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A Invasão dos Medici.

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A Invasão dos Medici. Empty A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Seg Abr 01, 2019 7:33 pm





Enredo: Essa história gira em torno de Filia e Carol, onde pessoas que pareciam sombras passando pela vida da Medici desde que chegou em 2nd South, começaram a revelar-se como personagens de grande importância em sua história. Confusa, cansada e ainda tendo que aprender a lidar com Samson de uma forma mais una, a criança sem memória começa a questionar o seu passado, se apoiando em Carol e a nova família dela para vasculhá-lo, porém, toda essa procura de Filia terá frutos nem um pouco adocicados.


Prazo de postagem: 15 dias.


Participantes: O evento só contará com Carol e a Filia, tendo como participação extra no enredo, outros personagens presentes no fórum cuja a permissão para citação nos foi dada.


Aviso Importante: A narrativa é 18+ por conta da violência presente, o que implica também as ações mais pesadas que podem resultar em cenas gore, portanto, se você não gosta desse gênero, não suporta e nem tem estômago para essas coisas, recomendo seriamente que não leia.




Convidado
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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Sáb Abr 06, 2019 11:49 pm




A jovem gorduchinha que caminhava apressada, estava animada para mais uma noite que teria na casa de sua namorada. As duas moravam na mesma região que ficava o Campanário Filantrópico na cidade de Second Southtown, mas nunca deram sorte de ficar uma tão próxima da outra, mas ainda assim, era melhor do que quando Carol Yagami, sua amiga de longa data e agora o amor de sua vida, morava em uma Cobertura no centro da cidade em uma região luxuosa, algo que era até bom pela conformidade, porém, ela sempre ouviu a namorada dizendo que não acabariam ficando muito tempo por lá, pois a mãe dela não gostou muito da ideia de ficar morando em uma Cobertura, e Filia comemorou como nunca quando descobriu que um Casarão em um bairro mais “boa pinta” por ali estava alugado por eles.


Desse dia em diante, Filia nunca se sentiu tão feliz! Dava até para arriscar ir a pé! Mesmo que demorasse um bocado para ela chegar ali, a Medici aproveitava as suas andanças, cumprimentava as pessoas, falava com todas elas, mesmo que ninguém fizesse o mesmo com ela.


Você deveria parar de fazer essas coisas, nem todo mundo é gentil Filia, alguns deles nem mesmo sabe o que significa mais um boa noite, e nem um bom dia. — Uma voz abafada falava abaixo do chapéu branco que ela usava.


Eu sei Samson. — Ela cochichou. — Mas eu não posso deixar de fazer isso por que os outros não fazem, o mundo é muito calado, deveria ter mais barulho, como numa boate para a gente dançar!


E a voz se calou com essa resposta, já sabia que se continuar com essa história, a Medici começaria a falar mais coisas que não o agradava, era capaz de surgir um assunto onde unicórnios seria o tópico.


A garota que desviava de um grupo de jovens animados e bagunceiros, tinha um metro e sessenta e três de altura, calçava sapatilhas azuis que combinava com a sua saia de mesmo tom e camisa branca de manga curta, toda abotoada e bem ajeitadinha. A jovem Medici, era dona de uma pele bem clarinha, olhos vermelhos e intensos, e apesar dessa sua característica, o que marcava a aparência de Filia, era a voz que saíra debaixo de seu chapéu. Essa voz pertencia a um Theon, uma criatura que se prendeu a sua cabeça e era o motivo de Filia não se lembrar nada de sua vida passada. A criatura tornou-se os seus cabelos, mas isso não era a única coisa que ele fez, deu a ela poderes incríveis e uma capacidade física de resistência fora do sério, porém, como ele que se chamava Samson tinha uma feição própria e nem um pouco agradável, Filia tinha que escondê-lo sempre por baixo de um chapéu.


Depois de andar por mais meia hora e ainda parar para comprar uma garrafinha d’água em uma lojinha, Filia achou a rua que deveria entrar e não muito longe o Casarão que iria visitar.


Para uma família grande, ela era até jeitosa, possuía dois andares, garagem, e o terreno em que foi feita era até bom, pois já viu o jardim de Carol e uma pequena ala de lazer onde já ficou muito com ela e seus irmãos a beira de uma piscina não tão grande, mas confortável o suficiente para livrar qualquer um do calor. Filia já vira ao menos mais duas casas grandes que deveriam pertencer de famílias antigas que já cansaram de viver por aquelas bandas, ou por que a vizinhança mudou, quem sabe? Filia sabia que quem tinha dinheiro construía o que queria em qualquer lugar, ou melhorava a casa que habitava.


Assim que se aproximou do portão grande, ela acionou a campainha do lado direito da entrada fechada e aguardou para que alguém viesse abrir a porta.


A Medici estava experimentando uma sorte que há muito não tinha. Antigamente ela caminhava de um lado ao outro, tentando o melhor que podia para sobreviver. Neste tempo ela não tinha emprego, não possuía uma família, fazendo do céu e terra o que podia para ter ao menos uma refeição durante o dia. Um trajeto infeliz para quem não tinha a quem recorrer. Bem, para falar a verdade, ela até tinha.


Samson é o motivo de Filia nunca ter passado por muita coisa ruim, ele protegia a sua hospedeira e vira e meche, também entrava em contato com os seus “colegas”, pessoas que Filia nunca viu e que ele não comentava sobre, jogando a ela somente um "você não precisa se preocupar com essas coisas, deixa que eu cuido disso”. O Theon sempre a avisava em uma situação que parecia ser do nada que ele havia conseguido um lugar para ela dormir por uma noite ou coisa similar. O mais estranho é quando ele surgia com dinheiro. Filia não compreendia como, mas também não questionava, os poucos trocados adquiridos por ele, garantiu a ela pelo menos algumas vezes, um pão com manteiga e quando dava, um copinho muito pequeno de café.


A garota gorduchinha juntou as mãos enquanto balançava para frente e para trás com um sorriso fraco em sua feição, iria sair com Carol, as duas não iriam muito longe, havia um mercado não muito longe, onde as duas comprariam algumas besteiras e depois ficariam no quarto dela, para assistir alguns filmes no Netflix e quem sabe, ficar um pouco no jardim que a menina cuidava. Havia uma cúpula pequena ali, dava para as duas aproveitarem que a roseira cobria a visão sobre elas e namorar um pouquinho.


Toca de novo, acho que ninguém te ouviu.


Sim! Só um minuto! — Nisso a menina apertou mais uma vez a campainha.


Às vezes isso acontecia, se estivessem todos juntos a bagunça lá seria enorme, a barulheira então, terrível, por isso Filia pacientemente esperava que alguém a atendesse e repetiria o quanto fosse possível, pois fizera o favor de esquecer o seu celular em casa.


Enquanto aguardava, Filia se lembrava da mudança que sua vida teve de anos para cá. Ela até estava se dando bem com o Samson, finalmente se sentia á vontade em um emprego que estava gostando, pode finalmente comprar roupinhas bonitas e confortáveis, e bem, a menina sentia que a névoa densa que cobria o seu passado, não a incomodava mais, o presente era bem melhor, mesmo com as dificuldades que ainda existia do dia a dia, e o futuro parecia promissor, era só continuar olhando para frente, e todas essas ideias de uma nova visão de sua vida de tempos para cá, quando sua convivência com o Samson estava se deteriorando de vez.



HÁ UM TEMPO ATRÁS.


Já havia virado uma rotina comum em alguns dias da semana Filia aparecer na residência onde morava Carol. Apesar de morar em um pequeno apartamento arranjado para ela no intuito dessa não ficar morando na cabaninha de Sarah Forest, a Medici tinha hábito de ficar o mais próximo possível de Carol quando podia, já que os dias de semana não a permitiam disfrutar do romance de sua adolescência. Estudar das sete e quarenta da manhã até as duas e quarenta e cinco da tarde, e ainda por cima trabalhar no Mcdonald's onde conseguira um empreguinho de meio expediente, o que a fazia chegar em casa á tarde, não era algo fácil. Por mais que tivesse sido ajudada, Filia tinha contas para pagar, comida para comprar, e todo o necessário para fazer uma vidinha própria da forma que conseguia.


No entanto, a visita de Filia não era para conseguir mais uma noite de comidinha caseira e bem temperada e dar uns beijinhos na filha mais velha da casa.


A jovem estava ali por que ela havia conversado com Carol sobre como estava sendo ruim ter alguma colaboração de Samson. A sua namoradinha, uma menina baixa de cabelinhos castanhos, olhos grandes e vermelhos com um fundo escuro como a noite, disse a ela que havia alguém que podia a ajudar. Carol Yagami era capacitada, mas Samson exercia uma força maior, algo difícil de se lidar, e eis que a menina Yagami indiciou uma pessoa que surpreendeu Filia: a mãe adotiva dela.


A princípio a Medici não compreendia o porquê, pois Coroline Dean Hawkins não parecia ter nada que poderia a ajudar de certo, mas quando Carol lhe disse que não era bem assim e que as aparências poderiam enganar, Filia acabou por atiçar a curiosidade de Samson, que sabia muito bem que a história de seu povo estava mais que esquecida, então no que ela seria útil?


E foi nessa curiosidade do Theon, que se deu início no que viria ser uma mudança brusca na rotina da Medici.


Senhora Dean. — Filia a chamava enquanto a seguia para fora da casa e partiam em direção ao jardim. — Você acha que pode mesmo me ajudar com o Samson?


Quando Filia chegou na casa da namoradinha, ela pensou seriamente que Dean se recusaria a fazer algo com ela. Apesar do papel da sogra ter ficado com Iori Yagami, o marido dela e pai adotivo de sua namorada, Dean não era muito fã da Medici. A mulher de olhos dourados e pele branca como a neve, achava que estava fazendo demais para uma desconhecida, e Filia sentia que a Hawkins desconfiava dela por demais.


Sempre que estava andando por ali, a menina com o Theon em sua cabeça, tinha a forte sensação de estar sendo vigiada e achava que era obra de Coroline, mas não tinha coragem de perguntar.


A garota aproveitou que a mãe daquela família estava sozinha na cozinha e fez a pergunta mais direta de sua vida: “Você poderia me ajudar? Carol disse que a senhora poderia. Por favor”. O olhar que Dean lhe deu ficaria para sempre em sua mente, parecia que Filia havia interrompido a refeição de um grande felino! Porém, após três minutos inteiros em silêncio sem a mãe de sua namorada se quer piscar uma única vez, a Medici ouviu um “Me acompanhe”.


— Veremos.


Então elas pararam entre o verdejante do jardim da propriedade e o acimentado para a área de lazer e a piscina que havia na residência. A Medici desviou o olhar da água limpa e geladinha implorando para ela se jogar lá dentro e escapar do calor da noite e encarou a mulher novamente, engolindo a seco. Filia tinha medo de Dean, a garota nunca compreendeu esse medo, seria por que ela cuidou de Carol quando todos haviam a abandonado, inclusive ela mesma? Seria por que Dean era uma criatura que ela nunca ouviu falar? Sim, ela sabia que a mãe adotiva de sua namorada não era humana, mas Filia nunca ouviu o que era ela, mas seja lá o que fosse, ela sentia seu corpo todo se alarmar.


— Está bem, o que anda acontecendo?  — Disse a mulher enquanto se sentava no banco de madeira presente no gramado, ela se virou para a menina que se sentou ao seu lado e levou as duas mãos ao colo, aguardando uma resposta.


Bom... Eu não sei como falar é que... Samson ultimamente anda fazendo as coisas sozinho, do jeito que ele quer apenas. Ele não quer me deixar a fazer algumas coisas, anda me causa só problemas, quase que eu perco meu novo emprego por causa dele! Eu não sei por que ele faz essas coisas e além do mais, quando tentamos treinar os nossos movimentos, ele nem se quer anda me dando uma chance, é como se eu fosse um parasita e ele fosse eu.


— Hmmm.... Já ouvi falar coisas sobre o seu Theon, mas não acredito que ele seja o único problema. Quando um não quer, dois não fazem, e isso vale para ambos.


O que você quer dizer com isso...?


Quer dizer que a culpa não é só minha.


— Quer mesmo saber? Deixe-me mostrar um pouco do que eu andei observando sobre vocês. — Coroline então coçou a garganta. — Você Filia, não tem cara de alguém que está aceitando a criatura que habita o seu corpo, e o Parasita, ou Theon, seja lá como sua espécie realmente se chama, também não aceita o seu hospedeiro. Você se agarrou em algum momento a Filia, mas nenhum dos dois realmente parece que queria essa situação. Vocês não são um único indivíduo, agem como se fossem partes separadas, deveriam estar se ajudando e não se atrapalhando.


Eu tento.


— É mesmo? Você o ouve? Procura a compreender seu comportamento? Presta atenção no que ele tem a dizer? Eu vi várias vezes você repreendendo o seu Theon, por coisas grandes e outras estúpidas que nem precisa de uma cena gigantesca. Aposto que não deve gostar dele lhe dizer como você deve viver, mas quer dizer a uma criatura que tem mais vida que você, o que ela deve fazer? Como ele deve agir? O que ele deve ser?  Deveria existir um consenso entre vocês dois, não uma guerra interna e externa. A questão é que em nenhum momento da vida de vocês, provavelmente os dois atuaram juntos. Eu vejo Samson mandar, e quando você Filia, tem autonomia, provavelmente nem sabe o que deve ser feito.


Eu sei me virar quando é preciso.


— Mesmo? Então se eu tentar dar um soco em sua boca, você vai conseguir desviar, ou Samson vai se enrolar na sua frente, envolvendo-a enquanto você se esconde acovardada atrás dele?


Ela é só uma criança, eu tenho que fazer certas coisas, ela não presta atenção em tudo.


—  Uma criança? Eu não a vejo assim. — Os dois ficaram quietos e o Theon enrolou os seus tendrills com força. — Antes mesmo de você mover alguns desses seus tentáculos espinhentos Samson, alguém já vai ter dado uma surra em você, seu folgado. — A mulher fixou as orbes douradas em cima das duas grandes esferas amareladas que eram os olhos do Theon. — Isso aí é outra coisa que atrapalha qualquer possibilidade de vocês dois ficarem bem, o seu temperamento. Ele é horrível. Você tem uma hospedeira, vive com ela para cima e para baixo. Filia precisa tanto de você, quanto você precisa dela. Já parou para pensar Samson, que você não só precisa dar a ela a força, e a capacidade de sair por aí como um super-humano, e começar a retribuir de outra forma?


Enquanto falava, Dean prestava atenção nos dois. Filia se encolhia às vezes, cerrava os punhos aparentando ter uma intensa vontade de retrucar de volta, mas como sempre, num piscar de olhos, qualquer expressão negativa dela desaparecia, e quem começava a demonstrar um comportamento agressivo, era o ser ligado à sua cabeça. Samson estava ficando irado! Sua feição inteira se contorceu. Parecia que ia ficar todo vermelho do tanto que ele tremia e se contorcia. O mesmo rangia os dentes!


Como assim ele tinha que retribuir de outra forma?! Que história é essa?! Ele já fazia e muito! Mas ninguém nunca dizia nada sobre isso!


Eu não posso fazer mais do que eu já faço! Filia é ingrata. Ninguém foi atrás dela, todos abandonaram ela, só eu fiquei com essa garota. E quer saber? Eu simpatizei, fiquei com dó, eu estava começando a gostar dela, até abandonei o meu desejo sobre a Skullheart para seguir o DESEJO DELA, eu deixei tudo o que poderia ter sido o meu futuro idealizado por ela, a essa infeliz quer me por uma coleira, por que a namoradinha diz que eu sou o problema? — Ele se remexia, subia e descida como se tivesse corrido em uma maratona. — Deixe-me contar uma coisa que a dona Filia se faz de dramática e problemática sobre mim, mas esquece de falar todo o resto! Eu passo todo o dia debaixo de um chapéu patético, abafado e molhado de suor por que a doninha aqui transpira pra caralho, tenho que ficar cuidando dos descuidos delas, eu alimento ela, EU FAÇO TUDO por que ela não sabe fazer é nada. Eu sou obrigado a ficar escondido, e qualquer coisinha que eu venha a falar, tenho que aturar aquela magrela que sempre sai do cu de algum cenário e essa pateta aqui, enchendo o meu saco.


Eu não sou uma pessoa ingrata.. .— A Medici se encolheu de vez. Era vergonha das coisas que ele dizia, assim como a chateação que a invadia, fazendo-a passar as costas das mãos sobre os olhos, segurando o choro pelas palavras que eram disparadas sobre ela de forma grosseira e estúpida.


Ah, não é? Quem te manteve inteira todos esses anos? Quem sempre deu um jeito de você ter um lugar para dormir? Quando você quis vir aqui atrás da monstrinha, quem te arranjou algumas roupas e uma passagem para não parecer uma mendiga na rua? Os Medici é que não foram, sua amiga vivendo na boa pinta, também é que não foi. FUI EU, e tudo o que eu ouço é que qualquer merda que aconteça a culpa é minha. Sabe o que eu deveria fazer? Te deixar á sorte, não vai durar um minuto sem mim, o primeiro passo que der vai cair e morrer com traumatismo craniano de tão fodida que você já é.


E Samson continuou, falou até não ter mais vontade tudo o que lhe dava na cabeça. Com isso Dean podia observar as feições tristes e desanimadas que Filia dava, como a força que ela fazia para não desabar em um berreiro, assim como notar os movimentos exagerados que os tendrills do Theon faziam em cada frase disparada, revelando toda uma gama de sentimentos que ficava escondida por baixa de uma expressão fazia e voz grossa que o Samson Tinha. A Éther bateu o pé no chão, o solo estremeceu, fazendo com que ambos ficassem calados.


Dean suspirou, ela estava entendendo o que estava acontecendo.


Os dois ficaram quietos, e Coroline balançou a cabeça negativamente, levando por fim a mão direita sobre seu rosto, massageando as têmporas.


— O que ele diz é verdade?


Sim Senhora...


— Sabe Filia, se não quer um Parasita, diga adeus a ele e cada um que vá para o seu canto.


Samson sempre foi assim... Quando ele explode, ele fala qualquer coisa, mas não quer dizer que ele vá me deixar... Me abandonar.


—  Mas você não aceita o seu Theon, então por que quer ficar entrelaçada a ele?


A Medici ficou em silêncio e o Theon franziu o próprio cenho, torcendo a boca cheia de dentes e apertando os olhos com força, irritado com a falta de resposta da menina.


— Sabe. — A mão que estava massageando as têmporas da acastanha foi ao pescoço que ela começou a acariciar. Iria contar algo para tentar amenizar um pouco a situação pesada que o Samson havia criado.  — O motivo de Carol ter dito que eu poderia ajudar vocês, é que eu tenho duas figuras que estão comigo desde que me entendo por gente e nós nos damos de certa forma bem.


Medici passou a mão no rostinho, fungando sem chorar.


Mesmo...?


E onde estão ele que nunca vimos? Isso me parece meio conveniente.


— Está certo. Raskras, você poderia se manifestar? Samson acha que você é uma história conveniente.


Foi só ouvir seu nome ser pronunciado, uma das asas da mulher, mais precisamente a esquerda, se manifestou prontamente, assustando os dois que nunca o viram antes. Essa asa esquerda não surgiu como algo feito de carne e ossos, ao invés disso, ela foi formada por vários fios de energia que a teceram, imitando as penas longas em uma mistura de vermelho e preto, como um pintura bem fraca, que com um pouco de luz se escurecia um pouquinho, quase que nitidamente e depois se apagava tornando-se translucida dando a impressão que este é transparente. Esta asa aparentava em muito na opinião de Samson um pisca-pisca lento, que demorava muito para se apagar, e um pouco mais para se ascender e quando o tom atingia, era possível ver a mudança de cor, assim como a mudança brusca que tinha de uma grande asa, cheia de penas longas para uma criatura de apenas torço de forma horrenda.


Caralho que coisa esquisita!”, Samson pensou, e Raskras para melhorar a situação era feio, um monstro que parecia ser moldado de escamas, tinha um rosto cheio de olhos, braços longos e dedos maiores ainda, e uma feição perdida entre um inseto e um lagarto, o ser olhou bem para os dois presentes, mais ainda para a feição assustada de Filia, e a criatura resultou-se em voltar a ser apenas em uma asa que formou dois longos braços que pairavam ao seu lado esquerdo da Hawkins, o tracejo de seu fim chegando sempre as costas dela.  


— Conveniente para você ainda?


E o que que é isso aí?


— Esse é um deles, eles se chamam Patronos, cada um tem um nome Samson, e eles não são isso, e sim quem, e você menina. — Dean estalou os dedos em frente a Filia, tomando a atenção dela. — Não deixe que ele a assuste, não agora. Eu só quero que entenda que não estou aqui para ficar falando achismos ou lorotas para os dois. — A Hawkins então voltou a se focar na situação — Bom, continuando o que eu iria dizer, as nossas situações não são tão diferentes. Esse aqui. — Ela apontou para ele que mexia com Samson, colocando uma das mãos sobre a cabeça do Theon, descendo-a e subindo rapidamente para escapar das dentadas do bicho. — Eu tive muitos problemas com ele.


Que tipo de problemas...?


— Olha... Podemos começar pelo fato de que eu não queria eles, mas tive que os ter por uma questão de vida e morte. Eu posso dizer que o meu início foi um porre, dois seres diferentes formando as asas que eu havia perdido, uma hora pareciam pura anergia, outra se faziam surgir como feitos de ossos e carnes, uma constante mudança que na época para mim, era extremamente dolorosa. E o Raskras aqui era horrível de conviver. Todo dia, nós dois brigávamos. Ele não queria fazer as coisas que eu tinha vontade, tudo tinha que ser feito a vontade dele, com tudo girando em torno do dedo dele. Eu não havia percebido que as coisas estavam acontecendo dessa forma por minha causa.


Sua culpa?


— Eu não o escutava, não queria saber dele. O Tratava como algo a parte, quando na verdade, ele estava fazendo parte de mim, sendo uma extensão do meu corpo, participando de cada pedacinho do meu ser. Eu não respeitava o Raskras e como indivíduo com consciência e poderes próprios, ele passou a revidar do jeito dele. As coisas só melhoraram, quando eu me toquei que não éramos tão diferentes assim, passei a ouvi-lo, e quis compreender por que várias vezes ele fazia uma ação tão errada. Você pode achar que o Samson é ruim, mas esse meu Patrono podia explodir alguém só de chegar perto de mim, me questionar ou até mesmo fazer um gesto singelo que ele achasse duvidoso, e eu nunca entendi o motivo, até que eu deixei as minhas birras de lado e conversei com ele.


E o que ele te disse? — A menina a queria ouvir para esquecer as coisas que Samson havia lhe dito.


— Ele me disse exatamente assim. Essa é minha natureza, e ela não vai mudar por quê você quer que ela mude, ou vivemos o suficiente para conseguir nos entender, ou seremos inimigos eternamente. — A mulher de madeixas longas e onduladas coçou a nuca. — E ele tinha razão, ele não mudaria, assim como eu também não mudaria. Quando eu me dei ao trabalho de entendê-lo e comecei a me abrir para o Patrono, nós chegamos ao respeito, e através desse respeito mútuo, eu pude compreender o quanto isso nos tornava ligados um ao outro e por aí. Logo ele se tornou parte de tudo o que eu fazia, até mesmo das lutas. Quando é necessário, Raskras pode fazer muita coisa sem mim, mas ele tem confiança o suficiente para deixar que eu o domine. Isso levou muitos anos, mas hoje, se eu precisar, ele se torna mais um braço para aguentar o baque.


Oh...


— O que eu estou tentando dizer é que, não é diferente. Sei que vocês não são a mesma coisa Samon, que Filia não é igual a mim, mas se formos ver, a situação não diverge tanto do que está acontecendo aqui. Um não respeita o outro, vocês podem até se gostar de alguma forma, mas isso não é suficiente. Não se aceitam de verdade como são, se quer conseguem acompanhar a respiração de uma o outro, até isso é descompassado entre vocês. E você Filia, também não ajuda, não adianta reclamar do que o Samson te faz, se você também provoca o problema. Seu Theon é um ser vivo, não tá aqui para o seu benefício, assim como você também não está para o dele. O ser aí poderia ter escolhido qualquer um para ficar no seu lugar, mas ele escolheu você. Menina, você só vai ter um bom convívio com ele, quando você também fizer por donde.


Eu tento o meu melhor.


— Não, você não tenta, e você sabe disso, assim como o Samson sabe que ele pode fazer melhor, mas não o faz. Você não pode pensar que esconde as coisas dele Filia, só que ambos dividem a mesma cabeça não?


A Medici juntou as mãos. Ela trajava uma roupa diferente das suas típicas, dessa ver uma camisa de manga curta e amarelinha fazia conjunto com uma saia rosa e sapatilhas de cor semelhante. A garota gorduchinha pensava sobre o que lhe foi dito, e de fato, não havia mentira no que foi falado. Coroline e Samson tocou em algo profundo nela, que Filia teimava em não aceitar com facilidade. Para ela, Samson é o seu “cabelo”, uma peculiaridade que o mundo lhe deu, a garota sem memória nunca havia pensado plenamente no Theon como um indivíduo á parte, apenas uma ligadura que preenchia algo que ela perdeu com novas imagens, mas não é bem isso era? Agora ela via que não.


Como toda a criatura viva, Samson tinha necessidades. Ele precisava de diversão, alguma atividade que estimulasse o seu ser, por isso várias e várias noites ele acordou a Medici até que ela, quando ficou com um celular velho encontrado por ela onde residia agora, deu para ele ficar se distraindo. Filia sempre achou um aborrecimento, mas nunca quis saber por que ele ficava tanto tempo acordado, se parar para pensar, Samson sabia mais sobre ela do que a menina sabia sobre ele. Ele sempre fazia perguntas... E ela nunca perguntava nada de relevante.


E Samson, o que pensava? Ele estava se analisando naquele momento. As coisas que faziam e o porquê as fazia. Seu cansaço mental e o fato que ele dividia os mesmos problemas que a menina Medici que estava no pico da adolescência. O velho Theon ficou emburrado. Tinha culpa no cartório, verdade, mas pela primeira vez, Samson não foi o massacrado da história, alguém mais entendia como as coisas funcionavam, que ele não era projeto de laboratório pra ser mandado como se não possuísse vida alguma.


O que podemos fazer para melhorar...?


— Existem várias coisas do dia a dia que pode ser feito.


Que nós dois podemos fazer?


— Ao meu ver você pode fazer de tudo Samson, mas você precisa deixar que a Filia também entre no seu mundo, para que ela mostre a você o dela. Isso é um trabalho que só vai dar certo se os dois quiserem, leva tempo, mas verão que isso vai ter vários benefícios para os dois. Vão viver em paz.


Certo... E se não der certo?


É...


— Só não vai dar certo se vocês não quiserem que ocorra tudo bem. Eu imagino que vocês tenham vindo aqui em busca de alguém que ajude na coordenação de vocês e eu até posso fazer isso, mas se não tiver melhoras pessoais, qualquer coisa que eu venha a fazer com vocês será inútil. A mudança tem que vir de dentro, não do lado de fora.


Você... Sei lá, eu sei que é cara de pau minha vir aqui pedir ajuda, mesmo depois de tudo o que você já fez por mim, por causa da Carol, mas, eu não compreendo tudo... Eu não sou assim tão esperta para ir tão longe dessa forma, mas eu queria muito melhorar as coisas, e o Samson vai entender, ele vai colaborar, não é?


— Está tão desesperada assim que veio pedir ajuda a pior pessoa que você poderia?


Apesar de eu odiar admitir, nós dois não viemos a conseguir a mesma sincronizar que tínhamos quando em busca da Skullheart. Talvez, não seja uma má ideia, se é o que a Kid quer, eu posso... TENTAR abrir uma exceção, pois vocês sabem, eu odeio ser mandado!


E foi aqui, que as noites de Filia começaram a ficar turbulentas, pois a partir desse momento, Dean pediu para saber as coisas que os dois faziam juntos e que começaram a pender somente para um lado da balança.


Noite pós noite, Dean pegava a jovem Medici e a obrigava a fazer uma série de exercícios com o Samson, que começavam sempre de forma leve, como ações rotineiras de dia a dia, onde o Theon tinha que confiar em Filia e permitir que ela dominasse com mais frequência o seu corpo, como acontecia quando ele se “auto apagava” para evitar de ouvir os namoricos dela com Carol. Esse foi o único ponto positivo que Dean adquiriu pelo resto de sua conversa com Filia naquele dia fatídico.


Quando não era a vez de Filia ter alguma autonomia sobre o seu Parasita, Dean praticamente os obrigava a fazer as coisas juntos, um não podia ter uma ação mais adiantada que o outro, tudo tinha que ser alinhado, desde a inspiração a uma singela piscada. Parecia ser algo impossível de se acontecer e para falar á verdade, não era. Samson podia se conectar a Filia de uma forma extravagante, ele sabia de toda a coordenação dela, não acompanhava o ritmo por que não o queria.


O mesmo foi pego poucos dias depois que a Hawkins, vendo Filia fazer seus exercícios de respiração, notou que Samson também simulava a ação, e que rapidamente ele mudava da forma que queria, talvez por falta de paciência, essa que foi punida por um puxão bem dado da mulher, que enfiou as mãos em sua boca e foi puxando com gosto os dentes que conseguiu segurar até ele pedir arrego.


Mas as coisas não ficaram só assim, a Medici era de certa forma judiada. Sua tutora podia ficar a horas conversando consigo, demonstrando junto ao Patrono avermelhado o que podia ser feito, bem devagar e com uma paciência que Filia sempre duvidou ela tinha. A Medici absorvia as ideias que lhe eram passadas, experimentando-as em várias coisas que fazia, seja no trabalho, na escola e até mesmo em sua simulação de luta, onde os dois mais precisam de sincronia. Apesar do Theon turrão nem sempre colaborar, quando os dois de fato faziam algo junto, as coisas mudavam. Filia se sentia mais leve, e Samson mais confortável.


Nenhum deles tinha a impressão que estava puxando uma carroça, só que isso também mudou por uma ordem específica de Dean, que notara no dia em que a Medici foi falar consigo que certas mudanças que deveriam ocorrer com Filia eram passadas para o Samson, como se ele absorvesse a negatividade de sua hospedeira.


Tendo essa parte de sua vida ganho um pouco mais de luz, Filia pensava que tudo iria começar a ficar bem, e que só veria estrelas brilhantes e sorrisos.



NO MOMENTO ATUAL.


Samson ouvia sons pesados e bruscos se aproximando. Dado a forma impecável da aproximação, o Theon imaginava que quem iria abrir a porta era o cabeça da Família, o japonês ruivo de voz imponente e aparência nem um pouco amigável. Provavelmente a única pessoa que ele gostava dentro daquela casa. O japa era turrão, chato, só a mulher dele parecia ter uma paciência gigantesca com ele, o que era irônico por que o casal lembrava um pouco sua relação com Filia.


Só que a criatura começou a se sentir estranha, seus tendrills todo enroladinhos em frente ao seu rosto para caber naquele chapéu horrível que Filia usava estremecia. Cada fibra de sua estranheza parecia doer e o mesmo ouviu murmúrios vindo de Filia. A menina levava a mão ao rosto, massageando-o, sentindo uma dormência esquisita, parecia ate que levou um daqueles tapas bem dados e que ficou encravado na sua pele.


Hmm... Aaaarrgh.... Owwwnn....A.A......Aaaa....


Filia sentiu uma forte dor de cabeça que incomodou até mesmo o Samson cujo o corpo estourou o chapeuzinho da menina e os tentáculos espinhosos caíram no chão molengas. Um amontoado de imagens borradas passavam pela cabeça de Filia, fazendo-a pender de um lado ao outro enquanto tentava se firmar, mas antes de se quer ouvir a porta se abrir e a verdade imagem de quem veio os receber surgia, a Medici tombou no chão, enquanto Samson tinha as grandes esferas amareladas girando em sua órbita.




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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Qui Abr 11, 2019 3:04 pm



O dia começou cheio para mim. Era sábado e eu tinha bastante coisas para ajudar em casa, principalmente porque a mamãe resolveu fazer um almoço em família e pediu para que eu convidasse a Filia para passar o resto do dia com a gente. Acordei por volta das sete da manhã e já tinha umas coisinhas que eu precisaria comprar no mercadinho que havia por perto. E bem, lá fui eu, toda empolgada para fazer as comprinhas com a listinha de coisas que a mamãe Dean escrevera ali.

Vocês devem estarem pensando: “Que tipo de vida é essa para uma garota Yagami?” Ou, “Onde está aquela família de pessoas odiosas e maldosas, que rasgavam os outros que ficavam no seu caminho?” Bem, acho que vocês não devem saber como são os Yagami de verdade. Embora o nosso nome (Sim, é meu nome agora) seja bastante temido por onde quer que passamos, as pessoas desconhecem o tipo de vida calma e divertida que levamos quando estamos todos juntos. A mamãe ajudou, é claro, a tirar um pouco daquele clima de seriedade que o papai passava quando estava por perto.

Nosso pai, Iori Yagami, não gostava de violência, mas ele continuava sendo chato e turrão a maior parte do tempo. Não posso culpar ele por isso. As histórias que ouvi sobre o passado dele foram cruéis e, de certa forma, a solidão que ele passou, a dor que ele sentiu, meio que se assemelham um pouco com a minha terrível experiência de vida. E acredito que foi por causa disso que eu acabei aceitando fazer parte dessa família... uma família em que todos os membros possuem os seus fantasmas do passado. Todos nós entendemos uns aos outros e talvez seja isso o que nos torna uma família poderosa e temida.

E como são as coisas morando em 2nd South Town? Hm... São um tanto que engraçadas, para falar a verdade. As idas para o colégio são bem puxadas e no começo, eu não tive muitas amizades. Isso lembrou-me a minha vida passada, onde passei pela mesma coisa até fazer amizade com Filia. Eu não me incomodei, a princípio. Acho que o nome espantava mais do que as marcas que tenho no rosto e as veias que tenho saltadas pelo corpo. Mas com a presença dos meus irmãos e depois, a minha namorada, minhas idas para a escola não foram mais tão solitárias assim. E conforme o tempo foi passando, os demais alunos e professores notaram que somos bem tranquilos, isso quando não nos sentimos desafiados. Haha.

Bem... acho que já ficou claro o suficiente de que não estamos mais tão paranoicos com vinganças e caçadas pessoais, certo? Mas isso não quer dizer que nós somos carta fora do baralho. Ainda somos seguidos, ainda somos vigiados. Não só pelos Ikaris, mas por outros grupos e seitas também. No meu caso, eu sempre tenho a sensação de que alguma coisa do Laboratório Zero pode estar ao meu alcance. Sabe aquele frio na espinha que você sente quando menos espera? Aquela sensação de perigo, como se fosse um sexto sentido te alarmando de algo ruim por perto? Pode ser tanto o Brain Drain – Chefe Psíquico do Laboratório -, quanto a Valentine – A segunda no comando. Mas não eram só esses dois... Amy, uma das nossas irmãs por parte de pai, tinha alguma treta com um grupo chamado “Os Pássaros da Passagem”. Yuriko, outra das irmãs, também tinha algum lance com grupos militares do exército americano e russo. A mamãe tinha uma organização chamada “O Mundo” atrás dela e dos meus irmãos mais novos, Yue e Lilith... Temos a Rose que pertenceu a “Red Ribbon”. O que não falta é gente doida querendo se meter a besta com a gente... E claro... por último e não menos importante... temos a Máfia dos Medici. (Leia-se Me-Di-Chi).

Da mesma forma que eu me preocupo quando há dedo do Laboratório Zero por perto, eu fico tremendo quando noto alguma coisa dos Medici por perto. Medici é o sobrenome da minha namorada, a Filia. Ela, quem perdeu as memórias depois que sua cabeça se fundiu com um Theon parasita chamado Samson, provavelmente desconhece a importância que tem... e o perigo que corre também. Como eles são? De dia, eles são vistos como as melhores pessoas do mundo! Estão sempre nos grandes eventos filantrópicos, em jantares importantes, financiando construções que poderiam ser benéficas para a cidade de Nova Meridian... mas da mesma forma que eles são boa pinta, também são um grupo mafioso dos mais perigosos do mundo. Um que foi capaz de rivalizar até mesmo contra uma Skullgirl. O reino de Canopy podia até mesmo pertencer aos membros da família real dos Rennoirs, mas quem MANDAVA de VERDADE ali era a Máfia dos Medici.

Como foi a minha vivência com eles? Muito pouca. Eu quase não podia entrar na casa da Filia. Foram só em ocasiões quando os pais dela não estavam. A maioria dos nossos encontros, nos tempos de amigas, eram em praças afastadas e caminhadas pela cidade. Estudar, somente na minha casa. Acho que eles não gostavam de saber que a princesa da Máfia, vamos colocar assim, estava andando com uma garota de vale. Será que seria ruim para os negócios? Para a imagem deles? Ou será que eles me consideravam mais uma parte da escória? Bem... eu sou de Maplecrest, uma região bem afastada da cidade... logo, deveria ser mais essa visão mesmo.

Eu sei como é o lado podre dos Medici. Eu mesmo fiz um verdadeiro massacre quando fui ativada pela primeira vez no laboratório Zero, já como Painwheel. Eu desmantelei uma operação deles, fui forçada a matar muitos dos capangas deles e alguns daqueles rostos... eu conhecia. Eu sabia quem eram, de onde vieram... mas eu não me contive. Até porque nesse tempo, eu estava sob controle mental do Brain Drain... mas eu sei o sangue que eles tinham em mãos... e que depois, se tornaram sangues em minhas próprias mãos também.

Eu tomo um cuidado especial quando estou com a Filia. Ela não sabe, mas sou superprotetora quando estou com ela. Eu fico sempre de olho, em guarda, qualquer pessoa que passa nos olhando, eu já fico com uma pulga atrás da orelha. Eu sei que isso pode ser paranoia minha... Mas eu sei dos inimigos da Família dela. Eu sei quantos assassinos de aluguel devem estar querendo matar membros da Máfia, assim como também, informantes e espiões a procura dela, que assim como eu... virou apenas mais um rosto em um cartaz de procurado desde o ataque da última Skullgirl.

Se já contei disso para ela? Na verdade... eu nunca tive chance... muitas coisas ainda são confusas para mim, imagine para ela?

Houveram noites que eu a peguei sentada na cama, quando dormimos juntas. Ela parada, olhando para a parede, como se tentasse se lembrar de alguma coisa. Às vezes, ela me contava de sonhos que teve, de passagens que não se recordava em nenhum momento. Eu sei que são fragmentos perdidos da memória antiga dela... eu acho que eu deveria ter mais cuidado com isso e principalmente, ajuda-la a passar por tudo isso. Mas como eu farei isso? Bem, esta é a pergunta que vem me assombrando todos os dias...

Quando cheguei ao mercadinho, comprei as coisas que estavam na lista e aproveitei para levar um pacote de batatinhas para ir comendo no caminho. Não demorei muito, peguei apenas o que estava na lista. Eu não tinha porque demorar muito na rua. Mas uma coisa me chamou a atenção.

Enquanto eu pagava a compra no caixa, eu pude reparar em dois homens suspeitos, mais afastados. Eu tive uma sensação ruim por um momento. E meu parasita, o que vive dentro de mim, também notou alguma coisa. Eu fiquei atenta aos meus arredores.

Carol: Muito obrigada!

Agradeci a moça do caixa e saí. Não demonstrei que estava insegura. Eu precisava ter a confirmação de que estava sendo perseguida e vigiada.

Um deles era um homem mais magro, esguio e alto. Estava trajado em uma camisa social amarela e bem chamativa, usando suspensórios. Ele tinha um cabelo ridículo e um bigodinho ainda mais ridículo ainda. Ele parecia estar fumando um cigarro enquanto me encarava de uma forma bem suspeita. O outro, era um pouco mais baixo, porém aparentava ser mais forte. Usava camisa social vermelha escura, também de suspensórios e tinha um coldre para facas presa no cinto de sua calça. E não parecia nenhum pouco incomodado de ser visto andando com isso para cima e para baixo.

Carol: Hum... onde será que eu já vi esses dois?

Eles me eram familiares. Mas não lembro de onde.

Carol: Gae. Faça o favor?

O meu parasita comunicou-se comigo: “Finalmente”, então, das minhas costas, um espinho foi disparado na direção dos dois. Mas não os acertou e sim, o poste por qual eles passavam, um de cada lado. Minha pele rompeu-se para isso, abrindo um ferimento nas costas, mas que logo foi se fechando. E depois que o espinho negro fincou-se no poste, assustando a ambos, os dois veriam um olhar nada amigável meu. Um olhar assassino, cruel, de quem não estava nenhum pouco para brincadeira. E eu fazia questão de dar esse olhar diretamente para a alma deles, para que eles sentissem medo de tentarem se meterem a besta comigo.

????: Vamos embora.

????: É. Vamos embora.

Carol: Humph... Quem são esses caras?

Eu não fiquei parada ali esperando por alguma conclusão. Fui logo embora, certificando-me de que não estavam me seguindo.

Quando cheguei em casa, comentei com a mamãe sobre esses caras e se ela conhecia esses tipos pelas redondezas. Ela disse que não, mas que iria verificar depois com a vizinhança. Eu entreguei os itens que ela precisaria para cozinhar e acabei ajudando-a com algumas coisas dentro de casa.

Dean: Esses homens, conseguiu ver mais alguma coisa deles?

Esse assunto pareceu incomodar ela um pouco. Eu entendo. Também me dá calafrios saber que tem gente estranha por perto. Mas eu não estou mais me contendo quando corro perigo. Se houver necessidade de machucar alguém para garantir a minha segurança, eu faço de bom grado! E meu parasita até agradece, pois ele tem essa mania de querer fazer os outros sofrerem.

Carol: Eu tenho uma leve impressão de que já vi aqueles dois... mas não sei dizer aonde....

Minha mãe foi direta com a sua resposta.

Dean: Eles não são de Nova Meridian?

E eu acabei ficando um pouco parada, pensativa. Naquele momento, eu estava ajudando a mamãe a temperar as carnes que haveriam para o almoço.

Carol: Agora que a senhora mencionou... Talvez... É que já se passaram sete anos e muita coisa ainda é bastante confusa na minha cabeça.

Mamãe ficou me olhando enquanto cortava alguns legumes para preparar uma salada – essa que era a maior inimiga de muitos Yagami na mesa. Eu, por outro lado, tentei puxar o máximo possível das minhas memórias.

Carol: Talvez eu já tenha visto esses caras no Madman’s Caffe, lá de Nova Meridian.

Dean: Poderiam ser de algum dos laboratórios?

Carol: Não. Eles não se vestem como nenhum dos integrantes dos laboratórios Zero e Oito.

Dean: Nem remanescentes dos outros laboratórios?

Na minha terra natal, em Nova Meridian, houveram vários laboratórios especializados no combate contra Skullgirls. E com o passar dos anos, muitos deles foram sendo desativados até sobrar apenas dois. Um, que ainda operava legalmente sobre as leis da cidade – o Oito. E outro, que operava nas sombras, ilegalmente, o Zero.

Os outros, pelo pouco que fui informada quando operando sobre controle de Brain Drain, funcionavam das seguintes maneiras:

O laboratório 1 e 2 eram encarregados em desenvolver tecnologias para os outros laboratórios.

O laboratório 3 era encarregado no desenvolvimento de super soldados.

O laboratório 4 especializava-se em armas de mãos e construção de veículos de guerra.

O laboratório 5 pesquisava sobre armas oriundas de fontes desconhecidas. Eles as chamavam de armas especializadas.

O laboratório 6 trabalhava com pesquisas em cima dos elementos vindos da Teonita.

O laboratório 7 com drogas experimentais e medicinais. Daqui veio o Esquadrão da Última Esperança.

O laboratório 8 trabalha com parasitas sintéticos.

E o laboratório Zero, ele é secreto. Erguido ilegalmente para pesquisar o sangue experimental de Skullgirls.

Eu sei que muitos ASG’s foram criados aos longos dos anos. Mas, que conheço detalhes são apenas eu – a Painwheel, Patricia – a Peacock e Ben Birdland – Big Band.

Carol: Eu não tenho certeza mãe.

Depois de um longo tempo em silêncio, eu respondi ela e continuei fazendo o meu papel na cozinha.

Mamãe não tocou mais no assunto, mas sei que ela fará o favor de olhar isso mais tarde.

As horas passaram e eu estava aguardando pela chegada da Filia. Eu ligava para ela, mas sempre caia na caixa postal. Será que essa avoada esqueceu de novo o aparelho em casa? Isso me deixava irritada às vezes.

Carol: Ela só não esquece o Samson porque vive grudado na cabeça dela!

Eu deixei o meu aparelho carregando e fui ver outras coisas para fazer enquanto esperava. E mais alguns minutos depois, ouvimos a campainha tocar. Meu pai acabou sendo a pessoa que foi atender e bem, eu esperava que fosse a Filia. Então, eu fui junto para poder me averiguar.

Iori: Pareceu que alguém caiu em frente ao portão.

Carol: Que?

Eu apressei o passo e meu pai continuou o ritmo dele.

Carol: É a Filia!

Abri os portões imediatamente para poder ver ela.

Iori: Acalme-se, garota.

Carol: Mas e se ela foi atacada?

Eu olhei com bastante receio para o mais velho. E ele, ao sair do meu lado para atender a menina caída, ficou em pé, mas olhando em volta com uma expressão de poucos amigos.

Iori: Consegue carregar sua namorada?

Ele me perguntou, sem direcionar o olhar a mim.

Carol: Consigo sim. Até o Samson está atordoado... mas... parece que não foi nada. Eu não encontro nada que possa ter derrubado ela.

Iori: Mesmo assim, leve-a para dentro.

Me apressei para pegá-la no colo.

Iori: Você disse para sua mãe que tem pessoas mal encaradas circulando por essas áreas, certo?

Carol: S-sim... ela te contou?

Iori: Hu... eu vou dar uma volta. Chego em dez minutos.

E assim, eu entrei e os portões se fecharam atrás de mim. O papai deve ter feito o que ele sempre faz quando escuta rumores que possam ser prejudiciais aos membros do clã. Pela cara dele, eu acho que ele iria se divertir espancando algumas pessoas suspeitas pelas ruas.

Enquanto trago Filia para dentro, recebi ajuda da minha mãe e a colocamos deitada no meu quarto. Eu fiquei ao lado dela, esperando por algum sinal de melhora. Tentei acordar ela de todas as formas possíveis, até dei um tapa não muito forte no rosto dela para ver se pelo menos o Samson ativava... mas nada...

Dean: Acho que será melhor deixa-la descansar...

Carol: Eu vou ficar de olho. Eu quero ter certeza...

Dean: Está tudo bem. Eu trarei comida para vocês duas, assim que tudo estiver pronto!

Com alguns tapinhas nos ombros, a mamãe deixou um beijo no meu rosto e nos deixou a sós.

Carol: Filia...


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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Dom Abr 14, 2019 9:07 pm




— Quais os planos hoje Kid?”

— Hoje eu quero ir passar o dia com a Carol, mas especialmente á noite! Eu tenho plano para nós duas! Muita comida boa e filmes! Aqueles Trash’s antigões!

— Vou passar mais um domingo em branco pelo visto.

— Fica assim não Samson, fica com a gente! Mas só quando escurecer tá? Não quero ninguém mexendo contigo e muito menos saber que mordeu alguém hein!

Essa cena se repetia vez após vez na mente de Filia, enquanto seu corpo repousava na cama de sua namorada. Ela se via no espelho enquanto penteava o Theon que havia se tornado o seu cabelo. A Medici estava se aprontando nesta manhã para ir à casa dos Yagamis e Hawkins. A garota havia sido convidada para um almoço gostoso e como sempre, aproveitaria para ficar lá e adquirir uma jantinha gratuita também, esses dias sempre deixavam Filia feliz, pois iria sobrar um pouquinho do seu suado dinheirinho.

Samson por outro lado estava olhando feio, não estava nem um pouco feliz com o reflexo dos dois. Enquanto Filia se arrumava animadamente, o Theon ficava a observar os dois juntos, sentindo-se nem um pouco confortável com a situação, mas antes que a menina pudesse repetir a pergunta que havia feito para ele durante a sua arrumação, a imagem se desfez e uma sombra ficava em frente ao seu corpo, ganhando forma, parecia uma silhueta obscura de seu ser, mas o estranho é que ela não possuía o mesmo formato de cabelo que ela tinha, se comprado com o seu atual, ele é curto, e tinha duas longas madeixas que deveriam ser franjas repartidas, estavam presentes no seu rosto, as pontas na altura do queixo, fazendo com que essa silhueta lhe causasse a sensação de que já a viu em algum lugar.

— O que é isso? — Filia perguntou-se, e sua voz também saiu da sombra, imitando a mesma pergunta.

— Samson, você tá aí?! — A sombra gritou junto de Filia, que sentiu-se incomodada e sozinha.

Mas o Theon não respondeu ela em nada, Filia estava sozinha, muito sozinha para o seu mal pessoal. A imagem enegrecida saiu do espelho, suas mãos foram as primeiras a emergirem do mundo em que estava presa, segurou com força as bordas do objeto e puxou o corpo para fora, de forma brusca onde a Medici escutou e muito bem, estalos altos saindo daquela silhueta, como se ela fosse real, feita de carne e osso, o que assustou profundamente a garota de cabelos escuros.

— Ah.... A..... Samson...?

E novamente, o Theon não a respondeu.

A sombra se aproximou, deu a volta pela Medici, pareceu olhá-la de cima para baixo, e essa ação feita pela estranha criatura fez Filia estremecer cada vez mais, estava sendo medida pelo que? O que era aquilo que tanto a olhava? Sem mais aguentar essa vontade de saber sobre o que estava lhe acontecendo, a Medici se virou, apenas para duas mãos frias encostarem em seu rosto e ela emergia em um mundo enevoado.

Tinha pessoas, mas elas pareciam borrões coloridos. Vozes mistas, abafadas, quase fundas era o destaque daquela confusão de forma e cenas que pareciam ir e vir, como se dissessem algo para alguém, no meio disso tudo, Filia sentiu uma dor em sua cabeça, e cada vez mais que parecia se aprofundar em algo, pior ficava até que algo quente a tocou. Os seus cabelos imóveis se moveram e sozinhos e transformaram-se em tendrills que se agarraram nela, cobrindo-a totalmente, puxando-a do mundo confuso e jogando-a de volta a realidade.

“Está tudo bem Kid, eu estava perdido, mas eu já me achei”

A voz de Samson fizera com que Filia abrisse os seus olhos, a mesma ficou perdida, estava confusa. A primeira coisa que a Medici viu, foi um teto claro, depois ela olhou para os lados, reconhecendo lentamente o lugar em que se encontrava, até que viu ali, bem próxima de si a sua namorada.

— Hmmmm? Carol? Onde é que eu estou?

— Você está no meu quarto, Filia!

— Como é que eu vim parar aqui? — A jovem gorduchinha se levantou um pouquinho, apoiando os braços na cama e mantendo um pouco do tronco erguido.

— Você desmaiou em frente de casa. Eu estava tão preocupada! — E a menina Yagami segurou as mãos de sua namorada rechonchudinha.

— Oh, sinto muito, mas...Péra. Samson?! Onde está o Samson?! — Filia se sentou imediatamente, olhou para os seus cabelos escuros, puxou uma madeixa que seria um tendrill de Samson e balançou-o sentindo o mesmo molenga. — Oh, Deus! Samson! SAMSON! Fala comigo!

— Acho que você não deveria se exaltar.

— Mas ele não tá se movendo, Samson nunca dorme! Não mesmo.

— Ele está assim desde que eu te achei Filia.

— Ele desmaiou também?!

— Hum.. Bom, eu não sei como explicar... Eu acho que é a primeira vez que vejo ele ter uma reação dessa. O Samsone estava todo babento, de língua de fora, parecia que alguém tinha batido nele. Eu até pensei que aconteceu algo sério, mas, agora, me responda, o que aconteceu lá fora?

— Eu não sei... Para falar à verdade, estava tudo bem, aí de repente, eu senti uma dor de cabeça e tudo ficou escuro... Eu nem lembro de ter acontecido algo a mais.

— Foi só isso mesmo?

— Aham! — A garota Medici respondeu.

— Bom... Que bom que foi só isso mesmo.

Filia piscou por alguns minutos olhando Carol, parecendo que seus pensamentos estavam indo longes, ultrapassando as paredes do quarto da menina e indo parar em outro dimensão, mas na verdade, a Medici estava observando a jovenzinha Yagami e se perguntando se havia algo de errado.

— Carol, aconteceu alguma coisa?

— Hu?? Não, nada.

— Tá bom, é que...

Mas a fala de Filia foi interrompida quando a porta do quarto da menina se abriu. Dean havia voltado, com uma bandeja com dois pratos. Filia ficou confusa, quando ela parou em frente à casa não ia ser feito ainda o almoço? Se bem que já estava pensando na janta como sempre fazia, e só iria encher a pancinha com o que viesse dali. A Medici olhou a acastanhada deixar o objeto em cima da mesa e então levou as mãos sobre as pernas cobertas pelo cobertor de Carol.

— Olá Filia, como se sente?

— Eu estou muito bem!

— Está mesmo? Você ficou um bom tempo aqui.

— Hã? — Nisso ela se deu ao trabalho de fazer algo que já deveria ter sido feito assim que acordou: olhar pela janela. A Medici virou a cabecinha para a mais próxima e viu que já estava tarde, muito tarde! Filia virou o corpo, ficou sentada na cama e levou as duas mãos ao rosto assustada. — Oh! Tudo isso?!

— É por isso que eu perguntei se tinha acontecido algo...

— Bem, eu trouxe isso aqui na esperança de você ter acordado e a Carol comer. O Samson deu algum sinal de vida?

— Não, ele ainda tá molenga.

— Nem se mexe.

—  Posso dar uma olhada?

— Claro. — Filia então ficou imóvel, enquanto Dean levava as mãos aos fios negros de Samson e passava os dedos.

Filia ficou pensativa, dormiu tanto assim ou o tempo estava feio? A mesma ficou aguardando a Sogra mexer nos seu cabelo, parecia que ela estava passando as mãos em mecha por mecha, o que atraiu a atenção das duas meninas, principalmente por que o Theon acordou exasperado, já se rebatendo e acertando os tendrills sem os espinhos na cama toda, obrigando Dean a puxar Carol pelo braço.

— QUEM TÁ ÁI?! QUEM É?!

— CALMA SAMSON!

— Relaxa! — Dean disse, com as mãos erguida em frente ao rosto, as palmas livres para ele olhar.

A criatura parecia atordoada, estava agitado, cada parte de seu ser corpo estava tremulando, e olhou feio para a mulher de cabelos castanhos e ondulados, muito feio.

— Você me eletrocutou!

— O quê?!

— Mamãe!

— Não é assim tão ruim, eu só testei se com pequenos choquinhos ele acordasse ué, Filia não sentiu nada, então não foi tão pesado assim.

— Por que fez isso, mulher?!

— Para ver qual era o seu problema, estava aí caído igual um morto.

— Humph...

Filia suspirou, então passou as mãos no cabelo, bem em sua franja e fez a pergunta de ouro:

— Como você tá Samson? Tudo bem?

— Sim, eu estava dormindo, um sono bem... Gostoso. — Apesar de ele tentar falar de um jeito que não preocupasse a Medici, o Theon tinha uma visão distorcida de alguém que havia visto algo bem ruim.

— Bom, vocês duas comam. Eu volto depois para pegar as coisas.

Filia virou-se, colocando uma das pernas dobrada sobre a cama e concordou, assim que a mais velha saiu, a Medici encarou a namorada. Por três longos minutos ela disse nada, até que por fim decidiu iniciar a conversa.

— Hmmm... Carol?

— Sim?

— Eu vi algo enquanto estava dormindo, um espelho.

— Um espelho? O que tinha lá?

— ... Alguém, eu acho. Tinha a mesma voz que eu, sabe? Mas, não se movia igual a mim, ela me agarrou bem forte, e eu comecei a ouvir várias coisas, mas tava tudo embaralhado. — E a Medici levou a mão a testa, tentando se lembrar da zona de cores e vozes que a impedia de ter certeza das coisas que eram faladas. — Eu queria... Entender o que aconteceu, ela me puxou, parecia que era alguém que eu conhecia.

— Esqueça disso, Kid, foi só um sonho.

— Você tem certeza, Samson? Pareceu bem real pra mim! — Disse ela impressionada.

— Confie em mim criança.

— Certo...

E enquanto dizia isso para a sua hospedeira, Samson olhava para Carol, ele moveu uma madeixa larga que teve a sua ponta transformada em uma mão, o mesmo levou seu novo dedo indicador a boca, pedindo silêncio.

O assunto de memória era bem delicado para Medici. Não era algo fácil de tentar conversar com ela. A menina perdeu todas as suas memórias assim que Samson se juntou a seu corpo. A união dos dois podia ser benéfica para ambos, mas como tudo na vida, teve um preço a ser pago. Às vezes ocorria de Filia estar zanzando em um nevoeiro. Seus sonhos costumam ser os mais estranhos possíveis, não tendo forma exata, nem mesmo a deixando a interceptar uma frase se quer.

Samson partilhava desses sonhos esquisitos quando estava “dormindo”. Havia momentos que eram só coisas dele, depois apareciam essas estranhas imagens, depois um vai e vem de coisas até se acertarem de vez. O Theon não queria sua hospedeira centrada nisso, mas ele tinha uma ideia que essa história dos dois andarem para cima e para baixo fazendo as coisas em uníssimo traria problemas.

Problemas que podiam vir de várias formas, cada uma mais diferente da outra e que nem Samson imagina ser possível.



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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Sáb Abr 20, 2019 8:31 pm



O tempo foi passando e nada de Filia acordar. Eu comecei a achar que fosse algo mais sério, principalmente depois que meu pai voltou da rua. Desci para conversar com ele e deixei a porta do quarto fechada, para que ninguém interrompesse o descanso de Filia. Quando cheguei lá, ele me passou que as pessoas da vizinhança também estranharam os tipos que descrevi. Houve até uma mocinha mais jovem que gritou por socorro quando um deles, o que usava a camisa amarela, fez uma abordagem bem abusiva. Os dois saíram correndo quando mais pessoas vieram ao encontro deles.

Então... seriam esses caras pervertidos? Dos tipos que só atacam as meninas mais novas? Bem... isso me deixou ainda mais preocupada e também, um pouco incomodada pelo Gae Bolga não ter empalado o coração dos dois com alguns dos espinhos que ele produzia. Acho que uma escória dessas não faria falta para ninguém no mundo, certo?

Mas mesmo sabendo disso, eu ainda tinha a incerteza de algo. Esses caras, eles não me são estranhos. Eu tenho mesmo a sensação de que já os vi em algum ponto da minha vida passada. Seriam eles, habitantes de Nova Meridian? Já se fazem sete anos desde o último ataque da Skullgirl e muita coisa que passei de lá para cá ainda é confusa. Eu ainda tenho flashs dos dias dos experimentos do laboratório Zero, das coisas horríveis que eles fizeram comigo para me transformar em Painwheel. As memórias que antecedem esse momento traumático são uma bagunça. É tudo fora de ordem. Eu não consigo ter uma linha de raciocínio clara quando estou pensando nessas coisas. E até mesmo, me deixa um pouco irritada por tentar se lembrar dos piores momentos da minha vida.

Em seguida, meu pai disse algo importante, aproveitando que minha mãe estava por perto para saber da mesma coisa:

Iori: É bom que a Filia passe o fim de semana conosco. Até eu encontrar esses caras e coloca-los em seus devidos lugares, é perigoso que ela fique andando sozinha por aí.

Carol: Bem... ela tem o Samson... mas se o senhor está preocupado, acho que é por uma boa causa então.

Meu pai não era alguém de ficar zelando pela proteção dos outros, mas se ele o faz, é porque tinha algo que não estava certo nessa história toda. Pela cara que ele fez, eu pude entender que tinha algo mais nessa história. Algo bem podre, na verdade. E eu não estava muito longe da verdade.

[xXx]


Eu falei para vocês sobre os Medicis, não? Que eles são uma Máfia poderosa que comanda a cidade de Nova Meridian. Pois bem, Filia é neta de Lorenzo Medici, o chefe de tudo. O legado dele parecia durar por anos, ele nunca aparentava envelhecer. Ele tinha juventude eterna? Sim... mais ou menos, na realidade. O segredo estava na Jóia da Vida, que garantia longevidade para quem a possuísse. Simplesmente seria a mesma pessoa pelo resto da vida. A vida de Lorenzo começou a desaparecer quando a gangue Fishbonne atacou e roubou o artefato deles, causando um envelhecimento acelerado em Lorenzo, quase o deixando nas últimas.

Tudo indicava que ele não viveria tempo suficiente para recuperar o artefato, logo, sua morte estava para chegar. Só que havia um porém: Lorenzo teve dois filhos, um deles é o pai da Filia. E o outro, é Vitale. O que se tornou o braço direito nos negócios da família, o que controla todo o cassino de Nova Meridian e outras operações mais delicadas. Ele quem orquestrou vários dos sequestros de meninas para vender no mercado negro de escravos.

Vitale tinha grande interesse em se apossar dos domínios de seu pai. Ele pareceu muito tranquilo quando todos da família foram aniquilados pela fúria da Skullgirl Marie. Ele nunca foi de se importar muito com entes queridos, o que dirá do próprio pai? Ele é um homem de ambições, uma pessoa que quer estar sempre acima dos outros, mesmo que seja necessário passar por cima delas.  Nos acontecimentos de sete anos atrás, ele viu a Skullgirl como uma aliada. Ficou assistindo de longe, a destruição de todos aqueles que podiam emperrar seus planos. Viu seu irmão morrer, sua sobrinha desaparecer e muitos outros serem massacrados pelo monstro controlado pelo Skullheart, tudo isso com um largo sorriso no rosto.

E como eles souberam do paradeiro de Filia em 2nd? Eu deveria prever que participar daquele torneio fosse acabar revelando o paradeiro dela.

Propaganda: Torneio Feminino de 2nd South Town encerra suas inscrições. Eis as lutadoras: Androide 18, Androide 21, Bayonetta, Bonne Jenet, Charlotte, Filia Medici, Hinata Hyuuga, Lilith Skyamiko, Lilith Yagami, Katarina Alvez, Painwheel e Zara.

Lorenzo: Filia Medici...

Vitale: Isso só pode ser um engano.

Há um tempo atrás, as notícias sobre o torneio feminino de 2nd passaram para o mundo inteiro, sendo umas das competições mais comentadas pelos fãs de lutas. O nome Medici acabou chamando atenção indesejada daqueles que comandavam a Mafia.

Lorenzo: Essa menina... ela realmente se parece... com a minha neta...

Vitale: Eu conferi os corpos, papai. Todos estavam mortos naquela casa.

Lorenzo: Ela tem as mesmas feições... só seu cabelo... ela tingiu seu cabelo?

Vitale: Provavelmente...

Vitale estava preparado para fazer de tudo e tirar aqueles questionamentos da cabeça de seu velho pai. Só que ele não esperava que alguém fosse entrar na sala. Alguém bastante indesejável. Sua risada feminina acabou chamando a atenção dos dois homens trajados de terno e gravata, da mais fina e caríssima marca. Vitale ajeitou seus óculos enquanto olhava para as duas figuras que estavam na porta.

?????: Essa mocinha não tingiu o cabelo dela. Aquilo ali é um parasita vivo. Samson, o encrenqueiro!

Aquela mulher era conhecida mundialmente por suas apresentações musicais. Ela era chamada por muitos de Diva Egípcia, por ser muito confundida com Cleópatra. Era uma mulher muito bonita, muito cobiçada pelos seus fãs e admiradores. Mal sabiam todos eles que aquela ali era a verdadeira encarnação do mal. Que por trás do seu sorriso lindo, das suas curvas perfeitas e provocantes, escondia um mal que ninguém, nem mesmo uma Skullgirl seria capaz de conter.

Vitale: Eliza. O que você faz aqui?

A mulher ria enquanto caminha, carregando o seu cetro em mãos, que também, era um microfone personalizado.

Eliza: Eu vim somente para ver a cara de todos vocês. Eu sabia há muito tempo que essa garota estava perdida mundo afora. Sendo guiada pelo parasita mesquinho e egoísta que ela tem na sua cabeça.

Vitale: Então, aquilo é um parasita... igual a...

Eliza: Sheesh. Caladinho, meu querido. Você não vai querer acordar um monstro, vai? Huhuhhuhu....

A outra mulher, que a acompanhava tinha uma expressão entediada. Ela deu alguns passos a mais, deixando Eliza para trás. Ela vestia trajes em laranja, tinha cabelos esverdeados claros, mas que estavam ocultos pelo chapéu que usava.

Vitale: Conseguiu recuperar a pedra, Cerebella?

Cerebella: Não. A gata maldita fugiu mais uma vez. E tudo por causa dessa aqui.

Eliza sorria. E não parecia nenhum pouco preocupada.

Eliza: Oh, minha querida. É só uma questão de tempo até eu ter de volta o que me pertence.

Cerebella rangeu os dentes. Ela estava muito furiosa com o tempo que passou com Eliza. Ela voltou-se para Vitale, para questioná-lo sobre isso.

Cerebella: Você sabe que eu faço tudo por você! Mas andar com essa daí? Beatrix seria uma companhia mais agradável do que essa velha caquética! O que você viu nela, Vitale?

O homem de terno não respondeu nada. Apenas olhou para a tela e as informações de cada uma das lutadoras.

Vitale: Pai, eu acho que está na hora do senhor tomar os seus remédios. Mais tarde, investigaremos sobre essa menina, confirmaremos se ela é mesma uma das nossas.

E assim, ele mesmo tratou de ajudar o seu velho pai a sair da sala de reuniões, para tomar os remédios que lhe foram receitados, já que sua idade avançou tão rápido com o roubo da jóia da vida.

As duas ficaram ali sozinhas, mas não por muito tempo. Outra apareceu, tão mal-encarada como Eliza.

Cerebella: A-ah, mestra Dhalia!

Cerebella virou-se e portou-se como se fosse um soldado diante a assassina dos Medici. Black Dhalia estava ali, e caminhava em passos silenciosos, mesmo usando um salto alto.

Black Dhalia: A presença de uma Medici fora da cidade é ruim para os negócios de Vitale.

Ela já chegava jogando a verdade na cara das duas. Eliza sabia muito bem do que se tratava. Já Cerebella, ela não tinha noção alguma do que a outra dizia.

Black Dhalia: Infelizmente, as inscrições para o torneio se encerraram. Mas isso é uma coisa boa. Estou prevendo que Vitale montará toda uma operação de assassinato.

Eliza riu.

Eliza: Bem, ele pode ir tirando o cavalinho da chuva. Antes de vocês pensarem em fazer qualquer coisa com a hospedeira de Samson, acho muito bom entregarem para mim o parasita. Ainda tenho assuntos... pendentes para tratar com ele.

Black Dhalia: Eu tenho certeza que eles não recorrerão aos seus métodos, Eliza. Mas fique tranquila... É só você fazer a sua parte que sairá ganhando, como todas nós aqui.

Era impossível ler as expressões faciais de Dhalia. Ela sempre usava um véu que cobria a sua face, além de uma máscara negra. Só era possível ver o brilho de seus olhos por debaixo dessa máscara. Eles brilhavam em branco...

Houve um silencio mortal entre as três. E o que eu posso falar delas? Bem, de todas ali a que eu mais sei sobre é a Cerebella. Ela é a filha adotiva de Vitale e serve também como o seu braço esquerdo. Direito fica por conta de Dhalia, que é a responsável pelo treinamento de todos os capangas dos Medici. Só que eu diria que Cerebella tem um parafuso a menos. Antes de tudo isso, ela é uma refugiada de guerra, uma criança que sobreviveu a devastação que uma Skullgirl causou em um lugar que hoje se tornou a terra de ninguém. Ela dedicou sua vida inteira aos Medici e tem até mesmo uma paixão doentia pelo seu pai adotivo! Sim, ela quer pegar o próprio pai! Pode uma coisa dessas? Ela usa um chapéu parasita, seu nome é Vice-Versa. Ele tem a capacidade de criar braços gigantescos e musculosos, que auxiliam ela em combate com sua tremenda força. Ela também é do circo de Nova Meridian, mais conhecida pelo número de andar sobre uma corda bamba enquanto carregava dois elefantes com os braços poderosos do seu chapéu.

Dhalia e Eliza eu não as conheci pessoalmente. Mas há rumores que corriam pelas ruas da cidade sobre as duas, principalmente sobre Dhalia ser um perigo de mulher e que poucos conseguiram sobreviver a um encontro com ela. Já Eliza, ela parece trabalhar como cantora de um clube noturno chamado Bastet’s Den. Ela é muito popular, mas rumores apontam que seus encontros com alguns fãs acabam com alguns desaparecendo para sempre e nunca sendo encontrados novamente. Há histórias sobre ela ser um monstro que devora suas vítimas, não deixa vestígios das pessoas que tem contato com ela. Obviamente que isso nunca foi confirmado.

Enquanto as três se olhavam, Vitale retornou para a sala. É verdade, eu havia me esquecido de dizer. Essas reuniões sempre ocorrem no último andar da torre dos Medici. O edifício mais alto de toda a cidade, impossível passar despercebido pelos habitantes e turistas. Embora a Torre Medici seja um complexo gigantesco, o acesso ao escritório de Lorenzo só se dá por conta de um espaçoso elevador que somente por um acesso especial, tem permissão para subir os níveis superiores. As luzes de Néon brilhantes de Nova Meridian brilham através das janelas enquanto Vitale fala distraidamente com suas convidadas.

Vilate: Meu pai não será um incomodo no momento.

Ele ajeitava cuidadosamente os óculos que usava.

Vitale: Contudo, algumas coisas precisam serem feitas antes que ele pense em resgatar essa Medici perdida em outra cidade.

Ele não parecia nada contente com a descoberta.

Cerebella: Eu conheço a Filia. Posso ir até ela e trazê-la de volta. É isso que você quer, Vitale?

O homem negou apenas com o mover de sua cabeça.

Vitale: Os pais de Filia já estão mortos há muitos anos. Nós já a consideramos morta depois de tantos anos desaparecida. Embora ainda haja cartazes com o rosto dela espalhados pelas ruas.

Eliza: Já entendemos que você a quer morta, Vitale.

Eliza não perdia a oportunidade de encurtar a conversa. Mas o homem olhou diretamente para Dhalia naquele momento.

Vitale: Eu preciso de mais informações sobre essa cidade. Se me recordo bem, South Town foi comandada há anos atrás pela máfia de Geese Howard, mas esta acabou desmantelada pelas ações de um sujeitinho muito odioso. E quanto 2nd South Town, alguns nomes já passaram pela minha mesa, mas não os considero perigosos para nossas operações. Dhalia, seus serviços serão de grande ajuda nesse momento.

A mulher sorriu, embora fosse difícil alguém deduzir isso apenas por olhá-la.

Dhalia: Esse torneio na cidade será muito bom para posicionar alguns peões. Se me permite, estarei enviando aqueles idiotas Riccardo e Lawrence para ficarem de olho em todas as participantes.

Vitale: Aqueles inúteis? Eles colocarão o nosso plano em risco!

Dhalia: Perdoe-me interferir, mas prefiro enviar minhas profissionais somente em casos de extrema urgência. Se for para ficarmos algum tempo na cidade, mapeando os passos das lutadores – principalmente da Medici -, eles são mais que suficientes para o trabalho. Sei o quão desapontado está com os dois, mas considere essa a última chance deles provarem seus valores. Se eles falharem, eu mesma irei mata-los.

Vitale ficou em silêncio e com uma cara de poucos amigos. Ele ponderou sob as sugestões de sua assassina particular e... acabou aceitando sua jogada inicial. Dentro de poucos dias, os dois capangas encrenqueiros seriam mandados para a cidade para ficarem de olho no torneio feminino...

O que nos trás de volta aos dias atuais...

[xXx]


Levou horas para Filia despertar. Depois que minha mãe trouxe a janta e nós ficamos comendo e conversando, ela me contou sobre o estranho sonho que teve até Samson começar a intervir nas perguntas dela e manda-la esquecer das coisas. Até quando ele vai continuar impedindo Filia de tentar recobrar suas memórias? Ele fez sinal de mão com um dos seus tendrils, pedindo para que eu não respondesse nada do que ela me perguntasse.

Minha cara não era uma das melhores. Eu pensei em argumentar contra isso, mas preferi deixar de lado. Ela precisava comer e repor as energias e eu, bem, eu precisava dar a notícia para ela.

Carol: Meu pai pediu para vocês passarem o final de semana com a gente!

Enquanto Filia mastigava a comida, eu contei o motivo dessa decisão dele.

Carol: Tem uns caras estranhos circulando por essas áreas. Acreditam que eles sejam pervertidos ou pedófilos. Eles miram meninas jovens como nós e tem causado alguns problemas aqui... o papai disse que vai dar um jeito neles, mas queria que você não saísse daqui até terem certeza de que está tudo bem.

Acho que Filia não acharia ruim ficar comigo esse fim de semana. Ela dormiria no meu quarto, que era bem espaçoso e dividiríamos a cama, como foi a nossa primeira vez juntas. Embora a situação lá fora seja um pouco preocupante, eu estou até mesmo empolgada de poder passar esses dois dias inteiros cuidando dela. Não irei negar que estou com vontade de roubar uns beijos e algo mais com ela também, além de podermos colocar algumas coisas em prática.

Mais tarde, após o jantar, quando todos foram deitar, ficamos apenas eu e ela na cozinha. Era o meu dia de lavar as louças e ela fez questão de me ajudar secando e guardando os pratos, copos e talheres. Com o Samson, era até mais prático isso. Só que ao fim de tudo isso, eu senti alguns dos tendrils dele enrolando-se na minha cintura e me puxando para mais perto de Filia.

Oh, eu pude sentir a respiração quente dela no meu ouvido, além de uma risadinha bem sacana vinda por parte da minha namorada. Até que eu ouvi dela um: “Enfim, sós.”

Eu corei imediatamente...


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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Qui maio 02, 2019 10:55 pm




O Theon não olhou com uma face amigável para a jovem integrante da família Yagami. Ele não queria saber se a magrela iria ou não partilhar de sua visão de silêncio, não era problema dela essa parte da história. Samson tinha uma ideia de como isso poderia se tornar um problema para ele e principalmente para a Filia, e o Theon não tinha que sair dando satisfação alheia para a outra criança. Na hora certa, no momento que Filia estivesse pronta, ele pensaria em algo, mas enquanto ela não estivesse, silêncio seria exigido por ele.


A dupla ficou ouvindo o que Carol tinha a dizer e Filia até parou de comer, ficando mais atenta as palavras ditas por sua namorada.


— .... Duas pessoas?


— Aceite a oferta Kid.


— Você tem certeza?


— Claro.


Seguindo a ideia de Iori e confiando no julgamento de Samson, Filia concordou que seria a melhor coisa a se fazer no momento, mas a ideia de ter dois homens esquisitos na região era bem comum não? Quer dizer, 2nd era uma cidade grande igual qualquer outra, tarados e safados não era novidade para nenhum lugar do mundo, por que ali seria? Mas se o cabeça da casa achava que seria melhor ela ficar por aqui, a Medici concordaria, o problema é que ela não tinha nenhuma roupa para vestir.


— Bom é isso, eu fico!


E ficar significava fazer um pouco das tarefas junto da namorada.


A Dona da casa não queria saber se quem estava ali era namorada de sua filha, durante esses dois dias a dupla sabia que acabariam por participar de alguma coisa, e Filia acabaria por ajudar em algo, uma ideia que ela não se incomodava. Quanto mais provasse que fosse útil, melhor ela pensava que seria a visão de sua pessoa aos olhos dos pais da menina.


O dia passava e a Medici mantinha-se na companhia de Carol. Ela tentava falar com alguns dos irmãos dela, a pequena Alice que passou uma parte do seu dia desenhando com os seus apetrechos artísticos, o rapaz Yue, que ficava mais quieto em seu canto do que qualquer outra coisa, havia Lilith, mas ela ultimamente não andava nos seus melhores momentos humorados, permanecendo mais no quarto que ela dividia com Alice, sempre rascunhando algo ou cuidando de um tal projeto que a Medici não compreendeu o que era. A que restou foi a Rose, esta era bem alegre, comunicativa, mas tinha seu jeitinho próprio, e Filia se sentia deslocada com aquela família.


Devagar ela tentaria criar uma forma de se aproximar de todos, podia chegar a não ser amiga dos irmãos de sua namorada, mas pelo menos se dar bem com eles ela tentaria.


Filia decidiu ficar um pouco mais com Carol, então a ajudou a limpar a cozinha, pelo menos o que tinha que ser feito. No meio da limpeza a Chubby ficou sorrindo para ela e partilhando um pensamento com Samson, dizendo para o mesmo que estava na hora do cochilo dele. O Theon amarrou a face e então fechou os olhos, adormecendo rapidamente, deixando os seus tentáculos a mercê de Filia que usaria eles enquanto ele cochilava.


Sempre que as duas estavam juntas, Filia pedia para o Theon dormir, assim ela ficava á vontade para namorar a sua amada. A jovem de cabelos negros enrolou os tendrills na cintura de Carol, fazendo com que os espinhos dele não saíssem e a puxou para si, sussurrando em seu ouvido que ambas estavam finalmente sós.


Nessas horas, Filia era uma pessoa diferente de seu modo bobo e inocente. A Medici era dominadora e fazia muito o que queria com a menorzinha ali, também, como não poderia? Além de todos os seus atributos para fazer a magrela satisfeita, ela ainda contava com membros auxiliares como os longos tendrills que faziam parte dessa brincadeira, mas o que aconteceria com as duas sozinhas essa noite, não ficaria na vista de ninguém.


Depois de terem que dar mais uma arrumada extra ali na cozinha, as duas subiram para o quarto de Carol, onde Filia pegou uma camisola de manga curta e roupas de baixo emprestadas com uma das irmãs da menina. A Medici usou o banheiro cuja a porta ficava no meio do corredor e se preparou para o banho, se não fizesse isso, Samson daria a louca se descobrisse o que aconteceu com ele.


Sua namorada se ofereceu para ficar com ela, talvez por receio do que poderia acontecer com ela, como outra recaída, mas sabendo como Carol era, Filia não duvidava dela pensar que a Medici poderia sofrer alguma coisa maior.


Esses pensamentos passavam na mente de Filia à Medida que ela se desfazia das roupas que estava em seu corpo. A menina sorriu para a banheira e imaginou toda a garotada reunida nesse recinto para escovar os dentes, fazer brigas matinais. Deveria ser algo divertido já que a casa dos Yagami tinha mais mulher que homem. Filia adentrou a banheira, ligou o registro e foi de chuveiro mesmo, deixando a cortina da banheira aberta.


A água morna passava pelo corpo da Chubby, que tinha uma barriguinha para ficar brincando durante o seu banho, ela segurava a dobrinha e ficava a apertando e balançando para cima e para baixo, rindo. Filia estava se divertindo até que se lembrou que tinha que tomar cuidado com o Theon que podia acordar a qualquer momento, então começou o seu árduo trabalho de lavar o Parasita direitinho. Ela havia perguntado antes para Carol se tinha Shampoo e Condicionador ali, e a menina lhe disse qual era o dela.


Parecia que cada moça da casa tinha suas próprias coisas e na prateleira acima da cabeça de Filia, tinha os de Carol. Não era lavanda e nem doce, mas até que cheirava gostoso. Samson teria que se contentar com isso mesmo. E assim começou o joga para lá e joga para cá para se lavar a criatura, depois de lavadinho era a vez dela, e Filia no momento que ia passar a bucha em sua pele branquinha, parou.


A Medici ficou olhando os ladrilhos brancos da parede e seus olhos se fixaram no desenho de aparência florida, a garota mergulhou fundo ali, seus pensamentos foram para longe e algo inusitado ocorreu.


No fundo de sua mente, algo começava a ressurgir, apesar de não tão claro do que ela gostaria do que fosse. A parte responsável pela sua memória começava a funcionar a todo a vapor ligada à o Theon que estava mergulhando no mundo de Filia em seus sonhos. O tempo parecia voltar para trás e a menina ficou inquieta, figuras borradas se formavam e ela ouvia uma voz bem fundo dizendo:


— Filia, você já terminou? Vai ficar para trás se continuar assim menina!


A voz era de uma mulher mais velha, havia um pouco de rigidez e ternura misturada nela. Filia sentiu seu corpo se aquecer e depois uma sensação de relaxamento tomou-o. Na sua frente tinha alguém mais alta que ela, um misto de branco, preto e amarelo tomava a forma de uma figura, ela sabia seu nome, falava como se a conhecesse.


A Medici ficou confusa, olhou de um lado ao outro, era também um banheiro, mas um muito diferente do que ela estava, exceto pelos ladrilhos na parede. Curiosa a mesma saiu de onde estava, e a figura borrada que tinha algo róseo em suas mãos avançou contra ela, passando aquilo pelo seu corpo como se a enxugasse.


— Oh querida, você está uma bagunça, vamos vestir você e depois vamos jantar com o seu pai está bem?


O momento morreu, tornou-se vermelho, obscuro, Filia ouviu gritos que a trouxeram de volta e a Medici levou as mãos a boca, assustada. Ali ela segurava um grito involuntário.


A garota com o Theon em sua cabeça olhou para todos os lados e ficou a fitar o chão da banheira, um frio percorreu sua espinha, a mulher que falou consigo havia dado uma grito estridente assim que o mundo cheio de cores e formas difíceis de se definir transformaram-se em uma pintura estranha, cheio de cores escuras e variações de vermelho.


— O que aconteceu? — A voz de Samson era ouvida.


O Theon foi invadido por aquelas cenas estranhas, e só acordou por que sentiu o coração de sua hospedeira palpitar enquanto a ansiedade dela crescia. A Medici franziu o cenho e balançou a cabeça, tossindo seco ao menos uma vez.


— Não foi nada Samson... Foi só aqueles momentos estranhos...


Filia terminou o seu banho, lavou-se, se enxaguou e depois se socou trocando de roupa e voltando para o quarto de Carol, pousando a mão sobre a maçaneta, abaixando a cabeça levemente, ocultando parcialmente os seus olhos vermelhos.


— Samson... Você viu o que eu vi agora pouco?


— Um pouco Kid.


— Você sabe quem ela é?


— Eu não tenho certeza.


— Você vai me contar quando souber?


O Theon estreitou os olhos. Samson sabia quem era. Apesar da imagem borrada na mente de Filia, o Parasita sabia muito bem quem era a dona da voz.


Há muito anos, quando Samson se apossou da cabeça de Filia, ele havia a encontrado em uma estado nem um pouco plausível para qualquer um que fosse hospedeiro dele. Era uma cena de horror em uma casa de pessoas com dinheiro, mas em uma região bem tranquila, muito similar a casa que viviam, onde pessoas de status viviam sem estar na região que muitos achariam que era melhor eles estarem. Naquela residência vivia os Medici, na verdade, apenas três, um pai, uma mãe e sua única filha, Filia.


O que Samson encontrou após se soltar de seu ultimo host que ele utilizou para vaguear por Nova Meridian até se cansar dele e abandonar a figura de vez foi uma cena digna de programa policial focado em assassinatos, como esses da Investigation Discovery. Apesar de haver três corpos, um deles ainda respirava. Samson estava atrás de algo para sustentar ele enquanto o mesmo procurava por um hospedeiro mais digno de suas habilidades, ele drenou o sangue espalhado pelo chão para sustentá-lo, absorveu o que tinha no homem e depois no corpo da mulher.


O Parasita sempre foi guloso, então decidiu pegar o da menor, apenas para descobrir que ela ainda respirava, mesmo que estivesse toda danada, mas ele nada fez. Havia alguma coisa naquele olhar dela, nos olhos negros de Filia que estavam ocultos por fios louros manchados de sangue que o fez mudar de ideia. Ele viu que ela não queria morrer, assim como sentiu um forte desejo de vingança acrescente na mesma, o rosto choroso misturado a uma raiva pulsante provinda de uma traição profunda mantinha ela ali.


Samson fechou com força seus olhos e em uma voz firme ele disse:


— Eu te direi quando eu souber, quando tiver certeza de quem é.


— Obrigada Samson, mesmo.


— Agora vai dormir, amanhã será um dia cheio.


— Vai?


– Sim, eu e você vamos dar uma volta, eu quero ver quem são esses dois caras aí.


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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Dom maio 12, 2019 12:47 pm



Eu já sabia o que ia acontecer. Filia podia ser bobinha as vezes, mas quando se tratava de namorar... ela virava outra pessoa! É como se a antiga Filia Medici voltasse e me tomasse em seus braços. Embora tenha sido eu a pessoa que tomou iniciativa no começo do nosso namoro, foi Filia quem passou a maior parte do tempo me dominando. Foi incrível como em tão pouco tempo, ela descobriu todas as minhas fraquezas e soube me dar prazeres incríveis e indescritíveis. Eu me esforcei o máximo para poder retribuir, é claro. É bastante comum nos dias que estamos a sós, ser uma disputa para ver quem vai dominar quem. É uma briga, mas uma briga gostosa e saudável.

Ali na cozinha não foi diferente e ela já começou jogando sujo, usando os cabelos dela para me prender e puxar em sua direção. Ainda não estou acostumada a sentir ela me segurando dessa forma. No começo, na primeira vez, Samson ficou bem ligado no que estava acontecendo e fazendo perguntas idiotas e comentários mais idiotas ainda, mas nós duas simplesmente o ignoramos e aproveitamos. E a coisa ficou ainda melhor depois que Filia pediu para o intrometido ali se ‘desligar’ e nos deixar mais à vontade.

Eu não entrarei em muitos detalhes, até porque não me sinto muito a vontade de falar sobre o ocorrido. Mas eu posso dizer que sou bastante coceguenta e ter Filia me prendendo a ela dessa forma, não só usando suas mãos para me fraquejar como também os cabelos, eu me perdia todinha. Também não é do meu feitio correr riscos de fazer certas coisas fora do meu quarto, mas ali, eu tive bastante tesão. Meu corpo não era tão atraente assim, cheio de marcas dos experimentos que passei, sem contar na minha magreza e nas veias roxas e brilhantes que estão visíveis por todo o meu corpo. Mas ela não se incomodava com isso... ela até elogiava a minha barriguinha, que tinha alguns gominhos por causa dos muitos abdominais que eu faço durante a semana.

Phew. Passado este momento de lazer, eu e Filia arrumamos a bagunça extra. Ela pediu para usar o banheiro e tomar banho. Rose emprestou uma camisola para ela poder usar. Eu fiquei aguardando-a no quarto.

O resto da noite foi igual a todas as outras quando estamos juntas. Dormimos abraçadas, rindo e olhando para a tv, com o Netflix ligado em alguma série de romance que ela gostava de assistir. Houve alguns momentos picantes, eu mesma quem não quis perder a oportunidade de ter mais daquela gostosa comigo.


Só que dessa vez, o Samson acordou e disse mais das suas idiotices. Nós duas ignoramos.

Na manhã seguinte, despertei as oito horas e eu não havia notado que estava sozinha na cama. Às vezes, eu demoro para começar a funcionar quando acordo. Leva um tempinho até eu me tocar das coisas que aconteceram no dia anterior para o dia seguinte. E se não fosse apenas por isso, a curiosidade de saber onde estava Filia, eu não teria nem levantado. A preguiça não deixaria, mas eu tive que lutar contra ela.

Eu não disse nada. Me levantei e fui direto para o banheiro, onde tomei um banho gelado para acordar e depois escovei os dentes. Vesti roupas bem casuais para aquele dia e desci, pensando que veria Filia sentada na mesa, com o café da manhã em mãos, além de conversar com meus pais ou irmãos. Mas eu não vi ninguém. Bem, tinha a mamãe que estava terminando de por a mesa do café.

Dean: Bom dia, Baby-Girl.

Carol: Bom dia, mamãe. A senhora viu a Filia?

Eu perguntei, tranquilamente. Eu pensava que ela poderia ter ido dar uma volta no meu jardim, como ela fez outra vez que ficou sozinha pelos cômodos daqui de casa. Mas a resposta da minha mãe mudou completamente as coisas.

Dean: Ela não estava com você esse tempo todo?

Mamãe percebeu minha mudança de expressão. E eu sai sem dar uma resposta a ela. Primeira coisa que eu fiz foi subir. Meus instintos diziam para levar o Buer Driver comigo. Entrei no quarto e troquei as roupas. Coloquei uma blusinha abotoada de cor bege, uma saia azulada, meias até um pouco acima do calcanhar e meus sapatos. Depois eu peguei em cima do meu armário a case de violoncelo que tenho. Abri ele e tirei o instrumento musical dali, colocando-o cuidadosamente sobre a minha cama. Depois, abri o grande baú que eu tinha ali no quarto. Lá estava ele.

Buer Driver, a minha arma principal de combate. As grandiosas lâminas de estrela ninja que Valentine e Brain Drain instalaram na minha coluna vertebral. Ele era um parasita sintético, diferente do Theon de Filia. Ele possuía uma forma humanoide que servia para me auxiliar em outras tarefas, mas sua principal função era atacar e me dar a possibilidade de voo. Eu o tirei, ainda em sua forma de lâminas e cabos e o coloquei dentro da case de violoncelo. Ele cabia perfeitamente ali dentro. Fechei ela e a carreguei comigo.

Dean: Antes de sair, leve algo para comer!

Mamãe gritou assim que eu passei por ela.

Carol: Sim!

Passei rapidamente na cozinha, peguei três maçãs e duas bananas e uma garrafa de água. Infelizmente, vai ter de ser só isso mesmo. Comi as bananas primeiro e joguei as cascas no lixo. As maçãs eu fui comendo enquanto saia de casa. Os restos dela, eu deixaria em alguma lixeira que estivesse espalhada pelas ruas da cidade.

Carol: Ok, Filia Medici. Onde é que você se meteu?

Eu deveria ter previsto isso. Que a informação que eu dei ontem, mais os sonhos que ela teve, ela não ia ficar parada. Filia era teimosa. Ela tinha essa mania de sair procurando respostas por si mesma e sem planejar nada. Mas eu tenho certeza que alguém acabou insistindo para que ela fizesse as coisas desse jeito. Será que o Samson não percebeu que ele pode acabar colocando Filia em grande risco obrigando-a a fazer as coisas desse jeito?

Carol: Se eu fosse um Theon teimoso e rabugento, por onde eu começaria?

Eu tentei pensar como um Samson. Se ela foi procurar por aqueles caras, então, o correto seria eu ir nos lugares onde os vi, certo? E foi esse o primeiro trajeto que fiz. Indo ao mercadinho que há próximo daqui.

Para averiguar, eu fiz questão de pegar o meu celular e digitar uma mensagem de texto para Filia. Eu queria apenas tirar a prova. Vai que ela não voltou pro apartamento dela para buscar o aparelho?

“Oi, onde você está?” – Foi o que eu mandei.

Carol: Hm... sem visualização. Desde ontem...

É. Ela não voltou pra casa. Era um lugar a menos para eu procurar.

Eu fui andado e sempre olhando nos meus arredores. Esses tipos costumam sempre a ficarem na surdina e qualquer pessoa suspeita que passasse por mim ali, eu já teria uma prova de onde seguir. Mas... nada. Eu cheguei ao mercadinho e até conversei com a atendente de lá. Ela pensou que eu fosse mesmo comprar alguma coisa, até porque eu entrei na loja para verificar melhor. E nada.

Carol: Não, me desculpa.

Eu sai sem dar muitas explicações do que porque tinha ido ali. Nem todos precisavam saber dos nossos problemas. Isso é uma coisa que eu respeito muito.

De volta as ruas, eu vou passando em frente a escola que estudo. Ela estava fechada e seria impossível a Filia querer inventar de procurar algo aqui. Era perda de tempo continuar olhando para ela.

Carol: Onde é que você se meteu, Filia?

Eu fiquei pensando em algo, até que ouvi o som de Buer vindo de dentro da Case. Ele consegue emitir um ruído que é incompreensível para as outras pessoas, mas para mim, é fácil de entender. É como se fosse uma linguagem robótica, ou binária, de vários zeros e uns. Não sei explicar muito bem como funciona e menos ainda como consigo entender. Talvez seja uma forte ligação que eu tenho com ele, depois dos meses que servi de cobaia no laboratório Zero. Alguma coisa que eles modificaram no meu corpo para poder entender ele.

Enfim.

O que ele me disse era para tentar rastrear a fonte de Theonita do Samson. Ele, por ser um Theon, é comum que ele emanasse essa energia da mesma forma que nós, seres humanos, fazemos ao sentir a presença dos outros através do Chi. Eu poderia muito bem investigar os maiores picos de Theonita e localizar o Samson por meio disso. E se eu acho o Samson, eu acho a Filia. Só que... havia um problema...

Carol: Ok... tem algo bem estranho aqui... Duas fontes?

Eu podia sentir duas fontes de Theonite em Second. A mais forte estava no outro lado da cidade. Eu diria que estava na direção de 5th Ave & 2nd Street.

Carol: É impossível que Filia tenha ido TÃO longe assim. O que será isso?

Eu não sou acostumada a seguir rastros de Theonita. Mas algo me indicava que tinha alguém que emanava as mesmas fontes de energia que um Theon ali. Como eu sei disso? Não é algo natural.

Quando eu fui solta para rastrear a Skullgirl, o meu sangue serviu como um radar para localizar a outra. Então, eu descobri que a Skullgirl em si também emanava essa energia, a Theonita. Isso nos faz entrar naquela velha discussão sobre o Skull Heart, o principal artefato que transforma uma mulher em um monstro, ser na realidade, um Theon. Um parasita como os demais que existem. Mas, isso não é hora para isso. Não mesmo.

Carol: É mais sensato que a energia mais fraca seja de Filia... só que algo não está me cheirando bem...

Eu estava indecisa. Ia na possível direção de Filia ou ia na maior fonte, verificar o que era?

Bem... eu precisava me garantir.

Carol: Talvez isso seja um erro... Táxi!

Eu corri na direção do primeiro que estava passando ali na rua. E entrei nele.

Carol: 5th Ave & 2nd Street!

Eu disse ao motorista, enquanto colocava o cinto de segurança e deixava o meu Violoncelo no meu colo.

Motorista: Não quer colocar o instrumento no porta-malas, senhorita?

Carol: Não, obrigada. Eu preciso dele aqui comigo.

Eu não contei o porquê, obviamente. Mas ele compreendeu.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para a família. Eu disse para eles que Filia deveria estar procurando as duas figuras ali por perto de Philantrophy Belfry. Eu pedi para que algum deles fosse em direção a ela e a trouxesse de volta pra casa. E também avisei que estava indo investigar uma fonte de poder muito misteriosa que estava na cidade, apontando a 5th Ave & 2nd Street como meu local de ida.

Mamãe respondeu imediatamente:

Dean: Carol, que fonte de poder é essa que sentiu? ~ Ela, por texo.

Carol: Acho que tem... alguém de Nova Meridian por aqui. Eu preciso verificar isso, mamãe! Não é normal. Ninguém lá deveria saber onde eu e Filia estamos! ~ Respondi a mensagem de texto.

Dean: Entendo. Estarei atenta. Tome cuidado. ~ Quando a mamãe diz que está atenta, é porque ela vai mesmo ficar atenta.

Eu bloqueei o aparelho e me concentrei na busca. Com certeza o papai iria atrás da Filia. Se não fosse ele, seria alguns dos meus irmãos. Aproveitei e abri o grupo das irmãs Yagami.

Carol: Hey Girls! Vocês sentiram alguma presença estranha na cidade hoje? ~ Enviei.

Apareceu a mensagem: “Candy está digitando”.

Candy: Outro Orochi da vida? Nah, senti nada não, Happy-Girl.

Apareceu a mensagem: “Amy está digitando”.

Amy: Os pássaros agem de forma estranha essa manhã. Não me parece um sinal bom.

Novamente: “Candy está digitando”.

Candy: What? O que pássaros tem a ver com isso?

Amy não respondeu.

“Alice está digitando” foi o que apareceu na minha tela.

Alice: Cuidado, Carol. Precisando de ajuda, manda um HELP!

Eu respondi:

Carol: Obrigado, meninas. Estou indo para 5th Ave & 2nd Street.

Eu preferi deixar avisado nos dois grupos. Assim, caso algo acontecesse, já saberiam por onde me procurar.

Quando cheguei ao meu destino, paguei a corrida e desci, agradecendo pela viagem. Nisso, eu olhei para os lados. A rua estava movimentada como sempre, pessoas indo de um lado para o outro mesmo em um domingo. Eu fui andando pelas calçadas e atravessando as ruas pelas faixas de pedestres. Eu acabei me guiando até a lanchonete que eu costumava ir com a Filia de vez em quando. Quando entrei ali... eu não vi nada de incomum. A garçonete até mesmo me reconheceu, pois ela ficava intrigada com a minhas cicatrizes de rosto.

Carol: Bom dia... eu...

Eu estava pensando em pedir um milk shake. Eu já estava achando que poderia ser em outro lugar a origem dessa existência misteriosa, mas não iria apressar a buscar. O pedido seria para tomar mais alguma coisa, pra encher mais a barriga. Como já cansei de explicar, eu preciso comer bastante para manter o outro parasita que estava dentro de mim, o Gae Bolga. Mas antes que eu fizesse o pedido....

Desconhecida: Olá Carol. Será que podemos nos sentar para conversar?

Eu sentia uma ponta gelada e afiada nas minhas costas. Era uma faca. Também senti uma mão tocando o meu ombro, na maior calmaria. O parasita que vive dentro de mim pensou em reagir, mas eu o suprimi.

Eu não olhei para trás. Confesso que tomei um susto, mas me controlei o máximo possível. A voz dela não era de alguém que eu conhecia.

Carol: Então... era uma armadilha...

Desconhecida: Eu não diria isso. Na verdade, tudo vai depender de como você irá conduzir as coisas, minha querida.

Eu fui andando até o lugar que ela me guiou, por trás. Era uma mesa mais afastada. Eu podia ver dois homens grandes sentados na mesa ao lado. Um deles usava um chapéu, macacão com suspensórios e uma camisa social branca. Ele era mal-encarado. Outro era um homem de terno bem elegante e na cor de vinho. Ele ajeitava a gravata dele enquanto me olhava com um sorriso maldoso. Se eu fosse uma menina normal, eu diria que sentiria um medo ao ver aquele sorriso. Mas, como as coisas são diferentes... nem tanto.

Eu me sentei e então, a pessoa que me abordou por trás... sentou-se na minha frente.

Desconhecida: Você deve estar se perguntando... quem sou eu? E como o uso da Theonita acabou te obrigando a vir diretamente a mim?

Carol: É. Você praticamente leu os meus pensamentos.

A mulher desconhecida estava usando um véu em seu rosto. Suas roupas eram escuras e elegantes. Eu não conseguia ver o rosto dela, como se houvesse uma intensa escuridão impedindo-me de saber como ela realmente era. Então, ela botou o seu braço mecânico em cima da mesa, que era na realidade, uma baioneta.

Carol: Espera... isso é...

Desconhecida: Oh, então você percebeu?

Carol: Você é uma Anti-Skullgirl!

Desconhecida: Isso mesmo. Não uma. E sim, a PRIMEIRA de todas!

Eu fiquei preocupada. De verdade agora.

Demorou um pouco para cair a ficha, mas vendo-a ali, tudo começou a fazer sentido. O homem de terno ali, ele estava usando o mesmo terno que os homens das minhas últimas lembranças de Carol, em Nova Meridian. Era a marca registrada de todos os capangas dos Medici. Aquele de chapéu eu não conhecia, mas se ele estava junto, ele só podia ser da mesma laia. E a mulher na minha frente... ela era aquela que todos da cidade deveriam temer. E era por isso que eu senti a theonita ser tão forte aqui... toda Anti-Skullgirl usa a energia como Z-Ray. Uma forma de poder rastrear outras Anti-Skullgirls e Skullgirls, mecanismo de busca criado especialmente pelo laboratório 8. Laboratório que essa mulher pertenceu.

Carol: Quem é você?

Desconhecida: Eu sou a lendária assassina dos Medici. Black Dhalia. E você, meu bem... se meteu em uma bela encrenca.

Agora sim, eu senti medo. E engoli a seco.


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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Sex maio 17, 2019 9:13 pm




Voltar para o quarto demorou um pouquinho mais, a Medici esperou a sua tontura passar para poder finalmente se vestir com as roupas que lhe foram emprestadas, assim que voltou a noite seguiu para o programado. Assistiram a série de romance sobrenatural que Filia gostava de ver, Os Inocentes, e depois, quando se viram, já estavam dando amassos e trocando muitas carícias entre elas, despertando o Theon de seu sono e fazendo ele tagarelar suas sandices para incomodar as meninas.


Mas o sono apesar de ter vindo com ternura para Carol, decidiu deixar de lado a Medici que continuava a ficar de olhos abertos em plena escuridão. Filia ficou imaginando o que aconteceu no banheiro e depois na frente da casa. O que a menina mais queria saber era o que estava acontecendo consigo, por que tudo isso ocorria agora? Será que era os seus exercícios conjuntos com Samson que estavam permitindo a garota de cabelos negros a vivenciar essas coisas?


Filia sempre pensou que por ter um Parasita consigo, as suas memórias talvez tivessem sido devoradas por Samson, e que ele as armazenava em algum lugar, um canto que ela não tinha acesso e que agora, talvez, a sua pequena teoria fictícia tivesse alguma verdade, mas também... Poderia não ser nada.


— Humph... — Resmungou baixo e então ergueu o rosto, encarando o teto.


O sono chegou a tardar, e quando veio, ficou pouco tempo e foi-se embora antes das cinco da manhã, hora está que Filia se levantou, usou o banheiro de sua namorada, lavou o rosto com água gelada, pôs suas roupas da noite anterior e decidiu ir embora.


De pé em pé ela se movimentou para fora com Samson observando as suas costas. Filia sentia-se mal por fazer isso, mas se seu Theon queria averiguar algo, a Medici não iria dizer não para ele. Foi essa intuição da criatura Parasita que garantiu a ela viver até o momento. Já perdeu a conta de quantos problemas e situações indesejadas a criatura marrenta não a fez escapar.


— Acha que é uma boa ideia Samson...?


— Melhor irmos cedo, vamos dar uma volta por aí. Gente assim começa cedo.


— Está bem... Se você diz...


A Medici abriu a porta principal da casa e fechou com cuidado, indo direto para o portão. Iori jamais deixaria a entrada da casa sem trancar ela, ele nem mesmo esquecia das correntes com cadeado, mas isso não seria um problema para a dupla, Samson providenciaria uma saída sem barulho e tranquila.


O Theon moveu os seus tendrills, fincou dois deles no chão e foi estendendo-os, forçando o seu corpo para cima, levando Filia consigo por cima do muro, e então puxou os tendrills para si, repetindo o processo para descer a garota para fora da casa, pousando-a no chão e se recolhendo.


Normalmente eles olhariam para os lados, mas já estavam acostumados com a vizinhança onde morava a sua namorada, as pessoas que acordavam com o galo cantando em sua orelhas, se estavam indo trabalhar, com certeza estariam no ponto por perto ou saindo com os seus carros, tinha uns que Filia havia visto andando de bicicleta, mas isso não vinha a sua mente agora, ela pelo menos poderia garantir que se alguém a visse, este provavelmente não sairia comentando mundo a fora, bem, quem ligaria? Já havia aparecido em um torneio e com Samson á mostra.


— E agora Samson?


— Vamos começar por lugares simples, primeiro nos pontos mais próximos, aqui deve ter um lugar onde a garotada se junta para pegar aqueles veículos escolares. Eles devem estar por lá, homem safado anda onde tem menininha ou mulher de peito e bunda grande que não sabe como dar na cara.


— Eita, Samson — Disse Filia surpresa com ele. —, vamos ver então se achamos esses dois por aí! — A Medici bateu na própria roupa umas duas vezes e saiu em passos um pouco apressados a sua esquerda.


E começou a busca matinal da Medici pelos tais tarados.


A voz interior da Medici clamava pelo encontro com essas tais pessoas. Filia achou estranho o comportamento de Carol, pode sentir que algo estava sendo escondido de si. Por mais boba e tola que aparentava ser, a Chubby ainda sabia muito bem quando algo estava ficando na obscuridade, sua namorada não a enganava, Carol ficou preocupada demais para o seu próprio gosto.


Ao chegarem ao ponto onde o pessoal costumava a esperar o veículo escolar, Filia se enfiou debaixo de uma árvore, que era de umas das casas dali perto. Samson abriu os olhos em meio a rua mesmo, não se escondendo e nem ligando para possíveis olhares em cima de si. A Medici ficou quietinha, colocando as mãos sobre o tronco sujo e olhando de forma cerrada para o ambiente.


— Será que vai demorar?


— Sei lá, tem algo importante para fazer?


— Eu não quero que Carol pense que eu fugi...


— Meio tarde para isso, não?


— Hmmm....


— Vamos ver se conseguimos voltar antes da magrela acordar.


— Tá bom!


E esperaram...


Meia hora passou e Filia se quer notou, ela batia os dedinhos sobre a madeira e seus olhos vermelhos percorreram por todo o lugar, já Samson estava começando a ficar entediado, olhando uma vez ou outra para a janela da casa atrás deles, onde uma mulher ficava o vendo de momento a outro os dois ali, em frente a sua casa. O Theon já havia notado um homem também, provavelmente o mesmo estava desconfiado deles serem mais um querendo aprontar. O Theon já viu cada coisa dessa juventude, que ele não duvidava de mais nada.


— Acho que estamos perdendo tempo aqui Samson...


— Tô partilhando do mesmo sentimento Kid. Vamos andar mais um pouco por aí.


E zanzaram... Por quase uma hora e quarenta minutos até conseguirem algo!


E isso aconteceu da forma mais estúpida possível. Um encontrão!


Filia estava desistindo de ficar andando por aí, além do mais seus pés começariam a incomodar logo se não parasse quieta por um minuto. A Medici apesar de ir bem vestida para a casa da namorada, não esperava nem um pouco que alguma coisa fosse acontecer, então não estava trajando a sua vestimenta habitual. Para conseguir um momento de paz, Filia se sentou em um banco qualquer numa pracinha um tanto distante da casa de Carol e passou a mover os pés de um lado ao outro, batendo as pontas do calçado uma na outra, quando sentiu que já havia desperdiçado muito de sua manhã, Filia que estava de cabeça baixa se levantou de supetão e virou sobre os calcanhares a sua direita, esbarrando em um homem!


— Ouch... Desculpa... — Ela sussurrou e ergueu o rosto.


Em frente a ela estava um homem gorducho. Ele vestia uma camiseta de cor vinho, calça marrom com suspensórios, e calçava sapatos escuros. O rosto redondo dele, tinha um cavanhaque todo ajeitado, cabelo escuro jogado para trás, e olhos pequenos e cerrados, como se estivesse com muita dificuldade em se decidir sobre algo.


— Não tem problema. — Falou o homem de forma tranquila com a menina. — Você parecia bem pensativa menina, não viu alguém grande como eu passando!


E ele era grande mesmo. Parecia ser uma pessoa alta e gorducha, até os braços dele eram largos, assemelhando-se muito há um animal albino, pois era branco e estranhamente, sua presença incomodava Filia, fazendo Samson que ficou todo esse tempo quieto, abrir os olhos de novo.


— Desculpa mesmo, moço, eu sinto muito. — Filia se desculpou mais uma vez. — Com licença. — Dizendo isso, ela se pôs a dar á volta por ele, mas o homem segurou-a pelo pulso, apertando um pouquinho.

— Fica aqui um pouco, vamos conversar.


— Você tá me machucando...


A voz do homem fez as fibras do Theon se esquentarem, pois bastou duas palavras para o Parasita reconhecer de quem era aquela voz.


— Lawerence... — Ele resmungou entre dentes e baixo.


Esse homem, essa coisa como Samson o decretava, era nada mais que um capanga dos Medici. Na visão do Theon ele era um atraso para a humanidade, um desperdício de recursos naturais que nem deveria ter sido concebido. O Parasita odiava esse homem a frente de Filia com todas as suas forças.


Quando os dois desviaram do rumo em direção a Skullgirl e que o encontro que tiveram com uma certa alguém que assombrava os dois havia acabado, Samson teve o desprazer de se encontrar com um dos capachos dos Medici, e esse ser era Lawerence.


Não havia uma pessoa em Nova Meridian que não soubesse quem era os Medici, e os que trabalhavam para eles, simplesmente saiam por aí se vangloriando, dizendo para cima e para baixo que estavam nas asas de Vitale e sua corja. Esse homem em particular, era o nojo da vida de Samson. Já perdeu conta de como os seus contatos falavam desse infeliz e seu outro acompanhante, o Riccardo, um homenzinho de bigode à la Dick Vigarista, e cabelo de Calopsita, este último em particular já tentou assediar a Filia anos atrás e quase rendeu dele ser todo esburacado pelo Samson, mas Lawerence... Esse foi outra história.


No fim da jornada deles, o Theon carregando Filia consigo, viu esse infeliz caminhando pelas bandas atrás de Neferu, ou melhor dizendo, Eliza, o fantasma de Samson e Filia. O que esse homenzinho queria com a inimiga mortal de Samson ele não sabia, mas que ele foi abusado o suficiente para tentar mexer com Filia desacordada e expressando o seu desejo de torna-la uma escrava, fez o Theon sair de seu modo camuflado e decidir bater no mesmo.


Os Medici tinham vários negócios, mas nenhum era tão porco quanto o mercado de escravos. Eles roubaram crianças, pessoas, os privavam de sua vida e os vendiam, especialmente garotas novas que valiam muito nas negociações.


Ao lembrar-se disso... E tudo o mais que veio a sua cabeça, o Theon comprimiu os seus tendrills às costas de Filia, ele franziu o cenho e seus dentes pareceram se alongar ainda mais enquanto enfurecido, mas agora não era o momento. Ele se camuflou novamente, parecendo ser apenas uma tiara ou apetrecho capilar da Medici. Esperaria para ver, o que é que estava acontecendo.



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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Dom maio 26, 2019 1:25 pm



A situação estava complicada pro meu lado. Desde o começo, eu estava com um pressentimento de que algo estava errado, mas não tão errado assim. O que os capangas dos Medici estão fazendo em 2nd? Até aquele momento, eu não tinha ideia nenhuma de que foi por causa do torneio feminino que eles acabaram descobrindo o paradeiro de uma importante integrante da máfia. Eu estava nervosa. Mas tentava manter o meu controle e não entrar em desespero, tentando meu máximo para deixar os pensamentos mais horripilantes longe da minha cabeça.

Quando olho para o braço mecânico daquela mulher que se intitulou como a Black Dhalia, eu tinha a certeza de que ela não estava mentindo. Na história de Nova Meridian, essa Black Dhalia foi a responsável pelo assassinato de toda a família de cantores de Opera dos Contiello, inclusive, a pequena Sienna que nas suas obras era conhecida pelo nome de Squigly. Ela não poupou ninguém naquele massacre, mesmo que as autoridades tivessem conseguido alcançar uma de suas aprendizes. O desfecho desse evento foi o nascimento de outra Skullgirl, que atormentou, eu acredito, a época de recém-casados dos meus pais biológicos.

Black Dhalia: O que foi, queridinha? O gato comeu a sua língua?

Carol: Eu só estou...

Eu evitei responder.

Black Dhalia: Eu posso entender. Você está buscando respostas para um monte de dúvidas.

Carol: Presumo que vieram por causa da Filia. Não vejo mais motivos para estarem aqui.

Black Dhalia: Bravo! Vejo que os experimentos de Brain Drain não moeram totalmente o seu cérebro. No entanto, você parece ter se tornado uma espécie de masoquista.

Carol: O que quer dizer com isso?

Eu podia jurar que ela sorriu embaixo daquele véu. Mas era impossível decifrar suas emoções.

Black Dhalia: Ora, o que mais poderia ser? Você sabe que foi raptada pelos Medici antes de se tornar uma ASG e mesmo compartilhando um certo desprezo por nós... ainda se relaciona amorosamente com uma de nós. Mesmo sabendo que parte da culpa é dela...

E nós entramos nesse jogo, novamente.

Eu já sabia que parte dos acontecimentos da minha vida de ASG foram ocasionados pelos Medici e depois, para encobrir tudo, o Lab Zero. Os dois são as potenciais desgraças para o fim da minha vida comum e o nascimento da minha vida de lutadora / unidade de combate descontrolada e cheia de raiva. Mas o que ela não sabe é que estou bem aprofundada nas provas, em tudo o que me aconteceu naquele fatídico dia. Eu sei que Filia não era a culpada. Que ela foi enganada esse tempo todo e que eu e ela estávamos no lugar errado e na hora errada. Foi isso o que aconteceu. Ela até mesmo tentou me ajudar a escapar, o que acabou não dando muito certo.

Essa era a minha oportunidade de jogar com ela. E ao mesmo tempo, tentar encontrar uma saída daqui de dentro. As pessoas ao redor não sabiam do perigo que corriam. E eu preferia que elas ficassem assim, despreocupadas. Mas... eu não tenho certeza se todas sairão bem daqui de dentro. O case de violão estava do meu lado no assento, e cuidadosamente, o trinco dele foi se abrindo e lentamente, o cabo de Buer Driver foi se arrastando para fora, como se tentasse encontrar a conexão para ele na minha coluna vertebral. Notando isso, eu precisava ganhar tempo.

Outra estratégia que eu tinha era o Gae Bolga. O meu parasita sintético que, nesse momento, estava entrando em contato comigo para atacar por baixo da mesa. Os dois capangas ali não estavam tão atentos para os demais detalhes. Eles pareciam mais preocupados em cuidar dos arredores para nenhum intrometido chegar perto e ouvir nossa conversa. Eu tinha duas perfeitas situações aqui.

Carol: Você está enganada! Filia nunca faria isso comigo!

Eu joguei as cartas na mesa.

Black Dhalia: Uma garota do Vale de Maplecrest, da classe mais baixa, sendo amiga da neta do mais temido mafioso da cidade. Como eu disse, você gostava de ser capacho da Medici. Você gosta de sofrer humilhações, gosta de ser usada como o lixo que é. Ao meu ver, você era nada mais e nada menos que uma petzinha, um brinquedo para a Filia verdadeira.

Carol: Nada disso é verdade. Você não sabe de nada.

Black Dhalia: Eu sei sobre muitas coisas, na verdade. Sei de cada tomada de decisão dela e do parasita que ela carrega. Sei também das suas coisas, da sua nova família, eu diria que tenho todos vocês na palma da minha mão.

Ela parou por um instante.

Black Dhalia: E vai depender de você, se vai terminar tudo bem ou se iniciará uma catástrofe.

Então, ao lado de fora, através das vitrines da lanchonete, eu pude ver vários carros pretos parando ao lado da rua e de todos eles, várias mulheres descendo em roupas de coelhinhas com máscaras de caveira ocultando seus rostos. Algumas carregavam pistolas, outras traziam espingardas de calibre doze, metralhadoras, até mesmo tacos de baseball e facas.

A comoção do lado de fora estava atraindo olhares de todos os lados, inclusive, do lado de dentro.

Carol: O que você quer?

Eu precisava ser rápida.

Black Dhalia: Só queremos a garota de volta. E você sabe muito bem onde ela está e como pode convencê-la a vir conosco.

Carol: O que farão com ela?

Black Dhalia: Entregaremos ela para o avô. Ele sente saudades da menina.

Lorenzo? Sentir saudades? Eu acho que não. Mas será que eu deveria acreditar?

Carol: É um pouco suspeito, alguém que se desfaz dos amigos e familiares tão facilmente, estar sentindo saudades da Filia.

Eu resolvi confrontar. E nesse momento, abaixo dos meus sapatos, Gae Bolga abriu passagem por eles criando um espinho pequeno. O seu conteúdo líquido e metálico foi se esvaindo e aos poucos, criando uma poça negra abaixo de nossos pés, sem que Dhalia percebesse.

Eu mantinha o meu olhar fixo ao dela.

Black Dhalia: Como pode ter tanta certeza?

Carol: Não sei se lembra, mas eu desmantelei uma das operações de vocês na cidade, seis meses depois do meu desaparecimento.

E então, eu apontei para o homem de terno cor de vinho ali da mesa ao lado.

Carol: E esse aqui estava lá. Ele até mesmo me chamou de “monstro-helicóptero-raivoso”. Eu sei muito bem do que se tratava aquela operação. E que um de vocês, estava deliberadamente vazando informações sobre outros integrantes dos Medici para a Skullgirl.

Esse dia foi quando Brain Drain quis me testar em campo de batalha e Valentine, acabou me guiando para fazer um trabalho investigativo. Já que de alguma forma, aquela mulher estava também interessada em derrotar a Skullgirl e ela precisava ganhar informações valiosas para poder agir também. Além do massacre que eu precisei causar, as informações que eu coletei, os vários dossiês que estavam espalhados dentro daquela instalação, me trouxeram pistas sobre quem poderia ser a Skullgirl da época e também quem estavam sendo os alvos.

E isso me faz trazer à tona mais uma lembrança.

Depois que eu avistei pela primeira vez a Skullgirl, eu estava fazendo um assalto sobre os telhados dos prédios de Nova Meridian. Ainda sob o controle de Brain Drain, eu me lembro de ter visto a Skullgirl sobrevoando os céus da cidade e trazendo de volta a vida o seu exército de mortos vivos, usando dos mortos do cemitério da cidade para aumentar os seus números. Um verdadeiro Zombie Walk. Além disso, ela arrancou um pedaço da torre dos Medici e arremessou contra um dos Zepelins da Mafia, derrubando-o longe da cidade.

As ordens de Brain Drain era que eu atacasse em conjunto com outro Anti-Skullgirl que estava presente no local, Big Band. Mas ele não quis cooperar e acabou que nós nos enfrentamos. Eu fui derrotada, mas não deixei que a conversa dele e dos demais membros do Laboratório Oito fizessem a minha cabeça. Eu corri dali. E tendo um pouco de ‘liberdade’ mental para isso, eu resolvi verificar uma coisa: A casa de Filia.

Eu lembro de ter chego lá e encontrado várias faixas amarelas daquelas que a polícia usa para impedir a passagem e selar a cena do crime para mais investigações. Eu passei por elas e entrei na casa, encontrando nada mais que sangue, muita destruição e vários desenhos feito a giz no chão, com plaquinhas brancas com números que pudessem fazer uma recriação da cena de assassinato que rolou ali dentro. A minha conclusão foi que... Filia estava viva.

Minutos mais tarde, saindo dali, já estava amanhecendo quando tropecei em Valentine. E ela já havia dito que ainda restava mais 19 famílias associadas aos Medici ainda em Maplecrest...

Carol: Eu sei muito bem que vocês não estão aqui para fazer um reencontro familiar entre Filia e Lorenzo. Vocês só estão aqui, porque de algum modo, isso deve incomodá-los.

Pra mim estava ficando óbvio que ela iria assassinar a Filia. Ninguém mandaria o melhor assassino deles para uma simples missão de “resgate”. Isso não entrava na minha cabeça de jeito nenhum.

E então, ouvi um estalo de dedos vindo de Dhalia.

Black Dhalia: Já estou de saco cheio de você, mocinha.

E as portas da lanchonete foi aberta ao chute por uma mulher mascarada e loira, que disparou irresponsavelmente para cima, causando o terror na vida das pessoas que trabalham ali e as que estavam ali.

Coelhinha 1: BOM DIA A TODOS! A PARTIR DE AGORA, NÓS IREMOS COMANDAR ISSO AQUI SOB AS ORDENS DE NOSSA MESTRA.

Black Dhalia: Então, Carol Yagami... qual vai ser a sua escolha? Quer que isso acabe bem ou vai iniciar uma catástrofe?

E agora? O que eu deveria fazer? Devo negociar? Devo atacar?

Isso não era nada bom.


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A Invasão dos Medici. Empty Re: A Invasão dos Medici.

Mensagem  Convidado Dom Jun 09, 2019 10:45 pm




— Eu não quero conversar... — A menina continuou a falar, enquanto mexia o braço que ele segurava o pulso.


Filia estava começando a se incomodar, como podia aquele homem ser assim tão abusado?! Quem disse a ele que podia chegar assim numa garota e tentar força-la a algo? Havia pessoas que não se tocavam. Gente que não se enxergava, que pareciam não saber que um não, era simplesmente não.


— Eu insisto que você fique aqui.


— Eu já disse que não quero conversar! — E a Medici mexeu seu braço com força, fazendo-o a soltar.


— Menina forte!


— Você é sem noção? Não sabe o que não quer dizer?


— Calma aí menina, só queria saber se você conhece uma garota.


— Que garota?


— Uma garota chamada Filia.


— Filia...? Mas e... — Um “shh” ecoou por sua mente e a menina rapidamente mudou a sua resposta. — Eu não conheço nenhuma Filia.


— Certeza?


— Tenho sim, eu sou nova na cidade, nem sei o quem mora direito por aqui.


— Bom, eu deveria saber dessa possibilidade.


— Você poderia me soltar agora?


— Ah claro, mas espero te ver logo por aqui criança.


— Quem sabe? — Filia sorriu desconcertada e assim que ele perdeu o ar desconfiado que havia ganho em sua feição durante a interrupção de fala da menina, ela deu dois passos para trás, girou sobre os próprios calcanhares e começou a andar rapidamente pelo lugar que veio.


— Minha nossa... Quem era?! — Perguntou a si mesma, exasperada. Uma sensação ruim tomou conta de Filia, e assim que não tivesse gente por perto, Samson saiu de sua camuflagem, já soltando o verbo para o lado dela.


— Aquele filho de uma puta tocou em você?


— Ele me perguntou sobre mim!


— É claro que ele iria, aquele cara é capanga dos Medici.


— Capanga?


— É um energúmeno que trabalha para eles, com certeza o magrelo imbecil também tá no meio da história.


— Que magrelo Samson?!


— Existe dois palhaços a mando dos Medici, Riccardo e Lawerence, eles são o Gordo e o Magro da máfia de Nova Meridian, dois incompetentes, você deve lembrar do Riccardo como aquele mané que tentou passar a mão na sua bunda e te beijar a força lá na lanchonete dos peixes.


— Oh! Eu me lembro!


— Isso aí, esse é o retardado. Quando eu ouvi sobre dois homens eu pensei que era apenas dois vagabundos e apesar de eu não ter errado, esses putos sem vergonha não dão ponto sem nó.


— Acha que isso tem a ver com a minha família?


— Participar daquele torneio foi um erro! Alguém dos Medici deve ter te visto.


— Mas por quê eles iriam querer algo comigo Samson?


— Talvez alguém esteja atrás de você Kid, e isso não é boa coisa.


Enquanto Filia esperava para atravessar a rua e Samson se escondia de novo, várias coisas passaram por sua cabeça. Se eles eram dos Medici, então o seu sossego havia acabado, não era mesmo? A garota com o Parasita em sua cabeça não queria ter relação com uma família tão suja e imunda como essa. Filia às vezes nem acreditava que tinha relação com eles, que seu sobrenome era fruto apenas da falta do seu real, mas tudo isso foi por água abaixo quando alguém conseguia a reconhecer, seja pela voz, ou a forma de olhá-los quando estava bem irritada.


Só que esse tipo de pessoa não cruzava o caminho dela sempre, era raro alguém ter alguma lembrança sobre ela, e aqueles dois pelo visto não tiveram contato nenhum com a menina, o que era bom, se não sabiam a sua face, então não tinha como saber exatamente quem ela era.


E, no entanto, algo passou pela sua cabeça.


— Samson.... Será que eles não sabem mesmo quem sou eu?


A jovem perguntou já tendo atravessado a rua e andado de volta para a casa dos Yagami.


— Eu não acredito que saibam, mas se aqueles palhaços estão aqui... Nós temos que tomar cuidado.


— É melhor eu voltar para a casa da Carol.


— Eu concordo com você. Melhor ficarmos lá, será seguro.


Mais uma vez, Filia parou na porta dos Yagamis depois de percorrer todo o caminho novamente, dessa vez vendo a dona da casa do lado de fora, lavando a calçada. A Medici juntou as mãos a quase dois metros de Dean, pensando em como se introduzir e as possíveis perguntas que a mulher poderia lhe fazer, inspirando fundo e encorajada pelo seu Theon, Filia foi em direção a Hawkins, sorrindo sem graça e falando com o seu tom feliz, tentando esconder a preocupação que seus pensamentos lhe traziam.


— Bom dia Senhora Dean!


— .... — Coroline soltou o gatilho da mangueira, interrompendo o jato de água e olhou a menina, pendendo a sobrancelha direita. Ninguém naquela casa acordava cedo final de semana, ou quando não tinha aula. Normalmente, apenas ela e Iori ficavam acordados, sendo que de vez em quando o garoto Yue era visto perambulando na casa como uma assombração, coisa que Filia já viu mais de uma vez.


— Tá tudo bem com a senhora?


— ... Aham... Acordou cedo hoje Filia?


— Sim! Eu e o Samson queríamos tomar um ar, então saímos.


— Entendo, e como foi o seu passeio?


— Bem agradável.


— Compreendo, que bom que sua manhã começou bem.


— Então, eu vou indo ver a Carol tá?


— Carol não está em casa.


— Não?


— Nha, parece que todo mundo resolveu acordar cedo esse final de semana. — A mulher deu uma olhada rápida na garota e voltou a jogar água na calçada. — Ela deve ter ido atrás de você, não? Parecem carne e unha.


— Ah! Hahaha, é eu demorei. Você não saberia me dizer se ela tá por aqui perto?


— Eu duvido, mas olhe nos lugares mais habitados, moramos há um tempo na região, aqui tem algumas coisas por perto, não tem nenhum lugar que vocês vão?


Filia pensou, e foi Samson que lembrou do lugar, dividindo com ela a memória boa que ele tinha de um lugarzinho não tão longe da casa, que costumava a ter mesinhas e vender doces, salgadinhos e cestinhas de sorvete, ou seja, ele se lembrava da comida, porém, o Theon estremeceu todo e seus olhos se arregalaram, fazendo ele sair da camuflagem.


— ARGH!


— Tem algo de errado Samson?


— EU senti algo... Como um rastro ou coisa parecida, e está indo para bem longe daqui, é estranho, é meio familiar.


— Seria uma outra Skullgirl?!


— Tomara que não seja! Vire essa boca para lá menina! Só que essa... Também é poderosa.


— Hu... — Dean terminou finalmente de lavar a calçada, e então voltou para dentro da casa no quintal da frente, enrolando a mangueira e colocando-a em seu suporte, fechando o registro, sempre murmurando como se estivesse reclamando de algo. — Carol comentou isso no grupo da família, acha que é algo sério Samson?


— Eu não sei, mas se a magrela foi lá, é melhor nós irmos.


— Eu concordo, vocês podem ir.


— Você vai vir conosco.


— Não, mas não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem, não acho que será algo muito complicado de se resolver.


— Entendo, então eu vou indo! — Disse Filia, já colocando as pernas para funcionar.


— Me mande uma mensagem se as coisas ficarem estranhas!


— Tá bom! — Gritou a garota, já quase virando na esquina.


O Theon ficou pensativo, a mulher que sempre franzia o cenho ou torcia o nariz para coisas perigosas aos filhos ou os familiares, estava muito calma numa situação dessas, deixá-los irem em direção ao perigo sem protestar ou ficar incomodada, fez com que Samson ficasse confuso. Talvez fosse confiança, as duas meninas eram mais do que o necessário para assustar uns idiotas, mas mesmo assim, tudo pareceu estranho, mas logo o Theon deixou isso de lado e se preocupou apenas com Filia.





— E então, o que você tem pra mim? — Perguntou a mulher de madeixas onduladas, parada do lado de fora do casarão, observando a menina sumir com o seu Parasita mais uma vez camuflado.


— Não é uma coisa muito legal. — Do lado de Dean, Lilith a sua filha deixava de ficar invisível, seu corpo aparecendo levemente ao lado dela, como uma miragem em um deserto, até firmar-se visualmente.


— Uma coisa não muito legal?


— Parece que ela achou um dos bocós, são gente dos Medici. O cara estava atrás dela, mas não sabia quem ela era, Filia quase disse que era ela, mas acho que o Samson não deixou.


— Essa menina é muito besta, para o próprio bem dela, seria bom que fosse um pouquinho mais esperta.


— Eu ouvi a conversa dela com o Samson, a criatura sabe quem eles são, mas ele tá desconfiado de algo a mais.


— Eu pude notar uma tensão nos dois. — A mulher colocou as mãos na cintura.


Quando Carol lhe enviou uma mensagem para irem atrás de Filia e trazê-la para casa, Dean decidiu outra coisa. Assim que a mensagem lhe veio, ela foi para a sala maior do primeiro andar, que costumava a ser uma ala de música do antigo morador e tornou-se atualmente os quartos de Alice e Lilith. Ela entrou sorrateira no quarto das meninas e acordou a Siren, propondo lhe dar uma missão de grande importância.


Dean queria que alguém seguisse Filia, mas que não desse nas caras que estavam ali. A menina podia ser bobinha, mas o Parasita não era, a criatura observava tudo por demais. E pensando nas coisas que Lilith tinha a seu favor que ela pediu para a menina procurar a garota. mas manter-se fora das vistas dela. Não preciso explicar muito, Coroline queria descobrir o que acontecia, mas também queria saber mais da Medici.


— Me faz um favor? — Dean disse, já pensando em voltar para casa.


— Diz aí. — A Siren encarou-a com os seus olhos amarelos, os cabelos vermelhos estavam bagunçados e meio amarrotados de sua saída rápida da cama e aprontamento apressado, até as suas típicas roupas não foram vestidas, Lilith estava de calça rosa, tênis qualquer e uma regata, um verdadeiro relaxo.


— Segue ela, continue nas sombras, se precisar ajudar ajude, mas não interrompa.


— Então... Tô com a sua permissão?


— Faz o que é necessário.


— Beleza!


— Necessário, não é para sair causando confusão e nem se metendo em uma.


— Droga.





Filia e Samson desistiram da corrida assim que o Theon percebeu que demoraria demais para acontecer alguma coisa. A Medici teve que tomar um veículo e contar com Samson como um GPS, pois ela não sabia onde estavam indo, ele muito menos.


A Medici deu seus únicos troquinhos — dinheirinho racionado para gastar esse final de semana — para o motorista de táxi que ela pegou quando desistiu de continuar correndo. A garota de cabelos negros quase se jogou na frente do veículo para ele lhe dar uma carona, já que o mesmo parecia ter fingido que não a viu, quando a mesma lhe deu um sinal.


— Tá aí moço! — Disse ela, jogando a sua bolsinha com o seu único dinheiro salvo ali e foi correndo pela a avenida, sempre ouvindo o Theon lhe dizendo se tinha que ir para a direita, ou para a esquerda, seguir reto e etc.


Depois de andar bastante (isso já estava ficando repetitivo a ela), Filia se deparou com um cenário familiar, porém, este estava com elementos estranhos a frente dela.


Primeiro eram as pessoas armadas e vestidas de forma duvidosa. Segundo, ela não se lembrava de ver as pessoas com medo em suas faces. Terceiro, e não menos importante, estavam fazendo uma zona em uma das suas lanchonetes preferidas! A Medici fez um biquinho, seu estômago até roncou.


— Isso não é hora KID! Olha aquelas meninas!


— O que é que tem?


— Olha elas de novo! Não parecem familiar?!


A garota se esforçou, ela tentou lembrar-se de algo, tentou forçar até um pouco a sua visão, na esperança que isso a ajudasse em algo, mas como sempre, Filia não tinha lá aquela capacidade de memória. Samson ficou pê da vida com isso. O Theon sabia que esquecer um passado alarmante foi inevitável para a garota, mas não se lembrar de eventos após isso era demais até para ele. Bravo, Samson moveu os seus tendrills, balançou para todos os lados enquanto berrava.


— ELES SÃO CAPANGAS DOS MEDICI SUA ANTA! COMO VOCÊ NÃO SE LEMBRA DELES?! — Esbravejando, o Theon chamou a atenção das coelhinhas armadas que estavam ali fora, elas apontaram as suas armas para a dupla, e Filia acabou por engolir a seco.



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