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Dimensional Hunt.

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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty Re: Dimensional Hunt.

Mensagem  Convidado Seg Jul 29, 2019 4:11 pm





— Como é que ele está?


— Eu não vi nada de diferente acontecendo. Ele parece ter se acalmado.


— Deveria voltar a dormir, eu posso olhar ele daqui em diante.


— Não... Eu quero ficar com ele mais um pouco.


— Dean, vá.


— Mas eu não quero.


— Eu não vou falar de novo. Ou você vai por bem, ou eu te arrasto daqui a força.


— Táááááá. Está bem, eu vou, mas me chama se alguma coisa acontecer!


— Sim, eu vou. Fique tranquila que eu prometo a você que irei te avisar caso alguma coisa aconteça.


Iori Yagami concluía a sua frase, mantendo um olhar firme e sua pose inquebrável ao lado dela que já havia começado a cochilar sentada, em uma cadeira ao lado da cama de Carol, onde Yue estava repousado. O ruivo de braços cruzados ficou fitando-a pelo canto do olho visível, esperando que ela deixasse de ser teimosa e seguisse o seu desejo. Demorou um pouco, mas Coroline finalmente se levantou e para garantir que ela ia mesmo dormir, o ruivo a seguiu até o quarto do casal, vigiando-a até se encostando na porta e cruzando os braços, permanecendo em silêncio, vendo-a arrumar a coberta dos dois para finalmente dormir.


— Eu deixei as coisas dele em cima da mesa do computador dela.


— Certo.


— Eu peguei os horários e deixei por lá também.


— Hum.


— Você vai ficar com ele, certo? — Ela se enfiou devagar debaixo do edredom.


— Certo.


— Hum....


— Já terminou?


— Eu.... Deixei outra seringa pronta, está dentro da caixinha junto as outras coisas na mesa, se precisar... Só fazer o que fiz essa madrugada.


Ele deu um longo suspiro e então fechou devagar a porta, e voltou para o quarto da menina. Yue continuava desacordado em cima de sua cama. Trazê-lo sedado foi a pior parte. O garoto era pesado, e dava trabalho tentar movimentar ele. Nunca parecia estar certo o que eles faziam.


Demorou mais do que o esperado para Yue acabar reagindo ao sedativo, enquanto ele não parasse, nem Dean ou Iori conseguiriam terminar de aplicar os cuidados. A ajuda de Carol foi útil, ela conseguiu segurar bem o menino até ele acordar e ficar mais agitado. Era uma coisa horrível de se ver e ruim de se presenciar. Iori tinha certeza que sua esposa pensava que o filho deles iria morrer. Dava para ver na expressão dela, que ela já estava perdendo a esperança.


Ele se lembrava de perguntar a ela até quando isso poderia continuar, e a mulher nada de lhe dar alguma certeza, apenas falando que podia durar a vida inteira, alguns anos, meses ou semanas. Não havia nada que desse a garantia de que um dia Yue poderia definitivamente melhorar.


Mas isso não era coisa de se pensar agora. A preocupação e o que poderia ser feito ficaria de lado por um momento.


— Hum... Hmmm... Aaaah.... — O rapaz gemeu em cima da cama após longos minutos de silêncio dentro do quarto da menina que foi dormir com a Rose.


O incomodo no pescoço foi a primeira coisa que ele sentiu assim que abriu os olhos repentinamente. A segunda coisa que sentiu foi a falta de sua calda e a dor que vinha em pontadas da região. E a terceira e mais incomoda, era o zumbido em seu ouvido, parecia até que ele estava se tornando aquelas máquinas médicas que indicavam se o paciente estava vivo ou morto, mas no caso do Yue, a pulsação já tinha ido embora faz muito tempo, pois o som era irritante e constante.


— Aaarrgh...


Iori permaneceu quieto. Ele analisava a sua cria mais nova despertando em pleno desconforto. O rapaz olhava para cima, encarava o teto enquanto arfava. O jovem Yagami não reconheceu o quarto, mas antes que entrasse em estado de alerta, ele sentiu a essência de flores espalhada pelo quarto. Deu uma passada pelo cenário até onde ele podia mover a cabeça, e reconheceu pelos enfeites onde estava.


— Ca... Ca... rol? — Estava rouco. A movimentação de sua boa doeu um pouco. Devagar ele levou a mão a boca, sentindo-a seca, e foi a descendo até o pescoço, sentindo a faixa que o envolvia, passando a ponta dos dedos pela região, analisando a sua própria situação.


Ele voltou a encarar o teto, os lábios se curvando em desdém, desgostoso de sua própria situação. Sua visão ficou embaçada, seu sangue fervia. Yue queria deixar toda a raiva que sentia nesse momento sair de seu corpo em forma de lágrimas quentes e cristalinas, mas o rapaz não conseguia deixar que elas escapulissem de si, havia uma faísca de orgulho que não permitia que o jovem híbrido perdesse para si mesmo.


O Yagami mais novo já passou por coisas piores. Ele já se ferrou mais do que muita gente, e pagou por uma vida inteira de enfermos que ele nem sabia se merecia ou não. Seria o seu trajeto um acaso? Uma ferramenta estúpida do “estar na hora errada em um momento totalmente ruim? ”. Várias vezes ele pensou nisso e na conveniência de que certos elementos do momento chave desapareceram. Só que o moreno-acastanhado sentia no fundo de seu ser que alguém tinha olhos sobre si, ele só não sabia quem ou o quê. Isso talvez fosse efeito de Yue não aceitar muito bem o que lhe foi jogado no trajeto de sua vida.


Mesmo que não aparentasse muito por ele manter tudo para si, o jovem Yagami era revoltado. Uma bomba relógio que a qualquer dia iria explodir em um milhão de pedaços. O Garoto inspirou fundo, ignorando o ardor de sua garganta, e depois tentou se sentar, apoiando as mãos com firmeza sobre a cama, erguendo-se lentamente enquanto era assistido pelo velho Yagami.


Yue tinha várias marcas roxeadas espalhadas pelo corpo. Algumas eram efeitos de pancadas e outras nem tanto. Eram muito similares a nódoas, e estranhamente não doíam, pareciam um indicador de estresse ou algo pior no garoto. O Scion notou que estava usando calças, o que significava que ele havia sido trocado por alguém, o que o fez pela primeira vez a olhar para o seu lado esquerdo e encarar quem quer que estivesse ali.


Ele encarou Iori. Os dois ficaram se olhando sem muito animosidade do lado do garoto. Yue não estava acostumado com a face do pai, era sempre a mãe que ficava do seu lado ou Lilith que aparecia de algum lugar para checá-lo. Yue desviou a face distorcida de ódio, fechava os dedos com força, cerrando o punho até ele doer, uma leve tremulação ocorria por consequência disso.


— Quantas horas aqui?


O homem ruivo que havia se sentado onde a sua esposa estava antes, e permanecido com seus braços cruzados, respondeu com certa paciência o filho.


— Quase vinte e quatro horas.


Yue revirou os olhos e balançou a cabeça, mantendo as pálpebras fechadas, pressionando-as como se quisesse aliviar a tenção de uma dor de cabeça.


— Quanto tempo durou?


— Mais de duas horas, creio eu.


— Ah fala sério... — O garoto não se conformava com isso.


— Você estava fora de órbita por um momento.


— Quer dizer que eu morri por uns minutos?


Iori não respondeu, e o silêncio dele fez Yue compreender a situação a qual ele estava. Isso acontecia bem com o rapaz, fazia um tempo que ele não tinha recaídas assim, no máximo eram dores de cabeça, mas se estava acontecendo novamente... Então ele tinha que dar um jeito de aproveitar as suas horas, antes que um dia ela o levasse embora de vez, e o Yagami pressentia que isso não iria demorar muito.


Yue ficou congelado naquela posição, olhando para o guarda-roupa de Carol. Ele despertou quando ouviu seu nome ser pronunciado por Iori e subitamente ele levou as duas mãos até onde tinha o curativo, usando as unhas negras que eram duras e afiadas para rasgar o tecido, eliminando camada por camada dele, libertando o seu pescoço.


A expressão de Iori foi um pouco de surpresa. Ele não estava aguardando por isso. Assim que o garoto removeu, ele pode ver apenas uma vermelhidão na pele, quase como uma irritação. O jovem Yagami se recuperava desde que ele ficasse quieto, mas o processo não era bonito como de algumas pessoas. O corpo de Yue se aquecia, e a pele que ia se reconstituindo fazia o processo de forma dolorosa, onde ele sentia fibra por fibra voltar para o seu lugar e causava dor no garoto ao fazer a junção, até que a área atingida fosse reposta, deixando sempre uma vermelhidão no lugar e o desconforto, como se tivesse levado uma paulada na região.


— Você deveria fazer isso?


— Quem vai me impedir?


Silêncio. Novamente os dois se encontravam sem dizer nada um para o outro, e por uns sete minutos foi assim, até que Iori quebrou o silencio, ao ver o rapaz voltar a se deitar.


— Você parece uma cobra trocando de pele.


— Hu... Humph... Hahaha.



NO DIA SEGUINTE.


Yue estava na sala vendo aqueles programas chatos que passava no inicio de semana. Uma coisa mais sem noção que a outra, e o pior era que desenhos que era bom, nada. Filmes antigos, séries repetidas, o mesmo suspirava, podia pelo menos estar passando Two and a half Man, o que a deixaria seu dia menos deprimido do que ter alguém sempre perguntando como ele se sentia, se queria alguma coisa, e principalmente o pai surgindo para lhe dar o medicamento na hora em ponto. Chegava a ser bizarro a pontualidade do Iori.


— Hum... — Ele se soltou no sofá, ficando largado e olhando para a Tv como se ela estivesse sugando toda a sua força vital.


O Scion poderia estar no jardim repassando os ensinamentos que andou recebendo de sua mãe nos últimos anos. Ele ficaria lá explorando os seus sentidos, analisando o seu redor, aprendendo a suprimir o que não era necessário e se aperfeiçoando a manter o foco, sem se incomodar com as coisas ao seu redor.


Dean sempre o levava a noite para a floresta. Ensinava ele a utilizar os seus instintos. Reprimir o seu desejo de caça. Ela praticamente cuidava da sua parte animalesca que andava aflorando e muito nos últimos anos. Yue ainda não havia atacado alguém, por sorte, após um ano inteiro com a mãe focando-se em animais e aprendendo os valores necessários para não sair fazendo besteira, o Scion conseguiu conter a sua fome latente, evitando de machucar alguém por sentir o cheiro do sangue.


Ah. O sangue. Ele funcionava de uma forma bem diferente para o jovem Yagami. Era a sua habilidade primária e sua fonte principal. A urgência que Yue sentia em entrar em contato era tão física quanto espiritual. Os lados animalescos de cada espécie que o compôs e resultou em sua criação, acabaram por fazer com que essa herança aflorasse de forma diferente no caçula dos Yagamis.


Yue não era um canibal. Nem era um lunático ou psicótico, ele se quer beirava a um psicopata. No entanto, se alimentar disso parecia aquietar sua fera interior. Um monstro que rugia e fazia o seu ser estremecer só de lembrar-se disso.  Às vezes a vontade era tanta, que ele não se importava em comer carne crua, ensanguentada, mesmo que ele enchesse o prato de comida depois, ou se esbaldasse com algum doce.


O garoto inspirava fundo, jogando a cabeça para trás e olhando o teto, mais precisamente a luminária em cima de sua cabeça. O que ele faria agora? Sem nada para ver além de desgraças? Se ele passasse para algum canal de notícia, lá estava a cidade sendo falada em algum lugar do mundo pelos seus inúmeros problemas.


Yue desligou a Tv e levantou-se devagar, rumando para fora e dando a volta pela varanda, indo para os jardins.


Ar puro fazia bem para qualquer um, até mesmo para ele que se isolava bem em seu quarto. Hoje o rapaz não teve nenhuma fonte de inspiração, acabou por ficar fazendo nada, apenas andava de um lado ao outro no casarão, deprimido pela sua isolação, já que estavam de olhos nele para evitar um futuro ataque, ou socorrer ele antes que fosse encontrado em um estado similar à noite anterior.


— Aaaaah....


Yue inspirou fundo várias vezes e depois soltava o ar, aproveitando a visão que tinha do jardim, vendo as flores plantadas, a árvore que tinha ali e que estava sendo difícil pegar uma fruta, já que os passarinhos comiam primeiro. Todo dia de manhã, o moreno-acastanhado ouvia o canto deles, e uma bagunça vinda daquela árvore. Yue não sabia de onde eles vinham, mas a comida do dia-a-dia estava garantida para todos.


— Você está bem?


O Scion virou a cabeça por cima do ombro, encarando a pessoa que estava se aproximando. Rose, uma de duas inúmeras irmãs mais velhas. Ela tinha uma tonalidade de cabelo curiosa. Yue nunca sabia se ele era vermelha ou uma variação de castanho com esse tom, tipo um castanho-avermelhado. Ele gostava da visão dela, com aqueles óculos grandes, pele clarinha e olhos azuis bem profundos. O garoto via Rose como uma criatura bem peculiar, não por ela ser uma Android, mas pela mesma tratar ele com um carinho e gentileza bem peculiar, uma forma que suas outras irmãs não faziam com ele.


— Uhu... Eu acabei de engolir a força o meu medicamento.


— Eu vi o papai voltando com o copo, você não almoçou por quê?


— Não estava muito a fim... Mas eu comi um pouquinho para satisfazer a mamãe.


— Entendi! O que pretende fazer agora, Yue irmão?


— Eu estou proibido de sair... Então nada. Tô até encarcerado aqui por uns dias.


— Oh! Você vai perder essa semana de aula?!


— Vou ter, se acontecer de novo eu mato alguém do lado de fora de susto e ainda fico sem socorro. — O castanhado virou o corpo, procurando um banco que tinha ali perto da área de lazer. Ele se arrastou até lá chamando 21 para ir com ele e se sentando por ali, olhando a água cristalina da piscina, e do outro lado a churrasqueira que foi acendida em seu aniversário.


— Mas isso não vai acontecer de novo, vai?!


— Não, não vai. — Ele mentiu para ela, ainda era melhor não dizer exatamente para o mais novo membro de sua família, qual era a sua real condição. Yue coçou a nuca, pensativo, então sentiu a mão da irmã fazendo isso para si, o obrigando a olhá-la.


— Que bom Yue irmão! Fico contente em saber disso. Olha eu vou lá dentro, estou cheia de fome e andei praticando hoje de manhã, vou te trazer os docinhos que eu fiz usando a minha técnica!


Ele concordou, vendo-a voltar para a cozinha através da porta de vidro “corrida”. O rapaz juntou as mãos olhando para o chão. Estava pensando em como compensaria seus dias perdidos. O médico da família daria um jeito, com sua condição médica não precisaria nem que alguém forjasse algo, estava ferrado da cabeça até as pontinhas do dedinho de cada pé. Só não se quebrava por conta de orgulho próprio, este que também não estava parecendo valer de nada.


O rapaz estava cansado.


— Hu? — Uma corrente elétrica passou pela sua espinha causando-lhe arrepio. O Scion virou-se rapidamente, levantando-se de supetão por conta disso.


O garoto arregalou os olhos minimamente, tinha a certeza de alguma coisa estar o olhando. Por um momento ele sentiu-se incomodado, como no dia anterior enquanto voltava para casa. A todo momento ele pensou estar sendo seguido, vigiado e completamente cercado.


— ....


Ele deu passos largos até o portão principal, dando volta pela casa. Andava como se fosse um imã atrás de ferro. O Scion não notou a forma que estava sempre indo em frente, como um bicho doido para agarrar qualquer coisa que sustentasse o seu estomago já enfraquecido. Yue ficou em frente ao portão alto que complementava aquela parte do muro que cercava o casarão e a propriedade.


O acastanhado pousou a mão esquerda sobre o portão, sentindo algo estranho, como uma comichão passar pelas palmas de sua mão. O Scion aproximou um pouco mais o corpo do portão, ouvindo algo que se assemelhava a uma respiração fraca.


— ....


Tecs-tecs eram ouvidos, baixos, muito baixos para poder ter certeza se vinham da li ou não.



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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty V - Secret

Mensagem  Convidado Dom Ago 11, 2019 2:00 pm





Os ecos produzidos na saleta ficavam confinados ali juntamente com as pessoas presentes. As três primeiras sequências foram rápidas, mas depois o intervalo entre elas foi aumentando gradativamente, todo o ato demorou cerca de trinta minutos. O cubículo tinha capacidade para comportar cinco pessoas em volta de uma pequena mesinha no centro, paredes revestidas com isopor para abafamento por trás da divisória naval. Em oposição a 3 paredes opacas, um grande espelho falso tomava o lado todo onde ficava a porta de entrada e saída, e em um canto superior do cômodo uma camera fazia toda a gravação do que acontecia ali, geralmente gravava, mas naquele instante ela estava apagada devido a um procedimento interno ilegal.

Outro estalo soou ali, seguido de uma respiração ofegante e alterada.

[Tawson]: Porque não confessa logo, seu desgraçado!? - Já esbravejava sem conseguir respirar direito e com a camisa desabotoada perto da gola, totalmente ensopado de suor.

[Lock]: Eu ia dizer para você parar com isso, porque desse jeito não vai aguentar muito e pode acabar fraturando algo!

A fala em questão se tratava do fato do agente estar tentando tirar informações do rapaz preso através de espancamento. Desferiu vários socos contra o rosto de Keepler durante todo esse tempo, todavia o mago só o fez encarar o homem com os olhos azuis tão incandescentes que parecia mais forte que a luz de teto, já que estava algemado com os pulsos para trás na cadeira. O fato é que o rosto de Endeavour estava intacto, nem um respingo de sangue escapava de sua boca ou nariz, tampouco marca de hematomas, em contrapartida a mão de Tawnson estava roxa e inchada o suficiente tal como se houvesse socado uma parede de concreto.

[Keepler]: Acabou ou vai continuar perdendo tempo aqui?

O resmungo não foi bem visto e o grisalho preparava a mão para um novo golpe, quando o loiro se entrepos, para poupar o colega de maiores problemas.

[Lock]: Para, para! Esse seu método não vai adiantar, ele não vai confessar desse jeito!

[Keepler]: Eu não tenho o que confessar, não cometi crime algum! - Foi nessa resposta que Tawson desferiu outro soco no rosto de Endeavour, o fazendo virar a face para o lado, enquanto Lock tentava conter o amigo de novo.

[Tawson]: Seu desgraçado mentiroso! Eu vi você naquele beco, eu vi esses olhos azuis depois de ter dilacerado uma pessoa a sangue frio!

[Keepler]: Acho que se enganou, porque eu não matei ninguém e nem sei do que está falando - Não havia sarcasmo em seu tom.

[Tawson]: E o que são esses seus olhos, hein? Eu vi eles mudá-los de cor, maldito! Não vem me fazer de idiota!

[Keepler]: Isso? - A iris de End voltou ao tom lilás e depois voltou ao azul intenso. Eu poderia ter explicado desde o início se não tivesse começado a me espancar de maneira desesperada por uma resposta a qual eu não tenho como dar... -

Tawson ameaçou avançar de novo, mas Lock fez um sinal de reprovação, tomando a frente dessa vez.

[Lock]: Para! Vamos tentar do meu jeito agora, você já fez como queria… Essa droga de clichê de “policial mau e policial bom” - Disse puxando uma cadeira para se sentar de frente ao suspeito, enquanto que o outro homem ficava rodando dentro da sala impaciente, com um olhar feroz desenhada no rosto. - Pronto! Você tem toda abertura para falar, mas espero que diga a verdade e poupe nosso tempo, pode ser?

Keepler olhou para a câmera perto do teto e depois desviou o olhar para o vidro ao seu lado esquerdo, demorando alguns segundos para pensar até que acenou positivamente com a cabeça e se recostou no assento.

[Keepler]: Tirem o delegado e a promotora de trás do espelho falso, eu só vou falar com vocês e exclusivamente com vocês dois...

Os homens se entreolharam com certo espanto e depois olharam para o espelho, Tawson foi em direção a porta, colocando metade do corpo para fora da sala e resmungando algo, alguém respondeu com certa energia e impaciência. Logo a sala foi fechada novamente e o grisalho voltou a atenção para o preso, enquanto acendia um cigarro na boca com um palito de fósforo.

[Tawson]: Tem dez minutos para falar, seu cretino!

Embora Lock tivesse reprovado o ato do colega, Keep não parecia ter sido afetado por aquilo, na verdade sua postura tornou-se ainda mais séria e ele estava levando a situação com a devida postura.

[Keepler]: Sem muita conversa, eu sou aquilo que vocês chamam de mago. Estou sendo bem simplista com essa descrição. Sabe porque não conseguiu me ferir com seus socos? Por que minha resistência física está em um estágio diferente do seu...

Novamente os homens trocaram olhares, o loiro pôs a mão no rosto com uma expressão entre a descrença e a busca por uma resposta mais lógica, enquanto o grisalho parecia ainda mais furioso.

[Tawson]: Você tá de sacanagem comigo?!

[Lock]: Na verdade… Isso não soa tão absurdo aqui em 2nd, Tawson. Tivemos problemas com demônios, um quase apocalipse e outras dezenas de bizarrices nessa cidade, acho que a gente não deveria estranhar mais esse tipo de coisa.

[Tawson]: Hunf! Era só o que me faltava. Vai dizer que tem alienigenas, protótipos científicos e outras merdas por ai tambem? - Foi um questionamento pertinente o suficiente para Endeavour esboçar um sorriso sutíl com o canto dos lábios, embora não respondesse a pergunta do rapaz, não de maneira expressa.

[Lock]: Certo, senhor?!.

[Keepler]: Endeavour, Keepler Endeavour

Porque Keepler estava falando sobre o que era, não deveria ser algo sigiloso ou um segredo a ser guardado a 7 chaves? Não. Desde criança nunca teve pudores sobre suas capacidades, pelo contrário, gostava de mostrar a todos o quanto era habilidoso em “brincar” com magia. Tinha orgulho do que era capaz, ainda que inocente como qualquer outro menino da sua idade, seu domínio polido desde cedo nunca foi visto um recurso que deveria ser policiado e medido, até que começou o treinamento com a velha Tempestas, não o grimório, mas a sua mestra em Naipes.  Todavia, com o passar dos séculos, essa exibicionismo de magia se tornou mais quieta depois do que enfrentou contra as Relíquias-Deuses, e com o casamento que exigia discrição, ele sempre agia preservando a integridade de sua amada e o bem-estar de ambos. Hoje ele ainda tem papas quando se trata de preservar as pessoas mais próximas a si, enquanto suas ações não levassem até seus amigos e familiares, ele não tinha “limites”.

Endeavour não conduzia sua vida pela regra de restrição: “Eu não devo mostrar isso porque”, e sim “Há necessidade de mostrar isso?”, e naquele contexto, pareceu cabível revelar parcialmente sobre essa possibilidade.

[Lock]: Endeavour? Ok. Vamos considerar que está nos dizendo a verdade, está bem? Você é um mago, mora em 2nd a quanto tempo? E o que faz aqui?.

[Keepler]: Estou aqui a mais de dois anos, e eu vim por acaso, não foi um planejamento. Eu vivia como um andarilho de um lugar a outro, mas chegando aqui por acaso e acabei ficando. - Não iria revelar toda sua história para eles, além de que certos detalhes fossem muito complexos para eles processarem, ainda queria manter o sigilo e segurança para a família de Dean e preservar a própria intimidade pessoal, porque esses assuntos não cabiam ser ditos para falar sobre magia. Os investigadores não pareciam muito convencidos sobre aquela resposta, mas seguiram com as perguntas.

[Tawson]: Você tem algo haver com os crimes de assassinato que tem acontecido na cidade?!

[Keepler]: Não senhor.

[Tawson]: E o que era aquela pilha de jornais que carregava? Sabe, muitos assassinos em série gostam de guardar “troféus” das coisas que fazem, incluindo recortes de jornais falando dos crimes que cometeram e ficaram impunes… Bem, até a gente pegar!

[Keepler]: Eu estava a duas semanas recluso trabalhando na construção de um refúgio para mim e estava por fora do que estava acontecendo na cidade, por isso comprei tantos jornais para ficar informado...

[Tawson]: Refúgio?!

[Keepler]: Não é com o mesmo sentido comum que usam. Refúgio para nós magos é um lugar onde podemos praticar magia e estudar sobre diversas coisas. No meu caso, eu estou fazendo como uma nova moradia para mim.

[Tawson]: Praticar magia? Como por exemplo rituais, sacrifícios humanos e coisas assim?! - Era claramente uma provocação.

[Keepler]: Sim, existem pessoas que usam de sacrifícios e métodos mais primitivos, contudo não é o meu caso. Eu uso a energia interna de meu corpo para tais feitos.

O tom de intimidação e desconfiança de Tawson estava tomando o clima do ambiente outra vez, obrigando a Lock intervir para que continuassem com a conversa.

[Lock]: Conhece alguém que poderia fazer esses rituais aqui? É possível que esses assassinatos tenham sido executados por outro mago como você?

[Keepler]: É improvável, magos conseguem detectar outro quando ele usa alguma técnica. É extremamente difícil camuflar isso, visto que você manipula a energia do ambiente. Desde que cheguei aqui na cidade, não encontrei nenhum mago como eu aqui. Mas o que pode ter cometido os crimes pode ser um humano… Ou não!

[Lock]: Não-humano?

[Keepler]: Como os demônios que apareceram aqui na cidade ou qualquer outra criatura. O universo é imenso e as existências dentro dele são infinitas, meu caro!

[Lock]: Como podemos lidar com isso? - A resposta de Keepler veio apenas com um levantar de ombros, isso fez com que o grisalho atrás tomasse as rédeas do interrogatório

[Tawson]: Onde você estava no dia 21 de Abril?

[Keepler]: ...Até onde eu lembre, estava acampando em Sarah Forest

[Tawson]: Tem algum alibi?

[Keepler]: Não, senhor!

[Tawson]: Você não tem como provar que não estava no local do crime. Eu e Lock vimos seus olhos mudando de cor e, por mais que esconda isso, o que parece que não está conseguindo bem, eu e ele podemos dar um jeito de te prender. Eu não confio nessa sua cara e nem acredito em suas palavras, nesse tempo todo você foi o único mais próximo do suspeito que encontramos, e você é tão excepcionalmente “diferente” que se encaixa direitinho no papel de culpado

Keepler fez uma careta nada amistosa, ainda que fosse difícil para os homens incriminarem ele por assassinato, Endeavour tinha documentos falsificados visto que não era dali e nem daquele tempo, e de fato seu organismo tinha ficado estranho desde a luta contra Dean, foi completamente pego de surpresa quando sua energia simplesmente fluiu de seu corpo sem controle e revelou as íris de outra cor diante de um civil. O problema não era ser preso, ele poderia facilmente sair de qualquer lugar assim, a questão era começarem a perseguí-lo, tornando em uma confusão maior ao ponto de envolver os meninos e a família Yagami naquele problema, mesmo que ele não fosse culpado, não queria trazer nenhum tipo de transtorno. Não era plausível depender da assistência de Dean para ficar resolvendo essas coisas por ele, a irmã de consideração tinha os próprios problemas para lidar e End não era nenhuma criança, embora parecesse em algumas horas.

[Keepler]: Eu acredito que seja uma pessoa normal fazendo isso. Eu posso ajudar a procurar quem ou o que está fazendo esses crimes. Desde que me deixem em paz e esqueçam que eu existo.

[Tawson]: Não precisamos de ajuda, você é o assassino e nós vamos te prender!!

[Lock]: Se podia pegar esse assassino antes, com todos esses “poderes”, porque não o fez?

[Keepler]: Porque não é problema meu. - A resposta pareceu totalmente desconcertante para os dois policiais, como o tipo de notícia que não se espera e não se tem como retrucar.

O ambiente começou a mudar, como se agora a pressão fosse de Keepler para os agentes da policia. O mago mexeu os braços e as algemas partiram tão fácil quanto se fossem fita adesiva, ao passo que End ficou de pé encarando os dois homens em um alerta gritante.


[Keepler]: Vocês não estão vivendo uma história como filmes de super-herois, eu não sou um super-herói que veio para resgatar a humanidade. Nós humanos somos criaturas problemáticas, e eu sou tão humano e imperfeito como qualquer um de vocês, a diferença é que eu tenho outras capacidades. Eu tenho uma vida própria e meus próprios objetivos, e isso definitivamente não é meu problema, sabe porque? Eu vi quantos corpos foram despedaçados nas Cruzadas da idade média, vi a peste negra assolando milhares de cidades; como a Igreja Católica queimou com sua ignorância e egocentrismo tantos inocentes porque fugiam da sua concepção de verdade e tantas outras coisas que não podiam explicar; Reis massacrando seu povo e escravizando outros como bicho, trabalhei em leitos de hospital na primeira e na segunda guerra mundial; Quantos assassinos existiram nesses séculos, fazendo as mesmas atrocidades e carnificinas?  Incontáveis. - O tom de Keepler era de indignação, vomitando uma verdade que poucos pararam para refletir sobre e ao mesmo tempo carregada de uma superioridade latente.- Nós não mudamos em nada ao passar dos anos, as coisas só alternaram de forma e cor, mas com a mesma essência. Homicídios, agressões, estupros e centenas de outros crimes criados pelos homens existiram desde sempre e vão continuar acontecendo. Minha visão é diferente da de vocês pelo simples fato de que vi tudo isso acontecer tantas vezes por tanto tempo que se tornou algo banal. Não quer dizer que eu apoie ou concorde, mas intervir? Eu poderia tratar de um crime ali e aqui, mas nada disso vai mudar enquanto os homens não mudarem. Eu ja tentei ajudar antes, a muito tempo atrás e sabe o que aconteceu? Fui caçado como aberração por alguns anos e tive que recorrer ao anonimato até esquecerem que existo Não tenho obrigação de ser uma babá de vocês, resolver problemas que vocês mesmo criaram. Eu tenho uma vida pra seguir, meus assuntos para tratar.

Keepler começou a exercer uma pressão gravitacional dentro da sala, aumentando a força fazendo com que não só os policiais começassem a se abaixar contra própria vontade como se vários quilos fossem colocados no corpo deles até alguns rangidos metálicos ecoaram na sala, a mesa começando a entortar em direção ao chão.

[Keepler]: Não podem me prender… Não tem capacidade para isso. Mesmo eu sendo humano, existe uma distância colossal entre nós, entendem isso agora? Eu vou ajudar vocês porque não quero ninguém me incomodando de maneira alguma depois de tudo isso. E que fique bem claro que ajudar não significa ser submisso a vocês. - Disse isso pegando um papel e caneta que estavam no bolso do sobretudo de Tawson, o qual estava pendurado em uma das cadeiras do recinto e anotando algo.

Lock e Tawson mal conseguiam erguer a cabeça para encarar o mago, que caminhou até o lado deles e ficou parado até que a pressão desapareceu e os dois conseguiram voltar a postura normal, visivelmente assustados.


[Keepler]: Se precisarem de minha ajuda ai tem meu numero e meu endereço, podem entrar em contato. Eu realmente espero que não seja o caso, de qualquer forma, eu precisarei olhar os dados do caso para começar a procurar, quando decidirem algo, podem me falar. Do contrário, esqueçam que existo. Não quero comentários sobre o que falei e mostrei para vocês hoje, espero ter sido bem claro e... A propósito, estou liberado não é?

Os homens acenaram com a cabeça positivamente, Lock mais assustado enquanto Taw parecia um pouco mais irritado e impotente. Keepler terminou de tirar as algemas quebradas do pulso e abriu a porta se dirigindo para a saída. Enquanto os policiais se recuperavam o delegado entrou na sala para questioná-los.


[Delegado]: Então rapazes… O que aconteceu? Me parecem pálidos.

[Lock]: Está… Está tudo bem senhor…

[Delegado]: O que tem para mim sobre o caso? - Os agentes se entre olharam pensativos sobre qual resposta dar, mas Tawnson tomou a frente.

[Tawson]: Não é o nosso homem, mas o fizemos falar… Ele tem algumas pistas novas pra gente, inclusive do suspeito. Algo relacionado a rituais e satanismo.- O loiro de cabelo espetado estava com uma cara de reprovação, embora eles não tivessem desculpa melhor. O delegado coçou o queixo liso enquanto pareceu levemente satisfeito.

[Delegado]: Façam um relatório completo, eu quero dados na mesa e façam o necessário para agilizar as investigações! Se temos algo em mãos, vamos devorar e achar o desgraçado!

Enquanto isso, do lado de fora da delegacia, o mago respirava fundo enquanto se escorava num poste em frente na entrada do prédio. Já era manhã, o cheiro do orvalho tomava as narinas do homem e o céu alaranjado se anunciava no horizonte. O dia não começou bem e tudo indicava que as coisas iam piorar, já que não era mais “invisível”. Na sua cabeça agora uma centena de preocupações circulavam: O que deveria fazer a partir de agora? Como lidar com esses babacas agora?






Última edição por 【D.K】 Kєєρlєя Eиdєαvσυr em Dom Ago 11, 2019 2:04 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Revisão de algumas palavras)

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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty Re: Dimensional Hunt.

Mensagem  Convidado Dom Ago 18, 2019 9:15 pm





O Scratch-Scrath continuou.


O garoto arregalou os olhos, sentindo alguma coisa do outro lado. Sim ele ainda o sentia. Sim, Yue estava morrendo de medo de abrir aquele portão e descobrir que havia uma merda das grandes ali. Mas ao mesmo tempo que isso acontecia, ele sentia-se compelido em abrir aquele portão. Ele não sabia o que iria acontecer, mesmo assim, ele foi mexendo, olhando para cada lado ao menos uma vez, até colocar as mãos sobre a primeira trava do portão. Yue franziu o cenho, à medida que ele puxava a trava metálica, os barulhos do outro lado aumentavam, até que... Eles pararam subitamente e o Scion também.


Estalos, como bolinhas de água feitas consecutivamente por uma criança muito sapeca. A inquietação dele cresceu, o Scion decidiu de vez em abrir aquele portão, mas parou de vez com esse vai e vem assim que por meio de frestas, ele viu algo. Era cinza, muito escuro, bem diferente, e isso arrepiou ele até a nuca, fazendo os cabelos rebeldes ficarem mais espetados e ele dar um pulo para trás perdendo o equilíbrio. O que é isso?! Ele pensou consigo mesmo, e tudo a sua volta parecia tão pequeno e aquele portão gigantesco.


— A... Arrgh! AA! — Uma dor no peito assolou o garoto, seus olhos arderam. Será que aconteceria de novo?!


Firmou os dedos no chão, afundando os dedos em uma das pedras que formava o caminho para casa. O corpo reagiu de forma negativa, ele se impulsionava para trás como se quisesse que ele saísse da li e muito rápido! Sua voz não saia, o que estava realmente acontecendo?! Ah..., mas ele sabia o que estava acontecendo, ele só não queria pensar muito nisso. Yue sentia medo, toda criatura sentia medo, o Scion não era diferente.


— O que foi? — O garoto bateu em algo. Ele olhou para cima e era Iori.


O ruivo havia ouvido o som da queda dele, a princípio ele pensou que fosse mais alguém brincando na rua, chutando bola e a mesma indo parar em seu portão, mas assim que olhou pelo vidro da porta principal, ele viu o garoto no chão, sentado, andando para trás como uma aranha, até parar.


— Eu só... me assustei com algo do outro lado do portão.


— O que tem ali?


— Eu não sei. Eu realmente não sei, só me impressionou.


— Estou vendo.


O garoto se levantou, com muita dificuldade, recusando ajuda do maior para isso. Yue apertou os olhos com força, e os abriu devagar, sentindo-se um inútil enquanto o homem ruivo foi dar uma olhada no que seu filho havia visto. Só que Iori não viu nada quando abriu o portão, ele nem sentiu uma aura por ali. Teria seu filho ficado louco de vez? Havia essa possibilidade, de Yue acabar ficando com a cabeça em parafuso de uma forma que ele não pudesse voltar mais a si, viver em dois ou mais mundos de uma vez só, com a cabeça funcionado a mil.


— Não tem nada aqui. — Disse o pai, já dentro da casa, trancando a porta da frente.


Yue olhou para o lado, sem graça com a situação que se encontrava. O que ele iria responder? Por sorte ele não teve que falar, ouviu a 21 o chamando e suspirou. Melhor se apegar a isso ou não ter onde se enfiar.


— Você deveria ir. Sua irmã estava arrumando umas coisas para você.


— Eu sei, e só. — Ele inspirou fundo. — Deixa pra lá.


O resto do dia de Yue foi deprimente. Apesar de ter a companhia da irmã, falar com ela, dividir os doces e ter companhia aquela tarde, assim que Rose saiu, as coisas ficaram tristes para o jovem Yagami. Era o remédio, a refeição e o repouso. Demorava sempre de dois a três dias, ou até uma semana e meia para ele começar a se sentir melhor, mais disposto, mais confiante em sair andando. Por enquanto, até o terceiro dia, ele não poderia fazer nenhum movimento brusco, não podendo continuar seu treinamento físico, nem tentar fazer nada de divertido que se encaixe na visão dele de diversão. Não poderia caçar.


— Puta que me pariu. — Ele xingou assim que se deitou no sofá, olhando o teto já de tarde.


Estava sozinho em casa. Seu pai saiu com a mãe para fazerem compras. Alice havia ido junto. Lilith saiu para fazer alguma coisa que ele não ouviu com Rose, deveria ser algo de garotas. Carol como sempre, ou ficava em casa, ou ia dormir na Filia, o que deixava o Yagami mais jovem na companhia de seu fiel cachorro Boo e os três gatos da casa, que estavam o encarando por ocupar todo o espaço do sofá maior.


— Eu não vou sair. — Ele resmungou para os três pares de olhos grande que o viam.


Yue sempre ouviu de que quando ele precisasse de alguém, ele poderia ligar para o Keepler. Parecia estranho ele lembrar do tio agora, talvez porque tivesse o visto no dia anterior. Com muita preguiça, ele estendeu o braço para a mesinha de centro no meio da sala e tomou seu smartphone preto em mãos, chamando o tio. Mas a ligação caia em caixa postal. Tentou de novo. Nada. Mais uma vez. Nada. Então decidiu deixar um recado.


— Hmmm... Err... Como eu faço isso?... Hmmm... — Ele pensou um pouco, e então foi dizendo aos poucos o que vinha na cabeça. — Eu... Hum. Bom. Eu queria conversar com alguém. Eu acho que você seria a melhor opção agora, mas sei que tá ocupado, provavelmente está dentro da sua caixa, mas, é que. Tá. Aconteceu de novo. Queria saber se você teria alguma coisa para aliviar um pouco, seria bom falar com alguém que não me olhasse com dó, ou tivesse certeza que eu iria, bom, você sabe. Será que dava para me ligar? Ou, conversarmos por mensagem? Eu estou em quarentena. Mesmo. Não posso sair, ou fazer qualquer coisa até segunda ordem. Então... Eu acho que é só isso.


Terminando de deixar a mensagem, o Yagami que ia se sentou, parou quando viu o símbolo do WhatsApp. Ele deu uma olhada na mensagem, estava escrito: Você não vai acreditar no que me aconteceu hoje. Era o seu amigo. O mesmo com que conversava sobre o universo dos quadrinhos, os jogos e todo o resto que só os dois gostavam.


"E o que aconteceu? Mandou o garoto em mensagem".


"Dá para a gente se ver?"


"Não posso, estou em casa. Doente".


"Oh! Que droga mano. Tá tudo bem?"


"Eu estou melhor."


"Show! Tem problema se eu for aí?"


"Não, estou só, companhia não seria o fim do mundo."


"Te vejo em meia hora então."


— Bom....


Meia hora não seria tempo suficiente para a sua mãe comprar tudo o que precisava para aquela casa. Horas. Eles levariam horas em um mercado que ela havia achado junto com o seu tio com preços mais acessíveis, pois havia coisas que Dean achava um absurdo serem tão caras. Tirando isso que não era muito do conhecimento do Scion.


O Yagami mais novo ficou aguardando o seu colega.


Meia hora se passou...


Uma hora se passou...


Duas horas se passaram...


Meia hora após isso, os pais chegaram, ele ajudou a descarregar o carro.


E nada do garoto.


Nem mesmo o cheiro. Nem um traço.



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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty Act. VII - Blood

Mensagem  Convidado Dom Set 01, 2019 10:13 pm





O percurso inteiro para casa foi com a mente rodando tudo o que havia acontecido nas últimas horas, como uma vida até então pacífica e oculta tinha ido por água baixo tão rápido e em poucos instantes. Não tinha processado ainda o fator determinante para fazê-lo se encaixar numa situação tão absurda e desproporcional. Acusado de assassinatos em série e ainda ser apontado como algo não-humano ao ponto de ter que abrir o jogo sobre suas capacidades? Quais as chances disso ter acontecido de maneira tão pontual?

Não pegou táxis ou transportes para chegar ao apartamento onde havia deixado o telefone, andar o fazia pensar melhor do que se estivesse parado. Aquilo nada mais era resultado de sua hiperatividade unida a sua ansiedade. As ideias passeavam desde o que já havia acontecido para quais seriam as possíveis consequências em torno disso. Seria extremamente ruim estar com Dean e algum dos meninos e a polícia simplesmente aparecer e passar a vigiá-los apenas pelo simples fato de terem contato com ele. Não, a preocupação de Keepler não era com as acusações ou o que poderiam tentar fazer contra ele, e sim como as crianças veriam isso ou como toda essa confusão poderia afetá-las. Isso era o que o aborrecia, por isso seu semblante estava tão transtornado e introspectivo. O corpo se movia com agilidade e em um ritmo automático, onde ele não precisava prestar atenção nos obstáculos no caminho, nem no percurso que estava fazendo, Essas coisas estavam em segundo plano, a prioridade era resolver aquele problema.

Horas depois...

Keepler entrou em seu apartamento jogando a chave em cima do sofá, a porta se fechava nas suas costas quando caminhou para o quarto para pegar o celular e ver se havia recebido alguma mensagem dos policiais que deixou na delegacia ou alguma notícia do pessoal na casa de Dean. Eram poucas que se comunicavam com ele pelo celular, a princípio possuía um aparelho desse para atender principalmente aos Yagami em casos de urgência, devido a mania do mesmo desaparecer e apenas o telefone fixo ser, até pouco tempo, a única via de contato; com o tempo também se tornou forma de contato para trabalhos e de ferramenta de pesquisa.  Dentre as várias notificações no celular, havia uma mensagem de Yue, tinha visto o menino mais cedo, havia acontecido algo? Saberia da pior maneira possível.

Começou a ouvir a mensagem com tranquilidade, até a seguinte frase ”Aconteceu de novo. O garoto não falava muito e Endeavour o entendia com o pouco que expressava. Essa sentença fez o corpo de End se arrepiar e ser engolido por uma sensação gélida, seguida de uma dor no peito. Um infarto naquele instante não seria exagero diante da gravidade da notícial. Ele SABIA exatamente do que o sobrinho falava, e o nível de preocupação que tomou o seu ser seria facilmente definido como surreal. Um instante ficou pálido e sem cor alguma, fechando os dedos da mão esquerda com força em volta do celular enquanto se movia de maneira oposta a antes: Pegando a chave do sofá e tomando o rumo da rua novamente. Chegou na calçada repetindo a mensagem pela terceira vez, tentando sondar o máximo de informação que podia. Taxi? Onibus? Bicicleta? Qual maneira de chegar mais rápido na casa de Dean sem brotar lá dentro usando um portal? O coração do mago iria partir a caixa toráxica dele se mantivesse aquele compasso, ou a respiração de um cavalo em meio a uma corrida desenfreada.

Pense, Keepler… “Aconteceu de novo”. Significava que a crise ja passou, aquele estado emotivo do homem não iria resolver um problema que já estava sobre controle. Não havia mensagens da Dean ou de nenhuma outra pessoa da casa no celular dele, o ideal era deduzir que foram pegos de surpresa e, como Iori estava em casa, conseguiram contornar a situação da melhor forma que podiam. Os passos de End foram ficando mais lentos. Aparecer lá esbaforido e fazendo uma série de questionamentos ou querendo que reconstruissem todo o ocorrido para ele saber o que se passou com detalhes, não adiantaria… Ou melhor, não ajudaria em porcaria nenhuma. A Dean e o Iori deveriam estar inundados de preocupação e não precisavam de uma pessoa aparecendo e dando uma dose de mais desestabilidade. Mas… E se tivesse acontecido algo mais grave com Yue? E se tivessem precisado dele e ele não pudesse dar o devido apoio porque estava “ocupado” com aqueles idiotas da polícia?  Não se perdoaria, esse sentimento de falha o invadia e o enchia de desgosto sobre si próprio. Yue havia ligado e mandado mensagem e ele não estava de prontidão para atendê-lo, o menino podia não estar muito chateado com aquilo, mas Keepler estava furioso.

O mais certo a fazer era retornar ao garoto agora e, principalmente, ser o mais franco possível. A primeira mensagem dizia “Yue, ouça o áudio que vou mandar sozinho”. Em seguida começou a falar.

[Keepler]: Garoto, me perdoe. De verdade. Eu só consegui ver sua mensagem agora. Deixei o celular em casa carregando porque não tive como fazer isso la dentro da caixa. Além disso, acabei me metendo numa confusão a qual nem eu entendi direito ainda, mas fui parar na delegacia e passei a madrugada toda lá. Como você ta se sentindo? E o pessoal em casa?

Deu uma pausa para não ficar longo demais, enviando uma segunda resposta.

[Keepler]: Eu ainda não digeri direito o que aconteceu, mas basicamente me confundiram com o possível responsável pelos sumiços e assassinatos na cidade. Um agente disse que meus olhos eram iguais ao de alguém que ele viu na cena de um dos crimes e, bem, você pode imaginar o resto. Quer algo para aliviar o estresse? Isso não é difícil de conseguir, do que precisa. Se quiser posso levar a caixa e passar aí para te fazer companhia, podemos fazer qualquer coisa lá dentro do refúgio sem sair de casa e eu te conto o que aconteceu comigo melhor.

Enquanto mandava o áudio, sua batalha interna foi diminuindo a intensidade, a neblina construída pelas emoções em alvoroço se dissipava aos poucos. Pensando melhor, vendo melhor. Seu objetivo não era causar mais inquietação, todavia iria fazer sua parte, mostrar ao sobrinho que estava ali quando ele precisou, mesmo que tenha se atrasado por motivos externos.


O percurso iria ajudá-lo a se estabilizar devidamente. Passou no ferro velho pegando a caixa escondida no fundo do furgão para levá-lo a residência dos Yagami, não haveria problema se o menino não quisesse fazer algo com ela, End não entenderia como um esforço em vão, na verdade nada que os meninos pedissem seria visto como esforço ou sacrifício. Diminuir a caixa para que ela servisse como um pingente de chaveiro não foi difícil, se entrasse pela porta da frente com aquele móvel em tamanho normal, seria colocado contra a parede e fuzilado num paredão de questionamentos. Já estava chegando nas imediações da casa dos Yagami, mais uns quinze minutos e chegaria la quando o ombro começou a doer, doer de um jeito estranho e diferente, latejando como se fosse uma mão esguia lhe esmagando os ossos pouco a pouco alternando entre aliviar e fazer pressão. Por que diabos isso estava acontecendo? Tinha haver com os problemas que vinha sentindo desde sua luta com Coroline e também a maneira como os olhos mágicos se revelaram para Tawson acidentalmente? A hipótese de tudo ser mera coincidência já não tinha mais força em suas reflexões, e não iria fazer esforço para refutar isso, embora fosse velho e tivesse uma certa experiência, não era sinônimo de saber tudo, desabafar com o menino talvez fosse uma forma de não só ouvir a opinião de terceiros como poderia ouvir dele um novo leque de possibilidades.






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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty Re: Dimensional Hunt.

Mensagem  Convidado Qui Set 05, 2019 12:16 am



Era muito raro Yue Yagami se preocupar com outra criatura. Ele mal comentava de si mesmo, porque achava que seus problemas não deveriam incomodar os outros, assim como o dos outros não deveriam ser passadas por aí, não era algo que ele devesse falar, que ele tivesse que dizer. Parecia um ato egoísta, mas o Scion nunca tinha interesse nas coisas dos outros como alguns de seus vizinhos que tentavam estender a cabeça só para ver o que havia naquele casarão. O Scion inspirou sentiu então a primeira preocupação sobre outro ser. Alguém que não fazia parte do seio de sua família.


— Tá tudo bem, filho?


A voz de Dean o fez olhar para a mãe, com um semblante nunca visto em sua feição. Era um misto de preocupação e arrependimento. Um mal pressentimento se apossou dele assim que muitas coisas passaram sobre sua cabeça. Samuel não desaparecia. Ele não era do tipo que fazia essas brincadeiras. O rapaz se afastou do armário que ele ajudava a guardar as coisas.


— .... Eu... Só estou preocupado.


— Alguma coisa te incomoda pequeno?


— Meu amigo... Ele ia passar aqui..., mas não me respondeu mais.


— Talvez alguma coisa tenha acontecido e ela teve que ficar em casa.


— Talvez...


Era uma certa novidade saber que Yue tinha um amigo. Quando moravam no Japão, ele andava com três alunos, Kazumi Kinomoto, a quem vivia perto do garoto, Suichi Miyano, e a namorada dele, Sakura Izume. Estes eram os amigos que seus irmãos e mãe conheciam, e agora, ali em 2nd, ele conseguiu de alguma maneira fazer um amigo. Um menino esguio e simpático. Ninguém sabia como essas coisas aconteciam, nem mesmo Yue entendeu como as amizades ocorreram, mas ali estava ele, pensando sobre o aparente sumido. Por enquanto ele o nomearia assim.


— ... Tá, deve ser isso.


A mãe deu dois tapinhas leves em seu braço direito e Yue passou a ajudá-la a terminar, mesmo que fosse proibido carregar peso entre outras coisas. Para o Scion, isso era um saco, mas ainda melhor do que ficar estirado em cima do sofá, mesmo que ele adorasse tirar um cochilo às vezes.


O Smartphone no seu bolso traseiro esquerdo começou a vibrar, fazendo ele sair do lugar por ter se esquecido disso. Por alguns segundos o coração do rapaz parecia que ia pular para fora da boca, os olhos arregalados. Com a mão livre, Yue pegou o aparelho, olhando a mensagem que lhe foi enviada.


— Hmm...


— O que foi?


— Nada, eu só tenho que ir lá para o meu quarto rapidão. Eu preciso ouvir isso aqui.


— Seu amigo entrou em contato?


— É o tio Keepler.


— Ah sim. Vai lá. Eu não preciso de mais ajuda aqui, pode deixar que eu faço o resto.


— Tá bom, se precisar de algo, me chama.


— Uhum.


Dean não iria chamar. O acastanhado sabia que a mãe não iria lhe chamar. Ela preferiria ver ele no cantinho se recuperando, e foi o que ele fez. Indo para o quarto, o Scion sentou-se na cama após fechar a porta e pegar o fone de ouvido na cabeceira direita ao lado da cama de solteiro. Yue ficou quieto enquanto ouvia os áudios, processando tudo o que era falado, as mãos apoiadas sobre os joelhos enquanto o aparelho de capa azul ficou jogado em cima da cama de qualquer jeito.


— ... — O Scion pensou alguns minutos, então tomou o celular em mãos e começou a falar, gravando o primeiro áudio. — Eu me sinto... Um pouco melhor. Cansado. Só que bem melhor. — Ele enviou a mensagem e gravou outra. — Não precisa trazer a caixa, mas se quiser, fique à vontade, a gente coloca no meu quarto. Bom... Está tudo bem, todo mundo tá aqui, mamãe vai fazer algumas coisas, e eu queria uma companhia diferente. Se vir aqui, podemos ficar no jardim, e sobre as coisas ruins que andam acontecendo na cidade, bem, isso tá me incomodando também.


Assim que foi enviado, o garoto deixou o aparelho de lado e se esticou na cama, sentindo uma leve pressão nas costas. Keepler viria e ele sabia disso. Confiava na palavra do homem. O Scion virou-se na cama e viu a parede cheia de seus desenhos, lembrando-se do último que fez. Yue bufou, e nos próximos minutos ele ficou quietinho, só pensando, imaginando, revivendo as impressões e sentindo sempre aquele mal-estar quando algumas coisas voltavam a sua cabeça, como a sensação de algo o estar seguindo, ou procurando por sua pessoa.


Essa linha de pensamento se desmanchou quando Yue sentiu um cheiro familiar perto de si. O Scion se sentou de supetão, sem apoiar-se no colchão. Suas costas inteiras estalaram aliviando ele um pouco e lhe causando uma pequena dor em seguida, mais por cansaço do que qualquer outra coisa. Seu corpo sempre avisava que estava na hora dele repousar, mas Yue ignorou. O garoto andou sem dizer nada para fora da casa, passando pela família que assistia algum programa junto, e foi em direção ao portão grande, abrindo a porta assim que o Endeavour colocou os pés em frente ao portão.


— Olá tio. Você chegou a tempo.  


O garoto havia sentido o cheiro de comida ao atravessar a sala. Ele aproveitaria a companhia de Keepler durante a janta, ficariam na cúpula lá no fundo, no meio dos jardins da Carol e conversaria com ele.


— Você parece que teve uma noite interessante. Vem, entre. Vamos jantar, e... Conversar. Eu tenho umas coisas para te mostrar.



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Dimensional Hunt. - Página 2 Empty Act. VIII - Words

Mensagem  Convidado Qua Set 18, 2019 1:33 pm





A ponta dos dedos quase encostou na campainha quando o mago ouviu o rangido da porta e avistou o sobrinho andando para recebê-lo. A expressão séria de End escorreu como manteiga na frigideira para uma feição mais branda e aliviada, o garoto estava de pé e aparentemente normal, embora não tivesse noção nenhuma da gravidade do que aconteceu na casa pela madrugada.

[Keepler]: Coisas pra me mostrar??

Seguiu o menino após abrirem o portão e adentrarem em casa. Havia aquela imensa bagunça organizada devido a casa ter um batalhão de crianças e uma mãe vigilante, era dificil explicar, a casa não estava suja e nem desarrumada, mas cada morador do lugar deixava uma “impressão” de que tinha passado por ali. Fosse um brinquedo no sofá, ou a posição de algumas almofadas, revistinhas na mesa de centro, sapatos tortos e sujos perto da porta. A regular frequência de Endeavour ali fazia-o ter noção de quem estava fazendo o que ali dentro. Cada um em seu canto para almoçar, Keepler apenas cumprimentou Dean e Iori de maneira singela, pedindo licença ao entrar na casa. Geralmente o mago é mais energético e indiscreto, todavia ele não parecia estar no dia para as casuais brincadeiras.

[Keepler]: Vim ver o Yue, bater um papo com ele, se me permitem vou acompanhá-lo na janta. Estou cheio de fome... - Acabou se contradizendo, visto que o prato que pegou não tinha muita comida, pegou apenas para acompanhar o sobrinho.

Quando se acomodaram na Cúpula do jardim, Keepler se ajeitou num assento e deu umas beliscadas na comida. Contou exatamente tudo o que aconteceu com ele na madrugada, sem poupar detalhes. Falou sobre ter ficado curioso sobre os desaparecimentos citados pelo menino e pegou uma série de jornais para ler e entender o que se passava, até que teve esse infortúnio com os policiais. Disse que a maior preocupação dele era desse pessoal tentar incomodar Dean e os outros Yagamis, principalmente ele e Lilith, mas que pela pressão que fez nos agentes, agora era apenas esperar o contato deles ou não sobre passar as informações sobre os casos para ele tentar ajudar, mas duvidava muito disso.

End apenas omitiu para o sobrinho sobre a gravidade de seu estado de saúde, ainda não era a hora de falar sobre, e nem porque deveria falar sobre naquele instante. Justificou apenas que estava se sentindo estranho nos últimos dias, que não fazia ideia de como o Tawson tinha visto os olhos dele ficarem azuis na frente da cafeteria, visto que ele mesmo se policia para usar magia o mínimo possível. De qualquer forma, apenas justificou ao sobrinho iria procurar saber melhor sobre isso, embora ja soubesse que estava doente.

[Keepler]: Mas essa confusão toda eu resolvo depois, não é nada que eu não consiga contornar. Todavia, deixe isso entre nós, ok? E você, o que tem para me mostrar?





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Mensagem  Convidado Ter Set 24, 2019 6:43 pm




Este evento chegou ao seu fim.




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