouco para ter tudo o que precisava sobre aqueles caras.

Carol: Desculpe pai... eu não achei que fosse ficar tão ruim...

Iori: É melhor as duas começarem a pensar antes de tomarem alguma decisão idiota. E dessa vez é melhor ficarem em casa essa semana.

Carol: Mas temos aula e...

Iori: Eu vou arranjar dispensas médicas para vocês duas.

Ele olhou para nós pelo retrovisor.

Iori: Eu vou elaborar um plano de caçada e vamos acabar com essa infeliz. Não quero saber de espiões, assassinos, o caralho que for atormentando nosso clã.

Depois disso, o papai não disse mais nada. O caminho todo para casa foi em silêncio e comigo olhando para um lado da janela. A cidade sempre era movimentada a noite, e apesar das coisas que acontecem aqui, ela sempre parecia ter um clima mais festivo e agradável. Isso até mesmo nos faz esquecer dos problemas que passamos por um momento.

Já nos arredores de Philantrophy Belfry, quando papai estacionou na garagem de casa, eu sabia que a mamãe nos aguardava. Tomei a mão da Filia e incentivei ela a ir comigo de cabeça erguida, igual quando começamos a namorar.

Carol: É melhor passarmos por isso juntas. Vai por mim!

O papai ficou pra trás, arrumando alguma coisa enquanto nós duas fomos entrando. Já era um pouco tarde, passou das 22 horas. Nem sinal de Rose, Lilith, Yue e Alice. Nós fomos até a cozinha para jantar com a mamãe e... receber a bronca de nossas vidas.


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Mensagem  Convidado Qui Ago 08, 2019 10:51 pm




Filia acordou dentro de um carro.


Ela não soube quem a pôs nele, muito menos como acabou tendo toda a sua visão escurecida. A Medici ficou receosa, o que iriam fazer com ela? Será que alguém iria judiar de si? Samson não tinha como a ajudar, ele nem respondia os seus chamados ou a súplica em seus pensamentos. Na verdade, o Theon estava apagado. A Medici pensou que ele talvez tivesse sido afetado pela explosão que a apagou.


A garota foi levada para uma sela, e ficou lá até um homem a chamar para uma salinha, colocar ela sentada em uma cadeira nem um pouco confortável e olhar para ele, com um olhar sério e carrancudo. Esse homem tinha uma estatura mediana, olhos escuros e uma pele de quem tomava muito sol, tendo ela bem bronzeada.  


Ele se apresentou como o oficial Kennedy e não parecia ser muito amigo de ninguém.


— Muito bem mocinha, você deve saber por que está aqui.


— Eu não sei, não.


— Garota, você estava no tiroteio contra um grupo em frente a lanchonete, não estava?


— Ah sim, eu estava...


— Eu posso saber quem eles são?


— Eu não sei exatamente, eu cheguei e eles já estavam lá...


— Pelo que eu fiquei sabendo, você também estava participando.


— Não, eu não estava!


— Eu tenho algumas testemunhas que disseram que você estava segurando várias armas e disparando contra elas.


— É mentira! Não fui eu!


— Disseram algo sobre você usar o cabelo para isso.


— Não fui eu, juro!


— E quem poderia ter sido?


— É o meu parasita...


— Ah tá, um Parasita. E essa coisa que anda consigo, não tem como ter controle? — Kennedy sorriu debochado, e isso esquentou um pouco o sangue de Filia.


— Não. Samson não responde a ninguém, ele só estava tentando me proteger.


— E o treco tem um nome. Pois bem, ele estava te protegendo do que?


— De qualquer um.


— Você realmente não sabe quem são as pessoas que estavam atirando em você?


— Não, eu juro que eu não sei.


— É muito estranho.


— Por quê?


— Eles trabalham para os Medici. Você não é a Filia Medici?


A garota ficou quieta, juntou as mãos sobre o colo e sua face se transformou em puro desanimo. Como é que ela responderia sobre essa história?


— Eu sou sim.


— Então como você não os reconhece?


— Eu não me lembro deles.


— E como isso é possível.


— Eu perdi a minha memória há muito tempo.


— Isso é meio conveniente.


— Conveniente é procurar coisas que pareçam ser convenientes só para preencher um papel e achar um culpado! — Ela respondeu, já demonstrando um leve nível de irritação.


— Ora, ora.


— Ora, ora, o quê? — A voz que se ouviu, não foi de Filia e nem de Kennedy. Essa voz era grossa, digna de um demônio, uma monstruosidade. O timbre que ele usava nem era forçado, Samson era bruto até mesmo na vocalização.


Demorou um pouco para Kennedy entender de onde veio o som, ele olhou para os lados, pensou até mesmo que isso veio de fora, até que se tornou ‘inviável”, tanto esse pensamento, quanto achar que a menina de olhos vermelhos era responsável por isso, mas como um policial de 2nd, ele nem mais esquentava a cabeça em procurar lógica em alguma coisa. Ele só se tocou que não estavam sozinhos, quando dois olhos amarelos e grandes surgiram na cabeça da menina, e ele pôde ver os dentões do Theon.


— Eu disse que eu tinha um Parasita.


— E é feio que dói.


Kennedy não se assustou com isso para a surpresa de Filia. Quem via um Parasita pela primeira vez sem ser de Nova Meridian, sempre apresentava uma aversão, especialmente para Samson que parecia sempre estar pronto para devorar alguém. Filia nem imaginava que Kennedy já era macaco velho, e teve participação em muita coisa estranha na cidade, o mesmo até mesmo já viu um rapaz ser capaz de levantar um carro e lançar como se fosse um brinquedo. Ele testemunhou acidentes estranho e o pior de tudo é que ele mesmo teve a sensação de já ter sido afetado por isso, e se quer se lembrava como, mas tinha firmemente isso consigo.


Todo dia tinha algo na cidade, fosse na mão dos normais ou anormais.


Fazer parte da polícia de Second Southtown era um trabalho pesado, e já era por si só um bruto tratamento psicológico. Logo, um cabelo com vida entraria no pote de jarro das novidades, e não nos da surpresa.


— Você que é o feio.


— Olha, eu não estou querendo ficar aqui para brincar. Preciso de respostas.


— Ela não vai te dar nenhuma. Filia não se lembra.


— Ah não? E como é que ela não se lembra?


— Acidente, bateu com a cabeça, ela tem a cicatriz disso. Quer dar uma olhada?


Kennedy encarou o Theon, ele queria sim dar uma olhada, mas estaria cruzando uma linha diferente. O poder da lei estava consigo, mas a dos direitos também. Vai saber que maluquice iria acabar acontecendo se ele encostasse na menina.


— Olha eu sei que isso parece uma história inventada. Mas eu passei os últimos anos sozinha e só com ele. Samson é a única família que eu tenho, ninguém nunca veio atrás de mim, e eu vivi por aí na minha e quieta.


— Então você não tem nenhuma ideia do porquê de eles estarem aqui na cidade?


— Não senhor.


— E você? É Samson o seu nome, não é? Sabe de alguma coisa?


— Não tenho ideia. Esse povo nunca bateu bem da cabeça. De onde viemos ele já fazia merda.


O Policial massageou as têmporas.


— Não estão me ajudando.


— Desculpa, mas eu tenho nada a oferecer.


E ficaram nisso por horas, até ele recebeu uma ordem para liberar a garota. Alguém veio as buscar, o que foi até bom. O policial já estava ficando sem paciência com o Theon que passou em alguns momentos a dar respostas ousadas e se atreveu até mesmo utilizar rimas de conteúdo satírico e ofensivo. O Kennedy não poderia fazer muito NESSE DIA, mas ele ficaria de olho na dupla, e foi o que ele fez até Filia ser liberada com a menina magricela e esquisita.


A Medici ficou o tempo todo quietinha na salinha com a Carol. As duas juntaram as mãos e nada falaram. Filia pensava em inúmeras coisas que começaram a fazer a sua cabeça a fervilhar, e tardou um pouco para ela sentir algum alívio. Isso só ocorreu quando ela viu quem veio buscar ela e Carol. Esta pessoa era a sua sogra (na verdade sogro), Iori que veio buscar o trio. O que isso poderia significar para eles? Filia pensava que algo bom. Seria melhor que voltar para casa e ficar pensando em inúmeras coisas, pelo menos com a família Yagami ela estaria bem e teria algo com o que se distrair.


Assim que saíram da delegaria, Filia olhou para Carol sem entender o motivo dela ter parado a caminhada. A Medici reconheceu o carro, um vermelho, até bonitinho na visão dela, não sabia dizer qual era o modelo, mas pareceu aqueles bem familiares. Era de Dean, o seu sogro (na verdade, sogra).


— Que foi Cacá? — A Yagami não respondeu, mas bastou Iori falar que a ficha caiu.


Carol tinha medo da mãe? Filia perguntaria depois.


O caminho de volta foi um pouco melhor do que acordar indo para a delegacia. A Medici que era um pouquinho lentinha para muitas coisas, acabou por não entender muito do que foi dito entre pai e filha. Um ponto de interrogação enorme acabou por cima de sua cabeça quando Iori disse que ela era bem-vinda a família. Mas... Ela já não era bem-vinda? A Medici continuou com aquele ponto de interrogação na cabeça até entrar na casa, atrás de Carol, sentindo uma certa tensão vinda da garota.


Iori as deixou. Filia seguiu quietinha com Carol, já imaginando que tipo de gostosura havia ali. E a Medici achou um pote de ouro. A mesa tinha comida, era sempre cheia, todo mundo comia bastante ali, principalmente a sua namorada. Filia ficou superanimada em ver aquilo, mas acabou tendo seu humor tomado ao colocar os pés naquele recinto.


— ... Carol? — Ela sussurrou assim que se sentou do lado da menina, não entendendo a atitude dela em relação ao momento.


O que tinha de tão temível?


Bom, Filia iria descobrir nesse momento, quando Dean disse para as duas se sentarem, sem se quer olhar nenhuma delas, apenas movendo a colher de pau na panela que exalava um cheiro muito convidativo a Filia.


A Medici se sentou do lado de Carol, e olhou a mesa, cheia de coisas boas, algumas ela torcia o nariz, mas para quem tem fome, Filia tinha é mais que comer o que lhe era dado.


Coroline era uma criatura que não se importava muito com bagunças, nem zonas, gritarias ou coisas do gênero. Mas qualquer um que fosse bem atento, tomaria cuidado com as palavras e certos atos, nada passava despercebido por aqueles pares de olhos dourados, nem mesmo a menor menção, por melhor, ou pior que fosse, não fugia dos ouvidos dela. A Hawkins, agora Yagami, tinha um certo limite para cada coisa que era feita, e sua filha e nora haviam ultrapassado a sua tolerância. Dean aceitava muita coisa, ela tentava compreender Carol ao máximo que podia, além do mais, quem além dela compreendia bem o que era ser usada como a menina foi?


A mulher tinha muitas histórias ruins para serem contadas, mas já estava na hora de sua filha crescer um pouco, e Filia infelizmente, acabou na bronca junto de Carol.


— Então. Como é ficar presa?


— ... — A Medici olhou para a namorada, e então voltou a olhar o seu sogro. — Eu.. Hmmm... Não foi legal...


— Não, não é mesmo? Eu imaginei que não fosse.


— Mamãe...


— Como foi a situação? Também foi divertida?


— ... Não foi... — Filia foi respondendo devagarzinho, e sua voz foi diminuindo aos poucos, enquanto a mais velha continuava os seus dizeres em um tom nem um pouco convidativo.


— Eu imagino que não. Pessoas mortas, machucadas, muito interessante.


— Não queríamos fazer isso.


— Ninguém nunca quer fazer nada, no entanto, todas essas coisas sempre acontecem, porque alguém, normalmente um idiota, não sabe esperar pela hora certa de fazê-las.


— A Filia não é idiota. — Carol disse em tom firme.


— Não mesmo, um idiota é mais inteligente. Esqueci que há grau de diferença.


— Você não entende.


— Então me explica.


E Carol começou, ela contava a sua versão da história, ignorante ao fato de que está foi vigiada pela irmã mais nova. Enquanto ela continuava a falar, Dean ia arrumando o resto das coisas, colocando o restante da comida em travessas, absorvendo cada ocorrido, até que finalmente ela se sentou, em frente as duas, com os braços cruzados e com ambas em seu campo de visão.


— Eu não queria que a Filia ficasse andando sozinha por aí com aqueles caras nos sondando... quando soube que ela saiu, eu nem pensei duas vezes. — Carol foi juntando as mãos sobre a mesa. Não desviando o olhar do da mãe. — Fui procurar pela maior quantidade de energia de teonita para saber a localização exata da Filia. Só que não pensei que ia encontrar dois focos dessa energia aqui na cidade.


A pequena coçou a garganta para continuar.


— Eu sabia que a menor era a Filia, mas a maior me deixou assustada e curiosa. Achei que pudesse investigar antes de ir encontrar com ela..., mas eu não sabia que ia me esbarrar com ela...


— Ela quem?  — Dean perguntou enquanto Filia já estava preparando o seu prato, não esperando pela vez dela na bronca para comer.


— A Dahlia Negra. Ela é uma ex-membro do ASG Labs. Ela tem partes dos corpos modificados com armamentos pesados e atua como treinadora da legião de assassinos dos Medici... Ela queria levar a Filia de volta para o avô e o tio. E não é para um reencontro familiar agradável. Eles são loucos. Eles vão matar ela se eu deixar!


Os olhos de Samson se arregalaram, sua boca se abriu por completo quando Filia olhou para Carol, atenta a situação. O Theon rapidamente tomou uma ação, pegou garfos extras e começou a alimentar a Filia.


— Come! Come! Não presta atenção, só coma!


Enquanto o lado de Carol ficava turbulento, Dean arrumava uma pratada digna de alguém que não comia comida há muito tempo. Ela deu a volta pela mesa, se sentou do lado da menina e foi cortando a carne, arrumando o prato de Carol, que ficou imersa nas suas falas, continuando a narrativa dela sobre a situação.


— Tudo o que eu fiz foi para tentar manter em segredo a presença da Filia na cidade, mesmo sabendo que o torneio feminino acabou dando na telha o paradeiro dela... Não achei que todo esse desastre fosse acontecer... E muito menos pensei que a Filia fosse se meter no meio da minha encrenca... Também fui idiota de sair sem estar preparada. O Buer provisório não ajudou quase em nada. E eu ainda levei um tiro de doze na costela... sem falar que eu estava morrendo de fome quando isso saiu de controle...


Os olhos da garota começaram a lacrimejar.


— O pior de tudo não é isso... foi o policial dizendo que eu estava sendo uma péssima namorada. — A voz de Carol foi oscilando. Ela ficava manhosa e fungava baixinho, segurando um choro que não viria a demorar a aparecer. — Ele disse que eu não estava ajudando a Filia de verdade, que escondendo as coisas dela só estava fazendo mal a ela e... que eu estava sendo mais suspeita ainda...


A sua frase chorosa foi interrompida por uma colherada cheia de comida, seguida por outra colherada, e outra, e mais uma, até suas bochechas ficarem cheias de comida. Enquanto isso, Filia esquecia do assunto pela quantidade exagerada que Samson enfiava em sua boca. A comida estava uma delícia, mas melhor que isso era a sensação de estar completa novamente. O seu organismo se enchia com tudo o que conseguia, e seu metabolismo começava a trabalhar rapidamente, onde o corpo de Samson começava a se alimentar de metade da comida que Filia passava a digerir. Quando isso ocorria, a Medici ficava muito bem, ela viajava na onda da gostosura, sentindo tudo mais com um sabor a mais que a deixava desconectada. Infelizmente sua namorada, não era assim.


— Então, deixa eu ver se eu entendi. Você sentiu algo e ao invés de novamente pedir ajuda, decidiu ir atrás de uma fonte de energia enorme, diferente da sua namorada, é isso? — Carol tentou responder, mas ao abrir a boca, mais uma colherada foi em direção a ela. — Então, você tomou um tiro, perdeu o meu protótipo. Foi presa, e ainda ouviu isso? Nossa, eu acho que ele foi generoso. Muito generoso.


A irritação de Dean era visível.


— Você foi idiota. De novo, mais uma vez, colocou-se numa situação de risco como a super-heroína que acha que é, mas não é, ao invés de pedir ajuda, Carol foi rapidamente ao encontro do problema, por que será que eu não me surpreendo? — Ela deu um tempo para a menina se recompor.


— Eu só... coff coff... queria trazer Filia pra casa... eu fiquei com medo, okay? Com medo de perder ela de novo...


— Pelo que eu sei, ela estava aqui perto, não estava longe. Tomou mais uma vez uma decisão baseada em nada. — E Dean voltou a alimentar a menina. — Mas de quê adianta falar com você? É irrelevante. Não importa quantas vezes tenhamos as mesmas conversas, você é uma criança egoísta, moldada por impulsos irritantes que um dia, vai matar você. Pensa nas consequências pela metade do caminho, só imagina uma parte do problema, enquanto o resto fica na merda para ser recolhido caso o seu, e se, nunca dê certo.


Samson ouvia o que era conversado. Ele olhou a menina com dó e congelou quando a Éther manteve aqueles olhos impiedosos em si. A mulher alimentava a menina, dava de comer para ela enquanto soltava o que tinha de dizer, mas sempre dava uma olhada nele, e Samson viva escrito ali que ele seria o próximo, querendo ou não, ele não ficaria livre da situação.


— O que me deixa puta da vida dona CAROLINE É QUE DE NOVO É SEMPRE A MESMA HISTÓRIA. — Os três ficaram quietos. — Quantas vezes eu vou ter que repetir? PENSE PRIMEIRO E FAÇA DEPOIS! EU SEI TODA ESSA HISTÓRIA, EU MANDEI LILITH ATRÁS DA ESPERTA DA SUA NAMORADA. — A explosão foi tão repentina, que Filia engasgou. — Olha o que as duas fizeram! Pessoas levaram tiro, outras morreram! E NÃO QUERO SABER SE É INIMIGO, CIVIS ESTAVAM NA ZONA. E você garota, junto com essa coisa preta na sua cabeça, atiraram nos outros?! Mas que diabos vocês têm na cabeça?! O problema só não foi maior, porque Lilith deu uma ajuda escondida, senão eu estaria respondendo com problemas maiores. VOCÊS TÊM IDEIA DA GRAVIDADE DA SITUAÇÃO QUE ESTÃO?!


Filia se encolheu, Samson parou, olhando assustado. De um timbre tão gentil, de repente a mulher foi para um vozeirão que lhe deu arrepio por todo o seu corpo esquisito. Carol então nem falou nada, apenas ficou olhando a mãe, sem se quer pensar em responder algo.


— Colocaram outros, e nós em perigo! ACHA QUE ELES VÃO ATRÁS DE QUEM DEPOIS DESSA?! Pensem suas idiotas, qualquer um que fique perto de você É ALVO. NÃO É DEIXADO DE FORA, TODOS SÃO CAÇADOS. — Coroline então deixou o prato vazio em cima da mesa, sentindo-se cada vez mais furiosa. — Filia não pode ficar sozinha, pode ter certeza que o apartamento tá sendo vigiado, você não pode sair de casa, ir para escola é colocar todo mundo em perigo. Eu vou ter que encontrar meios de deixar vocês em casa, estudando aqui dentro, já que qualquer um aqui sair é perigoso. VÃO ATRAIR PROBLEMAS, se saírem. EU espero que as duas estejam contentes, porque colocaram todo mundo relacionado a vocês EM PERIGO! Todo mundo!


A mulher bateu o prato na mesa, junto com acolher e arrumou com um pouco de força a cadeira da menina, virando-a de frente a mesa de madeira.


— Seu pai, eu, seus irmãos, todos. Espero que estejam contentes com isso, pois agora sim temos uma leva de problemas bem grandes, como se já não tivéssemos os nosso próprios. Parabéns pelo heroísmo de merda, próxima vez que quiser ser herói Carol, pense igual um responsável e você, sua idiota com parasita, quando for dar uma de investigadora, faça direito, e não me esqueci de você não aberração. — A Éther ergueu a mão direita, pontando com o indicador para a face de Samson. — Você e a péssima namorada dela sabem de alguma porra e uma hora vão ter que parar com essa ladadinha de proteção e começar a falar. Não quero saber qual é o problema, o que aconteceu e o que vai acontecer, se resolvam em relação a essa porcaria de situação com a vida de Filia. Estou cansada, já estou farta dessas brincadeiras de criança tomando lugar de adultos. E EU NÃO QUERO VER UMA MIGALHA NESSA MESA, SE NÃO CONSEGUIREM, ENGULAM ATÉ SAIR PELO NARIZ!



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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Sáb Ago 17, 2019 7:52 pm



Não foi fácil passar por toda aquela bronca e ainda haviam coisas que eu queria dizer, mas achei melhor ficar em silêncio. Nessas horas eu nem gostava de contrariar meus pais ou poderiam durar mais do que o normal. Em partes ela tinha razão de gritar comigo pelas minhas atitudes. Eu realmente coloquei todos em perigo agora e se duvidar, nós poderíamos estar sendo vigiados.

Ir pra escola essa semana? Nem pensar! De algum modo eu consegui fazer com que todos aqui ficassem numa espécie de prisão domiciliar. Com a saída da mamãe, ficamos apenas eu e Filia ali na mesa. Ela fez muita comida mesmo para nós duas e não queria ver nada nessa mesa quando voltasse. E foi o que fizemos.

Iori: Poderiam ter ficado quietas em casa hoje. As coisas seriam mais fáceis de se resolverem.

Meu pai entrou por um momento. Eu olhei para ele sem nada a dizer. Ele parecia indiferente com tudo o que aconteceu, como se nada o afetasse, sabe? Ele puxou uma cadeira e sentou-se de frente para mim e Filia. Certeza que ele tinha algo a nos dizer.

Iori: Já entrei em contato com alguns informantes meus na cidade. Vou rastrear esses infelizes. E vamos caçá-los.

Carol: O que?

Iori: Vamos caçá-los. E aniquilá-los.

Ficamos quietas.

Iori: Irei bolar um plano para acabar os lacaios dos Medicis. A última coisa de que precisamos é de mais gente tentando nos matar nessa cidade.

E ele se levantou. Sempre rápido e direto ao que interessava. Antes de sair da cozinha e nos deixar a sós, ele foi bem firme no seu último pedido.

Iori: Quando chegar a hora, é melhor as duas estarem prontas para matar. Essa tal de Dahlia não sai daqui com vida.

E ele se foi.

E volta o silêncio mortal.

Nos dez primeiros minutos, só se ouviam sons de talheres e pratos na mesa. Filia comia quieta, parecia perdida em um mundo onde as coisas gostosas reinavam. Já eu, fiquei a maior parte do tempo submersa nos meus pensamentos, enrolando um pouco para comer. Mas não me estendi muito nisso.

Carol: A mamãe tem razão.

Comecei.

Carol: Você tem que saber da verdade. Se não for por mim, tem de ser pelo Samson.

Eu sinto que atrai a atenção dela por um momento. Então, continuei a falar sem me importar se o parasita na cabeça dele fosse ou não gostar.

Carol: Quando ele diz que não sabe das coisas, eu aposto que ele está mentindo. Se é pra te proteger ou não, não faço ideia. Mas eu sei que algumas coisas... pelo menos a minha parte.... eu vou contar. E seria bom que você prestasse atenção em mim. E Samson, não tente distraí-la.

Naquele meio tempo eu fui explicando para Filia como nos conhecemos.

Carol: Talvez você não se lembre, mas a primeira vez que eu te vi foi quando estava deitada embaixo da sombra de uma arvore. Você parecia aquelas colegiais descoladas, que não se importava de estar cabulando as aulas.

Era nostálgico pensar nisso.

Carol: Eu fiquei um tempo te observando do outro lado. Tão descontraída, como se não se importasse o tempo que passasse. Você olhava para o céu azul daquela manhã, tão concentrada no que fazia que eu até pensei que poderia estar tentando desvendar algum mistério científico ou tentando encontrar o sentido da vida. Você parecia muito pensativa mesmo naquela manhã. E foi onde eu ousei me intrometer na sua vida.

Samson: Tédio!

Carol: Cala a boca!

Odeio quando ele faz isso.

Carol: Eu me sentei do seu lado e você só olhou pra mim como se esperasse ouvir alguma coisa. Mas eu não disse nada. Só me sentei ali e fiquei olhando para a mesma direção que você. Eu estava vermelha de vergonha. Eu estava pensando se dizia um “oi” ou se eu perguntava “o que está fazendo?”, mas então você me cortou e disse: “Acha que tem alguém lá em cima nos observando?” A pergunta me pegou de surpresa.

Samson: Eu pensei que ela tivesse te salvado de babacas que fazem bullying!

Carol: Eu to chegando lá, coisa chata!

Pigarreei.

Carol: Nós conversamos sobre isso. Sobre alguém que podia estar nos observando. Eu perguntei se você estava falando sobre o Show de Truman, o filme daquele ator engraçado... mas você disse que não estava falando dele... que era só uma dúvida, uma coisa que te botou para pensar mesmo. Eu disse o meu nome e você o seu. Mas você evitou falar o seu sobrenome. Naquele momento eu não entendi o motivo. E minha insistência lhe fez se levantar e ir embora.

Samson: Você é boa para arruinar amizades.

Carol: Falta muito pouco para eu acertar sua cara! Hm... depois disso, aconteceu o que esse bobão aí falou. As meninas que adoravam implicar comigo vieram me infernizar. Eu estava tentando abrir meus armários até que eu fui cercada por elas e empurrada por uma de cada vez até eu cair no chão. Eu não sei o que tinha na cabeça dessas meninas, o que elas ganhavam me importunando daquela maneira... eu sei que só queria chorar e pedir pra elas irem embora logo. E foi quando você apareceu.

Eu olhei pra ela.

Carol: Por um momento, eu pensei que você fosse uma delas. Mas assim que você as mandou pararem e todas saíram de perto como se vissem o próprio demônio... eu entendi o porque de não ter me falado o seu sobrenome antes. Elas gritaram: “É a Medici!” E todas foram embora. Foi assim que nos tornamos amigas. Acho que de alguma forma... o medo que os outros tinham de você acabou servindo de proteção para mim. Eu não quero que pense que eu me aproveitei do seu status lá.

Samson: Pra mim, parece que se aproveitou sim...

Carol: Eu juro que vou te matar!

E continuei

Carol: Mas de alguma forma, eu sinto que você me quis por perto por ser a única pessoa que não sentia medo de você. Ou do seu nome. Eu sabia quem eram os Medici. Sei que eles governavam de verdade a cidade, e que os Renoirs pareciam mais uma fachada do que uma família real. Tudo o que eu mais queria naquele momento era ter uma amiga. Uma pessoa com quem pudesse passar um tempo de vez enquanto, compartilhar segredos, sair para algum lugar, estudar juntas... eles nos apelidaram de dupla dinâmica. Você a Batman e eu a Robin. Eu não gostei muito no começo, ninguém quer ser o Robin...

Eu estava tão feliz de poder conversar dessas coisas com ela, como se eu a ajudasse a redescobrir todo o seu passado. Mas é melhor ir atirando as coisas aos poucos. Eu não sei como é ter amnésia, mas acho que bombardear a pessoa de muitas informações pode acabar fazendo ela dar tilt em algum momento. De um modo ou de outro, eu queria tirar uma coisa da cabeça da Filia.

Carol: O que aconteceu comigo... não foi culpa sua. Ok? É só o que eu quero que entenda.

E ao falar disso, eu menciono os nossos encontros em Nova Meridian, no auge da quarta Skullgirl (Marie). Não sei de onde ela tirou a ideia de que foi culpa dela a minha vida ter sido destruída. Talvez ela pense que eu fui entregue por causa dela ao laboratório Zero ou que tenha feito algo de ruim para mim. Não. Nada disso é verdade. Feito isso, achei justo fazer uma pergunta.

Carol: Tem alguma coisa em especial que você queira saber? Algo sobre mim? Sobre o Samson? Os Medicis? Hoje eu estou pronta para tagarelar o quanto você quiser...

Samson: Você não odeia fofocas?

Carol: Pelo amor de deus! Não me enche, coiso!


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Mensagem  Convidado Qua Ago 28, 2019 11:00 pm




A mãe de Carol saiu, deixando as duas meninas bem cabisbaixas. Filia não sabia que a sogra podia ser verbalmente cruel. Dean havia colocado muitas coisas ali e não tinha como retrucar sem acabar se queimando no processo. O bom de tudo, era que o castigo se tratava apenas de uma prisão domiciliar e muita comida, podia ter sido pior pelo olhar raivoso e muito zangado que a acastanhada deu as duas garotas, mas a Medici não iria contestar a mãe de sua namorada, continuaria comendo, um ato muito bem apreciado pela criatura presa em sua cabeça.


Samson não sabia como a situação ficaria agora. Ele veio de Nova Meridian, entendia muito bem como os Medici funcionavam, ainda mais ele que testemunhou a queda de sua hospedeira. A criatura olhou de relance a magrela, a namorada mirradinha de Filia. Hoje seria o dia que as coisas não ficariam boas para ninguém, e isso incomodou muito o Theon, que pensava que Filia havia virado uma página ruim de sua vida, mas, como a criatura que era, Samson sabe que algumas coisas são inevitáveis, o ser só não queria Filia sendo judiada com uma história que ela ainda não estava pronta para entender.


Filia que estava comendo com a cabeça um pouco baixa por conta da bronca, ergueu-a assim que Iori Yagami, sua sogra (sogro), se sentou em frente a elas, onde Coroline inicialmente havia se sentado para iniciar a bronca. A menina apenas ficou vendo pai e filha conversarem, entendendo que não poderia fazer nada e que os adultos iriam resolver essa situação toda sozinhos.


Filia: Eu sinto muito. — E essa foi a única coisa que ela disse para o ruivo, antes desse sair da cozinha e deixar as duas sozinhas.


"Matar é?", um ato que Samson podia fazer muito bem e sem nenhum problema. A única complicação de fazer esse tipo de coisa, era Filia e sua relutância de tomar certas decisões importantes. Por causa disso, muitos inimigos que deveriam estar mortos, perambulavam por esse mundo atrás delas, e o Theon perdia muito do seu sono por despertar todos os dias, a qualquer hora, completamente desconfiado dos seus arredores.


Filia: Eu causei muita coisa... Eu não queria que isso tivesse se tornado um problema, pensei que se eu resolvesse isso sozinha, ficaria tudo bem, mas olha no que deu. Qualquer coisa que eu faça, qualquer coisa que eu pense em fazer, dá errado. — Filia disse, já desanimada.


E elas ficaram em silêncio. Cada uma continuou comendo, e ninguém disse nada por longos minutos que pareciam horas e horas que insistiam em não passar, tornando o momento frustrativo para a Medici que agora espetava o espaguete cheio de molho e almôndegas, sem muito ânimo para comê-lo, e esse desanimo parou quando Carol começou a falar, fazendo Filia largar o garfo e olhar a namorada.


A Medici não comentou nada, ela apenas ouviu o que a namorada tinha a dizer, e também as constantes interrupções de Samson, que tentava a todo custo atrapalhar o que a Yagami tinha a dizer. Filia absorvia as palavras de Carol, com as mãos apoiadas sobre as coxas e concordando com algumas coisas que ela dizia com um aceno na cabeça.


Filia: .... - A Medici ficou quieta quando Carol terminou de falar. A menina não demorou muito para começar a falar, a garota deu um gole no copo de Coca-Cola, tomou ar e decidiu que era a hora dela falar alguma coisa. — Eu não sei sobre a nossa história, é legal saber como as coisas aconteceram, eu tentei imaginar como deveria ter sido nós duas nessa época, mas eu meio que não consegui pensar em como deveria ter sido. Sabe, debaixo do Samson, eu tenho uma cicatriz na cabeça, o lugar que eu levei um tiro, ou que me bateram, mas eu sei que tá aqui, Samson já me mostrou uma vez... Então, eu queria dizer algo... Eu não tenho memórias reprimidas ou guardadas. Eu perdi todas... Então eu sinto muito por não poder partilhar isso tudo, de tentar imaginar isso tudo.


Então Filia pegou em suas mãos o copo, e brincou com o líquido dentro dele, balançando o mesmo devagar, apenas admirando as pequenas ondas que conseguia fazer.


Filia: Eu agradeço por me dar algo daquele tempo... Alguma coisa boa. É reconfortante saber que nem tudo o que me envolve é uma droga.


Samson: Você não é uma droga.


Filia: Eu sou sim, e você sabe disso. Sabe Carol, quando eu vi você, eu tive um pressentimento que te conhecia, nós batalhamos, e nessa batalha o Samson me contou uma história de uma menina que era a minha amiga e que sofreu por conta de um infortúnio. Nós duas nos separamos, eu quis ir atrás de você, mas o meu caminho se desviou para outras pessoas, e lá, eu conheci uma vítima trazida de volta dos mortos pela Skullgirl. Sabe... Ali eu soube quem eu era. O que era o Medici do meu nome. E eu senti muita vergonha e um mal estar pesado, que eu não queria olhar nos olhos dela, mas tivemos que lutar juntas, e... Enquanto faziamos a nossa jornada, eu pude colher algumas informações...


A menina inspirou fundo.


Filia: Eu fui na minha casa antiga... Eu vi lá as coisas... Na verdade eu acordei ali mesmo, na cena do crime. - Os olhos de Filia marejaram. — Eu me lembro de ver alguns corpos, mas eu não sei de quem eram, pelo menos eu ainda me nego de querer saber. Hoje ás vezes eu penso o que poderia ser, mas... Na verdade eu sei, é só uma pena que não tenha dado para restar nada deles... Sabe? E sobre você... Eu fiquei sabendo das operações dos Medici, tempos depois... Muito depois de nos separarmos... E eu decidi que eu não quero saber nada do meu passado... Não vale a pena. Eu me convenci de que, se eu quisesse achar você e seguir em frente, eu tinha que esquecer os Medici. Eu sei que é impossível, mas eu poderia ao menos tentar uma vida, por que lá Carol, quando nos separamos, apesar de eu encontrar um abrigo, não tive sossêgo, eu fiz inimigos, na verdade uma inimiga.


Samson: Esquece aquela Jaburu dos infernos, deixe ela para lá.


Filia: Bom... Você pode me dizer, o que aconteceu com você, depois que a Skullgirl, morreu? Eu sei que cada uma foi para o seu canto, na verdade, eu não achei mais você, mas.... Enfim, como foi a vida até aqui? Você nunca me contou, como tudo aquilo acabou.



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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Qua Set 11, 2019 8:08 pm



Contar aquele pequeno fragmento de nosso passado foi reconfortante para nós duas. Eu adoro isso, essas memórias nostálgicas de tempos felizes e divertidos. Sabendo que isso a fez se sentir melhor, eu estava decidida a contar tudo o que fazíamos, os segredos que compartilhamos, as brincadeiras, os filmes e novelas... Só que não pude.

Filia passou a falar de sua decisão de esquecer o passado dela. Que a melhor maneira dela seguir em frente seria esquecendo o seu sobrenome e tudo o que ele representava. Ela afirmou que não tinha nenhuma lembrança do passado, que foi tudo perdido, até de uma marca de ferimento que ela tinha na cabeça, abaixo de Samson.

Eu me lembro que ouvir comentários de que os pais de Filia, Amélia e Marcus, foram baleados. E se Filia tinha uma cicatriz na cabeça, era sinal de que ela foi baleada também. Saber disso é doloroso para mim. Se não fosse pelo Samson, ela teria morrido. Teria sido mais uma Medici que viraria estatística nas mãos da Skullgirl Marie naquele tempo. Por essas e outras que dou graças por essa coisa rabugenta e incomoda estar pregada na cabeça dela para o resto da vida dela.

Enquanto conversávamos, a comida na mesa ia esvaziando. Eu vi uma oportunidade de me entreter ali com as delícias preparadas pela mamãe, mas sem tirar os olhos e a atenção de Filia. Ela me relatou algo que eu não tinha conhecimento. Suponho que tenha sido depois do nosso primeiro combate, lá pelas ruas da Pequena In’smouth. Quem era essa pessoa que foi atacada pelos Medici? São tantas pessoas que foram injustiçadas pela tirania de Lorenzo que eu nem sei quem poderia ser. Ela não disse o nome, mas afirmou que foi uma das que foram trazidas de volta com os mortos. E depois, sobre uma outra pessoa, alguém que abalou mesmo a Filia. Só de mencionar essa pessoa, eu vi uma mudança no olhar dela. Um mais aflito, amedrontado. Seu sorriso sumiu e eu podia jurar que ela até deu uma tremidinha de medo. Samson pediu para que ela esquecesse da “jaburu dos infernos”.

Carol: ... Jaburu dos infernos...

Samson: Não começa, magrela!

Carol: Não. Está tudo bem. Vou respeitar.

Era melhor. Acho que ainda não era o momento de falar sobre determinados tópicos. Seria demais também para ela, uma vez que ela me pediu para não falar sobre o passado dela e quem fosse as pessoas que ela encontrou no dia que recobrou sua consciência. Ou seja... vitória do Samson. Mas então...

Carol: O que aconteceu comigo depois?

Bom, eu não poderia ser injusta com ela. Me dói ter de reviver essas lembranças mais uma vez, mas não posso deixa-la sem saber o que aconteceu de lá para cá.

Carol: Depois que nos enfrentamos, eu fui para a Catedral da Trindade em Maplecrest. Ali eu encontrei com a Valentine, o braço direito de Brain Drain e entramos em combate. Enquanto eu pensava que seria uma batalha para me vingar por tudo o que ela me causou, acabou que serviu mais de um “test drive” meu do que uma luta definitiva. Ela ficou feliz de saber que eu estava pronta e que a Skullgirl me aguardava nas catacumbas abaixo.

Samson: Me irrita saber que você esteve tão próxima de conquistar o Skull Heart.

Carol: Nem que a vaca tussa, Samson. Eu nunca quis aquela coisa, para começo de conversa. Valentine sumiu. E a freira que estava com ela também. Eu não sei para onde ela foi, achei que ela fosse querer me destruir também. Mas desci as escadarias das catacumbas e cheguei num lugar estranho... haviam vários mortos lá. Esqueletos para todos os lados, mas de alguma forma, todos ligados por uma espécie de veias azuis...

Samson: O lar da Skullgirl.

Carol: Exato. Eu andei pisando nos crânios de várias pessoas até chegar onde estava o meu destino. E era uma criança. Ela era mais nova do que eu, tenho certeza disso. Usava roupas de uma empregada doméstica, e um aspirador de pó. Ela parecia inofensiva, mas seu olhar era mortal. Eu podia ver a silhueta de um crânio entre as íris dela. E podia sentir uma energia monstruosa emanando da garota, sem contar o brilho azulado que havia atrás das costas dela. Ali estava o coração.

Eu contei em detalhes como foi o diálogo e a luta contra a Skullgirl. Havia algumas pausas para beber e comer. Quando terminei o meu prato de macarronada, eu continuei a conversa da parte que derrotei a Skullgirl. Filia estava parecendo aquelas crianças pequenas, atenta a cada detalhe que saia da minha boca.

Carol: Quando eu rompi a segunda camada defensiva dela, o corpo dela explodiu! E o coração ficou levitando junto dos restos mortais dela. As sombras imensas que ela controlava, os esqueletos, os monstros, todos eles vieram me atacar para me afastar do coração. Mas eu consegui passar por eles com o Buer Driver e a destruí por completo! Ou era o que eu pensava até certo momento...

As palavras do coração ecoavam na minha mente sempre que eu me lembrava disso.

Carol: “Ah pobre e miserável criança. Eu posso dar sua vida de volta e muito mais.”, “Sua liberdade é uma ilusão. Isso não muda nada!”

Eu repeti no mesmo tom que o dela.

Carol: O coração tenta te seduzir. Ele fala as coisas que você deseja ter. Ele te conduz ao erro e a ganancia. Mesmo que você tenha de fato um coração puro e um desejo puro, ele vai te corromper de alguma forma. Foi assim em todas as vezes que ele apareceu... se eu resolvesse aceitar a proposta de ter uma liberdade, eu tenho certeza que ela ia me livrar de tudo mesmo... da moral, da razão, dos meus sentimentos, da minha consciência, das minhas lembranças... eu tenho certeza que ela ia me dar liberdade de todas essas coisas e me transformar num monstro ainda pior. Eu entendi o jogo daquela coisa... e o golpeei com tanta força que o despedacei inteiro.

Samson: Não podia só pegar e guardar numa caixa? Depois passar pra mim?

Carol: Você ouviu o que eu disse?

Samson: Ouvi sim, garota. Ouvi.

Carol: Enfim... eu achei que estava tudo bem... achei que podia finalmente voltar para casa e viver a minha vida novamente. Só que... não fui bem recebida pelos meus pais. Eles... me chamaram de monstro. Eles me expulsaram à berros e ameaças. E eu fui embora. Correndo. Correndo o mais rápido que eu podia. Até eu parar no meio do nada e cair de joelhos. Eu chorei bastante. Embaixo de chuva, raios e trovões. Eu chorei muito.

Samson: Isso deve ter sido difícil pra você, baixinha.

Carol: Eu vaguei por uns dois dias lá. Colhi alguns lírios de alguns jardins que passei. E depois eu vi o trem da cidade partindo. Eu resolvi subir em um dos vagões e fiquei ali, observando os campos verdejantes passarem. Eu vi os moinhos de ventos. Eu fiquei por um tempo assim, até que parei aqui... em 2nd. Eu resolvi descer para ver a cidade e se havia uma oportunidade de recomeçar a minha vida. Eu pensei por um momento deixar tudo para trás... e foi difícil. Se as pessoas não tinham medo de mim, elas pensavam que eu era um cosplay ou uma participante do Zombie Walk. Minhas forças estavam se esgotando e eu não tinha dinheiro nenhum também. Achei que ia morrer passando fome...

Depois disso, eu olhei para o corredor da casa. E havia uma fotografia minha ali com a mamãe, meses depois dela ter me adotado. Foi a primeira vez que eu sorri depois de tanto tempo e ela quis fazer uma fotografia para emoldurar e por na parede da casa.

Carol: Eu fui encontrada pela mamãe... e bem... eu pude finalmente começar a minha nova vida aqui. Eu tive outros problemas, acho que você sabe do torneio que eu participei antes desse último... mas de lá pra cá... eu encerrei o meu passado com Nova Meridian de uma vez por todas.

Assim que eu terminei de contar, eu recolhi os meus pratos, copos e talheres. Eu arrumei as coisas ali e tive ajuda da Filia. Ficamos apenas nós duas ali. Ela me ajudou a lavar as louças sujas e a guarda-las depois. Com Samson, as coisas ficam bem mais rápidas. Depois de tudo guardado e arrumado, só nos restava ir para o meu quarto.

Carol: Bem... eu vou ver se minhas irmãs tem roupas para te emprestar. As minhas não vão caber em você.

Segurei a mão dela e a guiei até lá em cima. Eu não tinha que me preocupar com as faltas nas aulas, elas teriam de serem justificadas logo mais. Naquele momento, eu só queria tirar minha roupa, tomar um banho e me deitar para dormir.


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Mensagem  Convidado Qua Set 25, 2019 11:52 pm




Sua pergunta rendeu história. Se Filia soubesse que Carol havia passado por tanta coisa complicada depois do encontro das duas, ela com certeza teria ido atrás da amiga, mas infelizmente o destino dessas duas meninas foi um pouco cruel. Enquanto ouvia os relatos, a Medici se deu conta que elas partilharam alguns cenários em comum, mas enquanto uma travava uma luta no subsolo, Filia tinha que lhe dar com a Jaburu dos Infernos. Essa pessoa que dava muito medo a Medici, era Eliza, uma cantora muito famosa em Nova Meridian, e que num passado muito distante, se chamava Neferu, uma antiga rainha com ideais distorcidos e que conciliavam bem com a sua Parasita, Sekhmet. Uma Theon genocida.


Eliza tinha um interesse grande em Samson, e julgava Filia uma hospedeira indigna para um ser no calibre da cabeleira insana, mas Samson não gostava dela, muito menos de sua Parasita louca varrida, mas apesar dos dois se bicarem por motivos passados intensos, Eliza gostava da cabeleira que lhe deu um trabalho gigantesco no passado, durante a sua luta contra a hospedeira que Samson tinha uma ligação especial.


O Theon era “único” entre os Parasitas, e ficou bem entendido para os dois, que Eliza acabaria por ultrapassar os limites se necessário para achar alguém digno, e que aguente o Theon, mas Samson era quem mandava, e não economizava xingamentos e ações contra a múmia viva. Só que Filia acabou adquirindo medo dessa mulher, e agora, enquanto pensava nisso, a Medici viu que por fraqueza, sua namorada ficou vagando sozinha, quando poderia estar consigo, se não tivesse ficado amedrontada por Eliza.


Filia: Ah Sim! Que bom que tudo terminou bem, né?


A Medici disse isso no final do conto de sua namorada. Filia então recolheu os pratos e os copos, ajudando a Carol a arrumar a mesa, guardar o que sobrou da comida para nada ficar aos olhos da sogra. Se não, era capaz dela atacar as duas meninas de novo. A garota com o Theon em sua cabeça suspirou, segurou na mão de Carol e foi com ela para o seu quarto. A namoradinha lhe foi ver uma roupa, e Samson se perguntou quem seria o balofinho que emprestaria uma roupa dessa para a Filia?


Ali não tinha nenhum gordinho, maioria das mulheres da casa eram palitos, havia Rose que era um pouco mais formosa, a mãe delas que tinha curvas e alguns “enchimentos” formosos. Sobraria para o garoto emprestar uma camisa, ou o pai da menina, já que ambos eram bem maiores que Filia e podiam fornecer mais conforto.


Filia: O que irá acontecer conosco agora Samson?


Samson: Vamos aguardar pelo tal plano. Faremos nossa parte e depois disso, cortamos qualquer laço que sobrar com o resto dessa família.


Filia: Você nunca me disse por que é tão irritado com eles. Afinal, a Skullgirl não foi a responsável?


Samson franziu o cenho após ficar longos minutos de boca aberta, pensativo. Ele então se moveu de um lado ao outro, obrigando a menina a mover a cabeça também.


Filia: Aaaah-aaaah-aaaaaah! — A Medici reclamava com a virada.


Samson: Sua família é ruim, tudo que envolve aquilo ali não presta! E eu disse uma vez para você, eu prometi, que eu cuidar de você, se lembra? No dia que você acordou?


Filia: Você disse que era família.


Samson: Exato. Eu sou, eles não. Agora esqueça disso, vamos trocar você. Isso é mais importante.


Filia: Posso te pedir uma coisa, Samson?


Samson: O que?


Filia: Quando tudo terminar, se eu decidir por me lembrar, você me conta tudo?


Samson: Se for o seu desejo, Criança.


Filia: Obrigada, Samson.


E a porta se abriu, e Carol apareceu, com dois conjuntos de roupa. Samson achou estranho o volume, e assim se concentrou, notou que não eram roupas femininas. Ele encarou-a, e então segurou o riso.


Carol: Filia. Olha aqui. Eu peguei algumas roupas, mas... Nenhuma das meninas tinham roupas no seu tamanho e, eu acabei perguntando para o Yue e o papai se eles podiam emprestar alguma camisa para você dormir. Trouxe essas aqui.


Filia se levantou um pouco constrangida. Ela olhou as peças de roupa e encontrou uma camisa de botões brancas, e uma regata azul, que era bem maior. Filia ficou com o tecido azul, agradecendo Carol e foi se lavar no banheiro da namorada, sentindo-se ainda sem jeito. Pelo desenho de raios ela sabia que veio de seu cunhado. A Medici não queria causar nenhum desconforto entre os pais da menina. A mãe já estava fula da vida com as duas, imagina então se ela usasse aquela camisa branca? Filia duvidava muito que Yue tinha roupas assim.


Filia: Pronto, acabei. — A Medici saiu do banheiro depois de um banho de alguns minutos a mais que o normal, e quente. A regatava tornou-se uma camisola para ele, e a menina se sentou na cama, aguardando a namorada encerrar sua vez no banheiro.


Samson: Amanhã será um dia longo, melhor dormir.


Filia: Eu vou esperar a Carol.


Samson: Espera deitada.


A Medici obedeceu. Estava tão cansada que não iria inventar argumentos para ficar ali sentada igual um cachorrinho que aguardava ansiosamente por um ossinho. Samson usou os seus tendrills para ir cobrindo a menina, até mesmo arrumou ela abaixo da coberta para ficar mais confortável, assim como ele também. Não demorou muito para Carol voltar, olhar Filia por cima, pronta para dar um beijo de boa noite, mas a Medici já havia dormido. Foi o sono mais rápido que Samson já viu Filia ter. Ele não fez um alarde com isso, apenas balançou a cabeça e pediu silencio para a magrela, fazendo a gestura com o tendrill esquerdo maior que havia se transformado em uma mão.


Filia não tinha muita coisa boa para sonhar nesse dia. Samson então decidiu em usar a sua habilidade de não dormir e não ser afetado com isso para patrulhar os sonhos da menina. O Theon ficou ali quieto, assistindo as meninas se abraçarem durante seus sonhos, provavelmente estavam abandonando o ocorrido em pró de algo mais bonito. Um ato que não adiantaria nada. Afinal, no dia seguinte, elas teriam que lidar com tudo o que aconteceu e fazer parte da solução.


Samson: Foi um dia infeliz. — Disse a criatura a base do cochicho enquanto olhava o céu através da janela com uma frestinha aberta.


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A Invasão dos Medici. - Página 2 Empty Re: A Invasão dos Medici.

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